Olir Schiavenin

Olir Schiavenin

Informativo Rural

Olir Schiavenin atua pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua há mais de vinte anos. É membro da Coordenação da Comissão Interestadual da Uva, preside a Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (AGAPA) e é vice-presidente Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA). Além disso, coordena a Comissão Agropecuária do Corede-Serra e Centro da Agricultura Familiar de Veranópolis.

O sindicalista também está inserido nos meios acadêmicos. É bacharelando em Filosofia e Ciências Econômicas pela Universidade de Caxias do Sul. Schiavenin escreve para O Florense desde a sua fundação – em 1986. Sua coluna é um espaço informativo e de fundamental importância para a categoria. 

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Alho: plantio, preço e tendências de 2022

De acordo com a Associação Nacional dos Produtores de Alho foram cultivados, no Brasil, em 2022, 18 mil hectares de alho

Areas de plantio em 2022
De acordo com a Associação Nacional dos Produtores de Alho  (Anapa) e as associações estaduais, foram cultivados, no Brasil, em 2021, 16 mil hectares e, em 2022, houve um incremento de 2 mil na área de plantio, chegando a 18 mil hectares no país.
Os maiores aumentos aconteceram no Cerrado, especialmente em Minas Gerais, que plantou 9,5 mil hectares, e Goiás, com 3,5 mil. Já no Sul, as áreas de cultivo diminuíram 400 hectares.
A previsão é de que os produtores nacionais ofertem para o mercado perto de 23 milhões de caixas de dez quilos.

Preços
Os preços, junto aos produtores do Cerrado, ficaram na média, de R$ 6,50 a R$ 7 acima da classe para os bulbos maiores, como os 5/6/7/8, nas primeiras semanas de setembro, e subiram na última para R$ 8,00 acima da classe. Os prováveis motivos para o aumento dos preços no final de setembro foram: a) baixo volume importado de alho da China; b) chegada da chuva à região atrasando o preparo do alho e; c) o início da retirada/preparo do alho-semente para 2023 e, assim, diminuindo a oferta para o mercado in natura.
O preço médio da lavoura, não só para as classes superiores, mas também para a parte de baixo, está em torno de R$ 11,50/Kg e, em média, pode-se dizer que são necessárias 16 toneladas de alho para pagar o custo de produção de 2022.

Tendência do mercado
A oferta, em setembro, foi, novamente, com pouco alho chinês, com quase nada de alho velho colorado argentino tratado, com pouco alho espanhol novo e, principalmente, com alho roxo nobre brasileiro produzido no Cerrado. Essa deverá ser a oferta de alhos no Brasil até dezembro, com amplo domínio do alho nacional.
Estima-se que a oferta de alhos em setembro foi com 2,8 milhões de caixas da produção do Cerrado brasileiro, já curados e preparados, mais 209 mil caixas dos bulbos importados.
Com a maior oferta, qualidade, padrão, capilaridade e preço competitivo, o alho brasileiro está tomando, no segundo semestre de cada ano, a fatia que era destinada aos alhos importados, em especial os da China. Podemos afirmar que, hoje, o alho chinês não faz falta ao mercado brasileiro.
Mesmo com a redução no volume importado do alho asiático, não houve desabastecimento no mercado brasileiro e, tampouco, aumentaram os preços no atacado e varejo durante todo o período de pandemia. E isso, graças a oferta do alho vernalizado ou de choque frio, produzido no Cerrado de Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Bahia.
A disputa pela oferta e preço está sendo entre os produtores nacionais do Cerrado. A estabilização dos mesmos, ao que tudo indica, já ocorreu e a tendência é que não aconteça queda nos preços até o final de 2022.