A experiência da sala de cinema, mais do que nunca, precisa e deve ser valorizada
O consumo de home vídeo tem suas facilidades e confortos, isso desde o advento da saudosa videolocadora, que desapareceu na popularização da Netflix
No mundo pós-pandemia, o streaming chegou para ficar, é verdade. Mas também é verdade que a experiência da sala de cinema, mais do que nunca, precisa e deve ser valorizada, porque uma forma de assistir filmes não substitui a outra. É evidente que o consumo de home vídeo tem suas facilidades e confortos, isso desde o advento da saudosa videolocadora, que surgiu nos anos 1990 e desapareceu na popularização da Netflix, na primeira década do século XXI.
A vivência artística através da sala escura de projeção cinematográfica reserva um romantismo que jamais será substituído: desde a compra do ingresso, o observar dos cartazes de filmes da ante-sala, a compra (ou não) do combo pipoca e refrigerante, sentar na poltrona escolhida e aguardar a projeção começar. Pois se tratando daquela que é a última e definitiva arte, a que de maneira ou outra contempla todas elas, nada é raso ou superficial. “No cinema, tudo significa” foi uma das primeiras noções científicas que tive na faculdade Audiovisual, tendo como exemplo, a tempestade que acomete a mansão do magnata Charles Foster Kane, no filme Cidadão Kane, que reflete a angústia interna vivida pelo protagonista - considerado por uma leva gigantesca de críticos o melhor filme já feito.
São emoções como essas que funcionam definitivamente melhor na sala escura. Nada substitui a vivência da sala de cinema, porque, acima de tudo, é uma experiência coletiva, ainda que não conheçamos as outras pessoas que ali estão. Algo que o streaming, no conforto de casa, não proporciona nem proporcionará.
A partir de hoje, nas próximas edições de O Florense, te convido para acompanhar comigo a perspectiva do Cinema de quem optou não só por ir além da experiência de espectador e quis fazer da arte sua profissão, mas que ressignificou toda existência em função dela.