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“O concurso me escolheu e a vida me surpreendeu”

Suélen Breda Panizzon, de 34 anos, assumiu a Delegacia de Polícia de Flores da Cunha no início deste mês e revela o que a comunidade pode esperar da nova delegada

Desde o dia 2 deste mês, a Delegacia de Polícia de Flores da Cunha está sob o comando da caxiense Suélen Breda Panizzon, de 34 anos, que há três atua como delegada. Antes dela, de 2020 até início de 2023, o delegado titular em nosso município era Rodrigo Duarte, nos últimos meses, por sua vez, a DP florense tinha como linha de frente o delegado temporário Luciano Righês Pereira, que agora responde provisoriamente como substituto em Antônio Prado. 
Antes de ser delegada, Suélen foi analista judiciária do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, acumulando a função de confiança de assessora de Desembargador Criminal. Anteriormente, atuou como advogada da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (FASE). 
Sua primeira lotação foi na 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Porto Alegre, na qual exerceu a atividade de delegada plantonista, pelo período de um ano. Suélen trabalhou por dois anos em Antônio Prado, como delegada de polícia titular, e por um ano e dois meses em Ipê, como delegada de polícia substituta. Atuou, ainda, em Caxias do Sul, na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) e na Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA). 
Suélen é natural de Caxias do Sul, mas morou no município florense por 17 anos. Depois desse período mudou-se para a capital gaúcha, onde iniciou seus estudos e graduou-se em Direito, sendo agraciada com uma Láurea Acadêmica na PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul). Saiba mais sobre os planos da nova delegada:

Jornal O Florense: Sempre teve vontade de ser delegada? Como surgiu esse sentimento? 
Delegada Suélen Panizzon: Sempre tive um sonho na minha vida: seguir uma carreira jurídica em que pudesse ser uma líder e fazer a diferença na vida das pessoas e da comunidade em que estivesse inserida. Nunca imaginei fazer parte da polícia, porém, sempre gostei muito de estudar direito penal e processual penal e já trabalhava na área, como advogada da FASE-RS, como analista do TJRS e assessora de Desembargador Criminal. Prestei a primeira fase do concurso para delegada de polícia, despretensiosamente, e, para a minha surpresa, passei. Dali em diante, segui sendo aprovada nas demais fases, uma delas foi a Academia de Polícia Civil, onde realmente me apaixonei pela área policial e, hoje, amo o que faço. Sempre digo às pessoas que o concurso me escolheu e a vida me surpreendeu.

OF: Como é para você ser mulher, ser delegada e, de certa forma, jovem para ocupar um cargo como esse? 
Delegada Suélen: É uma realização profissional e pessoal enorme, e, ao mesmo tempo, um grande desafio. Sou muito grata a Deus, em primeiro lugar. Sempre tive, também, o apoio integral de meus pais para estudar e morar longe (morei por muitos anos na capital) e, depois, para passar nos concursos. Eles sempre torceram por mim, rezavam para eu passar. Sou muito feliz e amo o que faço.

OF: Mesmo no ano de 2023, acredita que sofreu ou sofre algum tipo de ‘preconceito’ por conta de sua profissão?
Delegada Suélen: Já sofri preconceito, mais de uma vez, em razão de ser mulher e jovem no cargo de delegada, inclusive explícito, tanto no trabalho, quanto fora dele. A área policial ainda é predominantemente masculina e as mulheres, de uns anos para cá, estão (ao lado dos homens) buscando esse espaço que, a meu ver, é salutar e muito importante. A polícia precisa dessa mistura, dessa miscigenação na sua atuação; todos nós, independentemente do sexo, idade ou procedência, temos muito a contribuir e muitos conhecimentos para compartilhar e isso só faz a polícia melhorar como órgão público que atua na repressão e investigação de crimes.

OF: Sua família/amigos sempre a apoiaram na escolha da profissão? 
Delegada Suélen: Assim que passei na primeira fase do concurso e decidi seguir em frente, com o intuito de ser aprovada nas demais fases, tive o apoio integral de meus pais e de meus amigos, a fim de que eu alcançasse o meu objetivo. Isso foi muito importante na minha caminhada e agradeço imensamente a eles.

OF: Já morou em Flores da Cunha por 17 anos, como se sente ao retornar para a cidade onde residiu, mas, como delegada? 
Delegada Suélen: Me sinto imensamente feliz e realizada! Quando assumi como delegada, sempre disse a mim mesma que iria trabalhar em Flores da Cunha, porém não sabia, ao certo, quando isso iria acontecer. Sou grata a Deus por poder voltar para cá e poder fazer a diferença nessa cidade, local que tenho tanto carinho e apreço.

OF: De forma geral, como enxerga o município de Flores da Cunha e seus habitantes?
Delegada Suélen: É uma cidade ótima para trabalhar e morar, que está se desenvolvendo de forma rápida, mas ainda mantém a tranquilidade, a segurança e uma comunidade unida pelos próprios florenses.

OF: E em relação a segurança? Quais parecem ser os principais problemas de Flores da Cunha? 
Delegada Suélen: Na cidade, creio que os maiores problemas são os crimes de estelionato (na maioria das vezes, os golpes praticados pelo meio virtual) na modalidade fraude eletrônica (utilizando-se das redes sociais para aplicar diversos tipos de golpes), delitos cometidos no âmbito da violência doméstica e familiar contra a mulher e o tráfico de drogas, delito esse que existe hoje em todas as cidades e, infelizmente, alavanca a prática de outros crimes (furtos, roubos, homicídios, etc.) e atinge, também, a saúde pública (usuários com dependência química que procuram reabilitação) e a estrutura familiar.

OF: O que a comunidade pode esperar da nova delegada? 
Delegada Suélen: Pretendo fortalecer ainda mais a segurança pública de Flores da Cunha, unindo esforços com as demais forças existentes no município, bem como reprimir e investigar, juntamente com a equipe policial, as infrações penais que nos competem elucidar, da melhor forma possível. Além disso, pretendo melhorar a sede da Delegacia de Polícia e os equipamentos de trabalho da equipe policial, como um todo.

Delegada Suélen Breda Panizzon assumiu a Delegacia de Polícia de Flores da Cunha no dia 2 de outubro. - Karine Bergozza
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