Segurança

Corpo de Bombeiros de portas fechadas após corte de horas-extras

Suspensão das atividades na unidade de Flores da Cunha vale até 31 de julho

Desde o último domingo, dia 17 de julho, o Corpo de Bombeiros de Flores da Cunha está sem atendimento local – a responsabilidade sobre as ocorrências que surgirem foi transferida à corporação de Caxias do Sul. Por aqui está garantido apenas o serviço administrativo. O problema ocorre devido ao corte de horas-extras feito pelo governo do Estado, o que impede a manutenção das atividades, já que, pela falta de efetivo, os servidores precisam complementar a carga horária mensal com horas-extras e, no caso de Flores da Cunha, elas não foram liberadas no mês de julho, segundo informa a comandante da unidade, sargento Marisa Richetti.

Uma reunião foi realizada entre o comandante da corporação na Serra, tenente-coronel Cléber Valinodo Pereira, e todos os comandantes dos municípios na tarde de ontem, dia 21, porém, nenhuma novidade foi divulgada. Se não forem liberadas horas-extras, o funcionamento em Flores da Cunha ficará suspenso até o dia 31 de julho – ou seja, a previsão é de que as atividades sejam retomadas somente no dia 1º de agosto.

A sargento Marisa confirma que se não for realizado um aporte das horas-extras devidas, o quartel de Flores da Cunha ficará fechado pelos próximos 10 dias. “O efetivo do Corpo de Bombeiros local já completou sua carga horária mensal e sem as horas-extras tivemos que fechar o quartel. No próximo mês, se a situação se repetir, o quartel poderá fechar as portas novamente”, admite a comandante.

Enquanto isso, o trabalho no quartel florense abrange somente a parte administrativa. Além do atendimento nas ocorrências, as análises e vistorias de pedidos para o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) também estão suspensas. No final de junho, o governador do Estado, José Ivo Sartori (PMDB), anunciou o esperado conjunto de medidas para a área da segurança pública do Estado. O pacote inclui a destinação de R$ 52 milhões em recursos para horas-extras, o que ainda não ocorreu. “Ninguém quer isso, nós especialmente não queremos, porque assim como a população pode precisar, nós também podemos necessitar desse serviço”, reconhece a sargento. O atendimento para a população segue normalmente pelo número 193 (ligação gratuita).

 

Busca por soluções

A estrutura do Corpo de Bombeiros de Flores da Cunha é formada por dois caminhões Volvo equipados para combate a incêndios, dois veículos leves (um Fiesta e um Prisma), uma caminhonete S10 e uma motocicleta. O efetivo atual é de 14 servidores para atender a uma população de 51 mil pessoas, somados os habitantes de Antônio Prado, Ipê, Nova Pádua e Flores da Cunha. Em setembro do ano passado foi inaugurada a ampliação do quartel florense, que contou com a construção de novas salas para área administrativa e ampliação da garagem, onde também são guardados os equipamentos. Foram investidos R$ 460,7 mil, além de R$ 22,5 mil na compra de equipamentos – recursos do Fundo Municipal de Reequipamento dos Bombeiros (Fumrebom).

Com o propósito de não deixar todo esse investimento ocioso, além de garantir o funcionamento do serviço no município, o prefeito de Flores da Cunha, Lídio Scortegagna (PMDB), esclarece que já tem atuado junto ao governador a respeito do Corpo de Bombeiros. “Estive com Sartori na última semana e apresentei essa situação. Esperamos que haja uma solução por parte do governo do Estado. Enquanto isso, avaliamos alternativas como o uso dos recursos do Fumrebom para ajudar neste problema, além da criação de uma parceria para bombeiros voluntários. Contudo, essas possibilidades ainda devem ser avaliadas”, argumenta Scortegagna.

O município de São Marcos também está sem atendimento da corporação local e a população conta com a guarnição de Vacaria, que também corria o risco de fechar até o final do mês. Farroupilha pode integrar a lista de quartéis fechados. Em abril deste ano, dos cinco quartéis de Caxias do Sul, apenas dois (Centro e Aeroporto), não fecharam as portas em função do pouco efetivo e da redução de horas-extras. A situação já havia se repetido na cidade há pouco mais de um mês.

 

Reforma com custo de superior a R$ 460 mil foi entregue em setembro do ano passado. - Antonio Coloda/Jornal O Florense
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