O amor pelos super-heróis
Entre as diversas coleções do florense Fábio Fortunati estão action figures e estátuas que, juntas, totalizam 200 exemplares
A atividade de colecionar itens vai muito além de simplesmente colecionar por colecionar. Existe uma mistura de sentimentos, entre eles está o amor, o carinho e o apego que o colecionador tem por cada peça adquirida. Muitas vezes, não há a intenção de criar uma coleção, mas quando percebe já se tornou uma. Esse é o caso do gerente de tecnologia, Fábio Fortunati, 40 anos, que, hoje, possui uma variedade de coleções: histórias em quadrinhos, biografias de rock, camisetas de shows, álbuns da copa, action figures, estátuas, souvenir de cinema, além de camisas e itens do Grêmio.
Entre as coleções do florense se destacam os super-heróis, amor esse que iniciou ainda na sua infância, seguiu para as histórias em quadrinhos, souvenir de cinema e se expandiu para as action figures e as estátuas. “Comecei com os quadrinhos quando eu tinha 10 anos, mas eu não tratava como colecionável, na época eu comprava as revistinhas porque eu adorava ler as histórias e acabava guardando. Conforme fui ficando mais velho, foi começando a aparecer o desenho que eu gostava de assistir, passava na loja e tinha a peça do personagem favorito, eu queria comprar de todo o jeito”, relata o gerente de tecnologia que, na infância, brincava muito com essas peças, mas, com o tempo, os brinquedos, como eram considerados na época, acabaram se perdendo.
O amor de Fortunati pelos, até então, brinquedos, não parou por ali. Aos 28 anos voltou a adquirir os personagens dos desenhos animados. Iniciou sua coleção de action figures com os Cavaleiros do Zodíaco e, um ano depois, passou a colecionar, também, as estátuas.
De acordo com o florense, embora os dois estilos de bonecos pareçam ser iguais, existe uma diferença entre eles no quesito articulações. “As estátuas são estáticas, então você não tem nenhum tipo de articulação, salvo alguns modelos da Airon Studios, que tem peças intercambiáveis, nos quais há a possibilidade de trocar as peças para mudar a posição que ele está, mas você não consegue, por exemplo, fazer uma posição específica. Já os articulados, que são as action figures, você consegue fazer qualquer tipo de posição, eles têm quase todos os pontos de articulação de um corpo humano, nos quais é possível reproduzir alguma cena de quadrinho ou de algum filme”, explica.
Por serem figuras queridas entre os amantes de super-heróis e pela pouca produção de peças, a compra desses artigos se torna um pouco difícil. “Eu importo muita coisa, compro dos Estados Unidos, da China e em lojas nacionais”, conta o florense, ao mesmo em que revela ter peças já pagas que estão com previsão de lançamento para o final de 2023. “São peças concorridíssimas e elas têm um intervalo um pouco maior de lançamento”, esclarece.
Segundo Fortunati, muitas vezes é preciso adquirir os itens por meio de pré-venda. “Se tu não fizeres pré-venda de alguns itens que são mais esperados é praticamente impossível conseguir. Tem a empresa brasileira, Iron Studio, que permite fazer um voucher, se não conseguir o voucher para reserva, aí é preciso esperar ela entrar no site e quando ela cai no site é como quando você tenta comprar ingresso, é aquela concorrência, às vezes a plataforma cai, nem sempre você consegue comprar”, relata.
Conforme o colecionador, os valores desses artigos mudam rapidamente e variam conforme a demanda do produto e o tamanho. Outro fator que leva o preço a subir é quando a peça se esgota e, muitas vezes, por conta do scalper – quando uma pessoa compra diversas peças e espera esgotar para depois vender por um preço maior, como o caso do Scorpion, da série Mortal Kombat, que o preço médio sugerido é de R$ 800 e, em questão de 15 dias, já estava sendo vendida por R$ 2.500.
Após 12 anos colecionando, o gerente de tecnologia possui 200 personagens – 70 são estátuas e 130 action figures. O tamanho da maioria de seus colecionáveis é 10 vezes menor em comparação à altura de uma pessoa, característica que facilita a exposição por não demandar tanto espaço e não ter valores elevados. “Eu gosto de espaço para expor o que eu tenho, não gosto de deixar guardado nas caixas, salvo aqueles itens lacrados”, relata o colecionador, que a cada 15 dias realiza a limpeza das peças com auxílio de um pincel.
O amor de Fortunati não termina por ali. Como um bom colecionador, participa de diversos grupos de WhatsApp e Telegram, onde interage com outros colecionadores, ou, com os próprios lojistas, além de realizar trocas de informações. “Muitas vezes tu consegues trocar algum item ou consegue alguma peça, às vezes a pessoa está mudando de foco, de coleção, quer se desfazer de alguma coisa e ela não inflaciona o preço, ela acaba trocando por alguma outra que você tenha ou vendendo a um preço próximo ao de lançamento”, explica o florense, que já realizou algumas trocas.
Além das actions figures e das estátuas, outra coleção que ganha destaque é a formada por itens oficiais do Grêmio. Tudo começou com uma camiseta, em 1994 e, hoje, o florense possui cerca de 150 itens, entre camisas, itens autografados, braçadeira de capitão, incluindo itens raros, como o terno de um atleta de quando o Grêmio jogou o mundial interclubes em 2017, contra o Real Madrid.
“Para mim, colecionar significa muito, principalmente, nostalgia. Todas as peças que eu tenho aqui elas têm alguma história da forma como eu consegui ou porque eu consegui elas, nada está aqui por acaso”, finaliza.
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