Geral

2002: um passo importante para Flores da Cunha

Com a instalação da Escola de Gastronomia UCS-ICIF, município florense ficou conhecido nacional e internacionalmente

Gastronomia, cultura e turismo. Flores da Cunha, desde 2002, começou a alçar voos mais altos nesses segmentos com a criação da Escola de Gastronomia UCS que se instalou no município em 2004. O fato tão importante na época ainda é visto com bons olhos nesse momento em que o turismo local está ganhando ainda mais parceiros e adeptos. 
Por isso, a implantação da Escola de Gastronomia em Flores da Cunha é assunto para esta matéria que comemora os 35 anos do Jornal O Florense e relembra fatos históricos que assumem importância para o desenvolvimento da cidade. 
Tudo iniciou em 2002 com a assinatura do contrato entre prefeitura e universidade, com parceiros que estão presentes até hoje: Centro Empresarial de Flores da Cunha e empresa Florense. A escola, implantada no Pavilhão I do Parque da Vindima Eloy Kunz, deu visão ao município que ainda tinha um caminho longo a percorrer na questão turística. “Flores da Cunha sempre se destacou no turismo e na gastronomia. Além disso, a comunidade se organizou e buscou a parceria com a universidade”, relatou o reitor da universidade da época, Luiz Antonio Rizzon, durante a assinatura do contrato. 
Foi em 10 de agosto de 2004, que o município de Flores da Cunha iniciou uma nova fase na área enogastronômica, quando inaugurou a Escola de Gastronomia UCS-ICIF (Italian Culinary Institute for Foreigners / Instituto de Culinária Italiana para Estrangeiros). “A escola fará a diferença no cenário turístico de nosso país”, afirmou o então prefeito da época, Heleno José Oliboni (in memoriam). “Tenho toda certeza que Flores da Cunha inaugura hoje a maior conquista dos últimos tempos. Essa conquista coloca o município no cenário internacional da alta gastronomia. A escola irá divulgar Flores da Cunha e toda a Serra em nível nacional e internacional. Esse projeto faz com que as três esferas de governo estejam perfeitamente integradas. A escola irá alavancar o turismo não só no município, mas em toda a região. Já cito um exemplo bastante prático, o fato  da inauguração ter atraído um grande número de pessoas que estão visitando o município. A escola conseguiu atrair pessoas e lideranças de diversas partes do país”, disse o ex-prefeito.
O atual diretor da Escola, Mauro Cingolani, diz que Flores da Cunha foi quem acolheu o projeto da Universidade de Caxias do Sul com o Instituto de Culinária Italiana para Estrangeiros. “Flores da Cunha muito se assemelha com a Itália e é muito parecida com a cidade sede do ICIF, Piemonte, uma cidade pequena, mas muito importante que faz parte de uma região de grandes vinhos, assim como Flores da Cunha. Essas similaridades não deixaram dúvidas que Flores da Cunha era a cidade ideal. Se tivéssemos escolhido outra cidade pelo maior número de pessoas, não teríamos essas características, que são fundamentais para o processo de conhecimento dos alunos”, declara Mauro.

O início
Conforme conta Maria Beatriz Dal Pont, que na época era supervisora da Divisão de Cursos de Extensão da UCS, a ideia, em um primeiro momento, era montar cursos de extensão de longa duração aos moldes de outros cursos já oferecidos, com edições limitadas. “Isto fazia parte de uma diretriz do então reitor, prof. Ruy Pauletti. À época, um destes cursos foi solicitado e patrocinado pela Florense: o curso de Design de Móveis”, relembra.
Segundo Maria, o curso foi um sucesso e, a partir da avaliação, houve o interesse por parte de Gelson Castellan em continuar com a parceria para outros cursos nos mesmos moldes. “Nisto surgiu o curso de gastronomia que eu estava montando. Imediatamente, houve uma manifestação de interesse e foi agendada uma nova reunião para apresentação do projeto”.
Na reunião, uma comitiva florense se fez presente: Gelson Castellan e Ézio Salles, da Florense; Maria do Carmo Zorgi, secretária de Educação de Flores da Cunha; Lídio Scortegagna, presidente da Câmara de Vereadores; Eusébio de Bastiani, presidente do Centro Empresarial de Flores da Cunha; e Olir Schiavenin, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua. “Naquele momento a comunidade de Flores da Cunha assumiu o projeto e nasceu uma parceria forte e duradoura que terminou por transformar um projeto de curso numa Escola de Gastronomia”.

