Alessandra Pauletti e Madeleine Ferrarini

Alessandra Pauletti e Madeleine Ferrarini

Entre Uma Coisa e Outra

Alessandra Pauletti, artista visual. Nasceu em São Paulo e reside, desde a infância, em Nova Pádua. Em seu trabalho explora o universo das narrativas mitológicas. 

Madeleine Ferrarini, psicóloga, florense. Idealizadora e coordenadora do Instituto Flávio Luis Ferrarini.

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Escolha seu destino

Quando colocamos em prática o conceito de liberdade, passamos a assumir nosso papel como seres livres e ativos

O Existencialismo é uma corrente filosófica que enfatiza a liberdade de escolha e a responsabilidade pessoal. Para os existencialistas, os indivíduos constroem suas próprias concepções de vida e seus caminhos no decorrer de suas existências. Como disse Albert Camus: “A vida é a soma das suas escolhas”. A consciência da liberdade e a falta de significado na vida gera angústia existencial.   
A partir do momento em que o homem se descobre como sendo responsável por suas escolhas e também pelas consequências dessas escolhas, começa a sentir angústia e medo.  A angústia permite ao homem perceber as inúmeras possibilidades de escolha que estão à sua frente. De acordo com o existencialismo, um certo grau de angústia é necessário, porém existem pessoas que estão sempre angustiadas e acabam por desperdiçar a sua chance de viver.
Essa liberdade de escolha que o homem possui, muitas vezes, o torna refém. É comum vermos pessoas que, por medo, não tomam decisões, preferem ficar na zona de conforto, em vez de se possibilitarem a, pelo menos, tentar ser mais felizes. 
Quando colocamos em prática esse conceito de liberdade, passamos a assumir nosso papel como seres livres e ativos. O filósofo existencialista dinamarquês Sören Kierkegaard, afirmou que “ousar é perder o equilíbrio momentaneamente, não ousar é perder-se”. Essa condição nos permite recomeçar, transformar o que não está bem na vida. Possibilita a capacidade de fazer mudanças diante da angústia. 
Kierkegaad escreveu a partir de suas experiências pessoais: o difícil relacionamento com seu pai, a morte de seus irmãos e o rompimento de um noivado fizeram ele sentir uma amargura sem limites, essa energia negativa transformou-se em inspiração para suas obras literárias. 
“Sou livre, sinto-me livre. Logo, tenho sempre a possibilidade de escolher... Somos condenados à liberdade, ainda que escolhamos não escolher já teremos feito nossa escolha”, seguindo esse pensamento de Jean Paul Sartre, a maior condenação do homem é ter livre arbítrio. 
O filósofo alemão Martin Heidegger, destaca que as pessoas podem ser autênticas ou inautênticas, tanto no pensamento quanto no sentimento. 
A felicidade não é produto da herança genética ou social, do destino, da sorte e nem de qualquer outra forma de determinação. O indivíduo tem que ser construído. A felicidade tem que ser conquistada. O homem conquista a felicidade aprendendo a aceitar e a expressar os seus desejos e sentimentos, transformando-os em vontade própria, com ela construindo seus próprios projetos de vida e empenhando-se para realizá-los. 
Friedrich Nietzsche surge como questionador da estrutura filosófica, a partir do momento que ele vê a explosão da dinamite, criada por Nobel, percebe que é isso que quer fazer: explodir com tudo, com todos os dogmas. Nietzsche tentou provar que os valores tradicionais tinham perdido poder na vida das pessoas, ele atacava a moralidade escrava, criada, segundo ele, por pessoas fracas e ressentidas que estimulavam comportamentos como submissão e o conformismo. Por isso ele lutou pela criação de novos valores. 
No campo da psicoterapia, a linha existencial busca a compreensão da condição humana, não aceita explicações genéricas e pré-estabelecidas, todavia considera o ser humano como sendo único, valorizando a existência humana. O psicoterapeuta não tenta enquadrar seu paciente em alguma das teorias já existentes, porém o auxilia a tornar-se um ser autêntico, consciente de sua subjetividade, a fim de que possa conhecer-se, aceitar-se e ser responsável por suas escolhas.