A sublime alma do amor
Iniciaremos nossa jornada com a síntese do mito de Eros e Psiquê
Caro leitor, convidamos a todos para iniciar esta aventura juntos. Mensalmente iremos estar com vocês, neste espaço, abordando temas diversos.
É sempre um grande desafio começar algo novo, entretanto, quando podemos contar com agradáveis companhias, o caminho torna-se mais leve. Nesta ‘jornada jornalística’, terei a parceria de uma amiga que sabe como poucos transcender a palavra: Alessandra Pauletti, uma dessas pessoas raras que captam a essência humana transformando-a em arte.
Entre uma coisa e outra irei traçar linhas procurando desbravar a delicada complexidade humana, a qual, através dos tempos, foi rabiscada nas paredes das cavernas e, bem mais tarde, representada pelos filósofos por meio de mitos.
Falando em mitologia, iniciaremos nossa jornada com a síntese do mito de Eros e Psiquê.
Psiquê era uma princesa de beleza tão rara que até a comparavam à deusa do amor, Afrodite. Apesar de ser a mais bela, era a única, entre as três irmãs, que ainda não havia casado. Seus pais, preocupados com sua ‘solteirice’, resolveram consultar o oráculo, e a resposta que receberam foi terrível: deveriam vestir Psiquê de noiva e abandoná-la no alto de um penhasco solitário. Na verdade, tudo fazia parte de um plano da vingativa Afrodite, que sofria de inveja da beleza da moça.
Psiquê, no alto do rochedo, sentiu um vento forte, Zéfiro, que a ergueu e levou-a até um magnífico palácio. À noite, quando foi se deitar, sentiu alguém ao seu lado, foi então que uma voz sedutora lhe disse: “Não tenha medo, sou seu marido. Farei tudo para sermos felizes, mas não tente me ver, pois poderá me perder para sempre!”.
Psiquê, seduzida pela agradável voz, aceitou jamais romper com o enigmático acordo. Como seu marido a fazia sentir o mais profundo amor, ela se sentia extremamente feliz. Porém, com o passar do tempo, sentiu saudades da família e insistiu em ir visitá-la.
O reencontro gerou a felicidade dos pais e a inveja das irmãs, as quais encheram-na de perguntas. Psiquê, então, terminou revelando que nunca viu o rosto de seu marido, Eros, e as irmãs acabaram convencendo-na que deveria dar um jeito de vê-lo. Totalmente tomada de curiosidade, quando retornou à casa, à noite, acendeu uma vela e ficou tão deslumbrada ao ver o rosto de Eros que nem percebeu pingar uma gota de cera no peito do amado. Assustado, ele acordou e, ao perceber que ela havia quebrado a promessa, a expulsa.
Psiquê começa a vagar pelo mundo sozinha e desolada, e luta com todas as suas forças para superar os obstáculos impostos por Afrodite, inclusive indo até o submundo, onde, ao abrir uma caixa, é acometida de um sono profundo.
Eros, vendo Psiquê nesse estado e sabendo que ela se submeteu a passar por tantas provações, a perdoa e, com saudades da amada, implora a Zeus misericórdia, consentindo que Eros use sua flecha para despertá-la e lhe conceder a imortalidade. A partir daí, Eros e Psiquê se uniram para sempre.
O mito de Eros (amor) e Psiquê (alma) é considerado uma das mais belas lendas da mitologia grega. Suas inúmeras metáforas trazem reflexões sobre o autoconhecimento, os relacionamentos, a vida e a morte. A própria Psicologia deriva das palavras gregas ‘psiquê’ (alma) e ‘logia’ (estudo): o estudo da alma.
Esse mito é uma maneira divina de explicar como a alma alcança a imortalidade ao transpor cada desafio da vida, a fim de conhecer a verdadeira face do amor.
Concurso
“Se você pudesse ter asas, já imaginou para onde elas te levariam?"
A artista visual Alessandra Pauletti e a psicóloga Madeleine Ferrarini, a partir da sexta-feira, dia 3, estreiaram a coluna:
Entre uma coisa e Outra no Jornal O Florense.
Como forma de estimular a cultura e aguçar o olhar do espectador para o mundo das artes e literatura, no mês de dezembro de 2023 as colunistas sortearão uma obra no tamanho 40x40cm da coleção “Asas", criada por Alessandra, com um texto personalizado sobre o assunto, escrito por Madeleine.
Para concorrer é muito simples: você só precisa recortar e juntar todas as colunas das edições do jornal impresso (com o texto e a ilustração) ao longo do ano de 2023, colocar em um envelope com dados pessoas (nome completo, telefone e endereço), e entregar na sede de O Florense (Rua Garibaldi, 1020, sala 4) até o dia 14 de dezembro de 2023.
O sorteio será realizado no dia 15 de dezembro de 2023.
Boa sorte!