“Se alguém tem sede venha a mim e beberá; do seu seio jorrarão rios de água viva!”

O Evangelista João (7, 37) apresenta Jesus que, no último dia da festa das Tendas, estando de pé, solene, diz em alta voz: “Se alguém tem sede venha a mim e beberá; do seu seio jorrarão rios de água viva!”, e explica: Jesus falava do Espírito que deviam receber aqueles que haviam crido Nele. No capítulo 8,12 acrescenta outro dom que Jesus oferece: “Eu sou a Luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”. Jesus é – então – água viva e luz: algo absolutamente necessário para viver!
Em João 20, 19 quando fala da aparição de Jesus aos apóstolos que –cheios de medo – estavam com a porta fechada, Jesus ressuscitado acrescenta outro dom que não é condição para viver, mas que garante uma vida feliz: a Paz! Nos lábios de Jesus a palavra PAZ (shalom), não é mero augúrio: Ele dá verdadeiramente a Paz, a “sua” Paz!
“Já no Antigo Testamento não era mero augúrio; significava a plenitude de vida e de salvação, a perfeição e alegria, o êxito em todo empreendimento e a realização dos desejos. Na história da salvação ela assumiu um profundo sentido religioso: significava a realização das esperanças messiânicas, o resultado da Aliança entre Deus e seu povo (Is 52,7)”. Portanto os Apóstolos não devem perturbar-se se Jesus lhes fala de partida porque esta coincidirá com a renovada presença do Mestre no meio dos seus.
De fato Ele não os deixará! Ele estará sempre presente com seu Espírito!
Mas como fazer para garantir uma capacidade humana de receber e gozar desta Paz?! Naturalmente, antes de tudo, conhecer a Sagrada Escritura desde o Primeiro Testamento, mas, sobretudo, meditar o Novo Testamento: Evangelhos e epístolas dos Apóstolos. Isso é objeto de Fé, mas precisa também que sejamos dispostos, desejosos e capazes de entender, acolher e viver a mensagem da Palavra de Deus.
Isto pode nos ajudar, um livro que tem por título “A paz em todos os dias do Ano”, de autoria do Frei Jaime Bettega. A capa do livro é uma simpatia: há uma estrada (Eu sou o Caminho: Jo 14,6), um repousante prado verde, a sombra acolhedora de um bosque e um belíssimo Ipê que anuncia a primavera... É um instrumento precioso de reflexão para conhecimento das condições a ser criadas em si mesmo para entender e viver o grande mandamento de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 15,12). Esta é a vida plena e a verdadeira alegria!