Nata Francisconi

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O andar do bêbado

O livro nos coloca na posição de analistas da nossa própria história, das nossas escolhas e dos fatores que não podemos controlar

Alguns anos atrás, um homem ganhou na loteria nacional espanhola com um bilhete que terminava com o número 48. Orgulhoso pelo seu ‘feito’, ele revelou a teoria que o levou à fortuna. ‘Eu sonhei com o número 7 por 7 noites consecutivas’, disse, ‘e 7 vezes 7 é 48’. 
Esse texto abre o livro O andar do bêbado – Como o acaso determina nossas vidas, do físico estado-unidense Leonard Mlodinow, e nos coloca na posição de analistas da nossa própria história, das nossas escolhas e dos fatores que não podemos controlar.
Observar que o autor do livro é um físico nos ajuda a compreender a linha de raciocínio e a presença constante de dados científicos, pesquisas e fatos históricos sobre a matemática e a probabilidade.
Denso por conta do conteúdo, em oposição o livro oferece informações bastante práticas que inevitavelmente nos remetem ao nosso cotidiano e à forma como acreditamos conduzir os nossos planos. “As pessoas gostam de exercer o controle sobre seu ambiente; é por isso que os mesmos indivíduos que dirigem um carro depois de tomar meia garrafa de uísque entram em pânico se o avião em que estiverem passar por uma leve turbulência”.
Aleatoriedade e estatística são os temas que flertam didaticamente com o leitor nesse livro. O andar do bêbado oferece a possibilidade de adquirir conhecimentos, aceitar o imprevisível e compreender por que depois de acontecer nos parece óbvio.
“No mundo fluido dos empreendedores da informática, Gates se tornou a molécula que escapou do bolo. Se não fosse a falta de cooperação de Kildall, a ausência de visão da IBM ou o segundo encontro entre Sams e Gates, independentemente de qualquer argúcia visionária ou comercial que Gates possuísse, ele talvez houvesse se tornado apenas mais um empreendedor da indústria do software, e não o homem mais rico do mundo durante tanto tempo. É provavelmente por isso que ele se enxerga exatamente assim – como apenas mais um empreendedor da indústria do software”.