Alessandra Pauletti e Madeleine Ferrarini

Alessandra Pauletti e Madeleine Ferrarini

Entre Uma Coisa e Outra

Alessandra Pauletti, artista visual. Nasceu em São Paulo e reside, desde a infância, em Nova Pádua. Em seu trabalho explora o universo das narrativas mitológicas. 

Madeleine Ferrarini, psicóloga, florense. Idealizadora e coordenadora do Instituto Flávio Luis Ferrarini.

Contatos

As Mensageiras

Os artistas com suas inquietações nos apresentam caminhos para desbravarmos os labirintos da insustentável leveza de ser

Dizem que levamos uma vida toda para nos conhecer. Será que teremos tempo suficiente? 
Me vem à mente a citação de Sigmund Freud: “Seja qual o caminho que eu escolher, um poeta já passou por ele antes de mim”. Os artistas com suas inquietações nos apresentam caminhos para desbravarmos os labirintos da insustentável leveza de ser.  
A obra de arte da Alessandra Pauletti que ilustra esse texto chama-se: ‘As Mensageiras’, as formas orgânicas e geométricas representam os labirintos do pensamento. As chaves para abrir as portas desses labirintos, que dão acesso a espaços desconhecidos, são os caminhos que podem ser percorridos pelo processo de autoconhecimento.
Para Alessandra, ‘As Mensageiras’ comunicam que sempre temos uma nova chance, ao abrirmos as fechaduras prenunciamos diferentes caminhos. Para onde as passagens do labirinto podem nos levar? Existem outras perspectivas para nosso presente e futuro, que respeitem quem somos e nossas escolhas?
Constantemente recebemos mensagens/sinais e somos convidados a deixar de lado nossas histórias do passado para vivermos conscientemente no presente. “A vida só pode ser compreendida olhando para trás, mas só pode ser vivida olhando para frente”, já dizia Søren Kierkegaard. Ao olharmos para trás, ganhamos sabedoria com nossas experiências, no entanto, é olhando para frente que encontramos a coragem para seguir adiante, criar novas histórias, construir um futuro melhor e, acima de tudo, viver o presente com leveza. 
Nesse movimento de abrir os portais do labirinto do pensamento, nesse nosso processo de buscar caminhos, precisamos treinar nosso olhar para procurar felicidade mesmo nos momentos mais tristes.
“Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca; 
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio...
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer;
Porque metade de mim é plateia
E a outra metade é canção...
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta 
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...
E que a minha loucura seja perdoada 
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também”.
Este poema de Oswaldo Montenegro, chama-se ‘metade’, só tem metade dele aqui para que você possa buscá-lo inteiro nos labirintos de seu pensamento.