Economia

Estamos em época de Páscoa e os ovos de chocolate, embora protagonistas, dividem a atenção dos consumidores com brinquedos e roupas, que neste ano estão sendo uma opção para quem quer presentear, mas não pretende gastar muito. De acordo com levantamento da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul, a compra de roupas infantis deve crescer cerca de 10% e de brinquedos 8%. Em Flores da Cunha, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Flores da Cunha, Jásser Panizzon, adianta que os dados refletem o aumento dos preços dos ovos de chocolate. “Estamos ainda nos recuperando de uma crise que deixou consumidores e empreendedores receosos. Mas esse ano teve uma pequena, mas significativa, reação do empreendedor, que está se reinventando e utilizando de alternativas para poder alcançar o consumidor, uma vez que os preços do chocolate e outros ingredientes utilizados na confecção dos ovos estão 20% mais elevados na comparação com o ano passado”, revela Panizzon.

O presidente da CDL salienta também que a data é, ainda, pouco expressiva para o comércio local, mas está ganhando espaço juntamente com essas novas opções de presentes. “Datas mais pontuais como Dia das Mães e o Natal possuem uma movimentação maior, ainda mais na nossa região, onde a cultura de dar chocolates na Páscoa é bastante enraizada. Mas as roupas e brinquedos vêm ganhando espaço porque alguns empreendedores começaram, recentemente, a perceber que a data não se resume a chocolate, mas ainda precisa de um despertar maior por parte dos comerciantes”, salienta.

O tradicional chocolate
São várias tamanhos, diversos sabores e muitos brinquedos. Os ovos de Páscoa carregam uma tradição e animam o dia de qualquer um, principalmente o das crianças. É o caso da pequena Alice Dondé Spiller, 4 anos, que nesta época não vê a hora de passear pelos corredores dos mercados onde os ovos estão expostos. “Eu adoro a Páscoa, o coelhinho vem lá em casa e eu deixo cenouras e leite, e ele enche a casa de patinhas”, conta entusiasmada.

Para a diretora financeira do Supermercado Vermelhão, Milene Zamboni Andrighetti, este ano a expectativa é semelhante a do ano passado. “Os valores dos ovos aumentaram em torno de 5%, o que não está interferindo nas vendas. Mas o que percebo é que as empresas que produzem chocolates estão diminuindo as variedades e até mesmo a quantidade de produção. Há uns três anos teríamos que fazer diversas ações para vender os ovos que sobravam nas prateleiras. Hoje não precisamos mais disso”, relata. Para Milene, os ovos tradicionais são vendas certas. “A Páscoa é a segunda data que mais vendemos, perde apenas para o Natal, porque não são apenas os ovos de chocolates, são os peixes, tortas, vinhos, e assim por diante”, elenca a diretora.

Com isso os supermercados também estão inovando. É o caso da unidade do Andreazza localizada no Centro que, neste ano, teve uma ideia diferente para expor os ovos. Ao invés do tradicional parreiral, foi montada uma parede de ovos. Os resultados, segundo o gerente Milton Sartor, estão sendo positivos. “É muito mais prático, de fácil acesso, deixa o mercado visualmente mais bonito, além de chamar mais atenção”, conta. O paredão de chocolate fica na entrada do mercado, o que faz com que as pessoas parem e olhem. “O parreiral é desconfortável, além das crianças não conseguirem ter acesso aos ovos. Com certeza foi uma ideia que deu muito certo”, aponta Sartor.

E mesmo que o tão famoso ovo de Páscoa tenha concorrência, a aposentada Jaqueline Cardoso não deixa de presentear os afilhados e sobrinhos com chocolate. “É uma data importante em que as pessoas esperam pelo presente. Com certeza algo singelo eles vão ganhar”, adianta. Já a cabeleireira Bruna Poletto não esperou para adquirir os ovos para o sobrinho. “Esse ano está sendo tranquilo para escolher os ovos, no ano passado foi mais difícil”, conta.

Crescimento leve nos mercados
A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias do Sul realizou uma pesquisa que mostra o tíquete médio dos consumidores na Páscoa. O valor que cada pessoa deve investir nas compras será de R$ 159. O dado é 2,58% acima do registrado no ano passado, quando o valor a ser gasto na aquisição de presentes para a data ficou em R$ 155. Os números também apontam que cada consumidor deve adquirir três itens em presentes para a Páscoa, dado inferior ao registrado em 2018, quando o número ficou em 3,5. Assim, o valor médio de cada presente será de R$ 52, contra R$ 44,50 em 2018.