Empresas parceiras
A Florense, a Prefeitura Municipal de Flores da Cunha, o Centro Empresarial e o Sindicato Rural foram parceiros desde o início. Depois, foram se somando outras entidades e empresas que financiaram, apoiaram e ajudaram a realizar e instalar a Escola. Dentre eles, ICIF que foi o parceiro que transmitiu o know how, forneceu treinamento, banco de receitas, docentes e materiais.
Outras empresas apoiadoras: Tramontina, Moinhos do Nordeste, Brastemp, Sadia, Arroz Tio João. 
Entidades como Apromontes, Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Banrisul, Ministério do Turismo, também colaboraram para a instalação e manutenção da Escola.

Objetivos alcançados e a busca por novos caminhos
“A Escola foi criada para ser um centro de cultura gastronômica, incentivando a profissionalização do setor, a formação de mão de obra especializada para restaurantes, hotéis, incentivar o enoturismo e fixar uma vocação da região para esse setor, mas alargando seus horizontes para todo o país”. Os objetivos descritos por Maria Beatriz Dal Pont foram conquistados pouco a pouco ao longo destes 17 anos. O diretor da Escola de Gastronomia, Mauro Cingolani, enaltece que “agora surgiram novos desafios, novas realidades, novos mercados”.
Para Cingonali, o futuro da escola é muito sólido, com projeto de ensino e de serviço bem claro. “Hoje temos ensino em todos os níveis: extensão, técnico, graduação, pós-graduação e cursos, além do restaurante Dolce Italia”, elenca.  E tudo isso refletiu na divulgação da escola – e de Flores da Cunha – por diversas cidades brasileiras onde atuam muitos dos profissionais que passaram pelas salas de aulas e laboratórios – chefes de cozinha, cozinheiros, padeiros, confeiteiros, sommeliers. “A quantidade de estabelecimentos que surgiram em toda a região, a profissionalização do setor, as vinícolas que abriram seus restaurantes e organizaram seus receptivos com base nas pessoas formadas pela Escola. Sem mencionar os profissionais espalhados por todo o país, recebendo prêmios e reconhecimento por seus trabalhos, mantendo restaurantes afamados, trabalhando e levando o nome da Escola em seus dólmãs. A melhoria nos serviços em geral, do vinho principalmente, cardápios, eventos. Sente-se a presença da Escola em todos os lugares”, relata Maria, bastante satisfeita por fazer parte dessa história.
“Hoje Flores da Cunha é conhecida nacionalmente e internacionalmente. Crescemos juntos e alavancamos o setor de turismo, dando mais oportunidades para os turistas e também para pessoas que procuram se profissionalizar e mudar a própria vida através da gastronomia. A escola se tornou um empreendimento fundamental para a cidade”, acrescenta o diretor Mauro Cingolani. 
Para prosperar ainda mais, em 2018, a escola foi ampliada e reformada, uma parceria com a prefeitura e o Centro Empresarial. Atualmente, as instalações possuem modernos equipamentos para proporcionar ao aluno uma experiência única. A área de 2 mil m² compreende: sala de aula prática, sala de degustação, auditório para aulas de demonstração, restaurante, bar, espaço kids, sala de panificação e confeitaria, sala para preparo de massas frescas, biblioteca, sala de atividades culturais, espaço de convivência, vestiários e showroom.
E o futuro da Escola de Gastronomia também é aguardado com novidades, novos projetos que Mauro não divulgou, mas todos com o intuito de evoluir ainda mais nas capacitações e serviços prestados pela Escola, mudando o panorama da alta gastronomia no município, “A Escola é um legado para o futuro”, encerra Maria.

 - Arquivo O Florense
Compartilhe esta notícia:

Outras Notícias:

0 Comentários

Deixe o Seu Comentário