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A semente do amanhã

Alunos do 3º e 5º ano da Escola Tancredo de Almeida Neves retomam projeto horta escolar

Apesar de o projeto horta escolar existir desde 2019 na Escola Municipal de Ensino Fundamental Cívico-Militar Tancredo de Almeida Neves, em Flores da Cunha, a chegada da pandemia impossibilitou a continuidade do trabalho. No lugar de canteiros e hortaliças, a vegetação havia tomado conta, mas, por meio de um trabalho em equipe, entre professores e alunos do 3º e 5º ano, além do auxílio de diversas pessoas da comunidade, a horta voltou a fazer parte do dia a dia dos estudantes. Hoje, o espaço dá vida às lindas plantações feitas pelas crianças das séries iniciais do Ensino Fundamental que, além do cuidado diário com o espaço, também aprendem com as experiências e trocas de informação.
A atividade tem como principais objetivos compreender a relação entre solo, água e nutrientes; identificar processos de semeadura, adubação e colheita; envolver a comunidade escolar na implantação e execução da horta durante o ano escolar; cooperar em projetos coletivos; buscar informações em diferentes fontes de dados para propor avanços e desenvolvimento; analisar e refletir sobre o meio ambiente a partir das práticas no âmbito escolar, e; compreender a importância de um trabalho em equipe.
A iniciativa de retomar a horta surgiu, conforme a diretora da instituição, Ana Paula Zamboni Weber, com a professora do 5º ano, Flávia Villa, e logo foi apoiada pela docente do 3º ano, Ana Paula Tonet, que já trabalhava com o projeto antes da pandemia. “A primeira ação foi entrar em contato com o setor do Meio Ambiente da prefeitura, por meio do biólogo Elias, que começou a trabalhar uma agricultura sustentável para os alunos. Ele orientou sobre a horta, plantio e depois foi para a prática, onde os estudantes selecionaram mudas e o que seria plantado. Ele ajudou a deixar a estrutura certinha para os tomates, que é o que tem de mais complexo”, explica Ana Paula, ao mesmo tempo em que relata que a Secretaria da Agricultura também auxiliou no preparo da terra para iniciar o plantio.
Além disso, o projeto também foi acolhido, desde o início, pelo Círculo de Pais e Mestres (CPM), que auxiliou na compra de sementes e mudas. E é por meio dessa união que, hoje, os alunos já estão podendo colher os seus próprios frutos, o que é motivo de muito orgulho para a diretora: “É uma realização de mais um projeto onde a gente vê um potencial de aprendizagem para os alunos”, revela, acrescentando: “a importância de as escolas trabalharem com a horta é esse contato com a terra, vivenciarem uma aprendizagem de conceitos vistos em sala de aula, valorizar e entender de onde vem o alimento. O que foi produzido já foi servido também na merenda escolar, então é um trabalho muito significativo para a formação dos alunos”, conclui. 
Importância essa que também é evidenciada pela professora da turma do 5º ano, Flávia Villa: “Eles aprendem até a comer melhor, aprendem de onde vem o produto, a verdura, as frutas; eles gostam muito porque é um aprendizado, é uma aula diferente. Eu ensino que de uma verdura pode se aproveitar várias coisas, não só a parte debaixo, as folhas também”, informa, enfatizando que a turma adora participar do projeto e que as semanas de chuva, nas quais não vão à horta, são uma ‘tortura’ para os estudantes. 
Durante essa caminhada, os alunos tiveram a oportunidade de aprender, juntamente com um biólogo, a cuidar das plantações, desde a época certa de plantar cada hortaliça até o preparo da terra e a adubação. Mas a atividade não termina por aí, hoje os estudantes também são responsáveis por manter a limpeza da horta: “Nós tiramos as ervas daninhas, as pedrinhas, e regamos, procurando não tirar os insetos que tem, como a  joaninha, que é muito importante porque ela faz uma das limpezas na horta”, explica a professora.
Atividade essa que a turma vem gostando de desenvolver. “Nós estamos aprendendo muito porque nós não fazíamos a mínima ideia de como era fazer uma plantação, quando a gente era menor, pensávamos que era só colocar a semente na terra e dar água”, revelam os alunos Amanda Chiossi de Ré e Lucas Michelotto de Araújo, de 11 e 10 anos, que vem colocando em prática o que aprenderam, em casa, regando plantas e flores.
Os jovens lembram que o mato havia tomado conta do espaço destinado à horta e que, para iniciar o projeto, a turma teve que colocar a ‘mão na massa’: “Nós tivemos que tirar o mato, primeiro, deixar a terra mais fofinha e depois começamos a regar”, relatam, lembrando que já imaginavam como a horta iria ficar, porém não sabiam a hora certa que as plantações ficariam prontas. “Não dá para saber a hora certa que vai aparecer, tudo depende do tempo, da terra, do sol e da água, depende também da verdura, por exemplo, o rabanete nasce mais rápido que a cenoura”, explicam, contando que aprenderam com o biólogo que algumas verduras demoram mais, outras crescem mais rápido, algumas precisam ser mais regadas e outras menos.
Em relação às atividades que continuam desenvolvendo, Amanda e Lucas explicam que, além de manterem a horta limpa, eles também têm a oportunidade de colher suas plantações. “Todas as sextas-feiras quatro pessoas vão na horta, tiram os matos e se já dá para colher as verduras e entregar para as merendeiras, toda a turma vai. Ainda não tiramos o tomate porque ele está crescendo, mas já tiramos os rabanetes, os repolhos e os alfaces”, revelam, ao mesmo tempo em que relatam que eles também adubam suas plantações com restos de comida, como cascas de ovos e de frutas.
Outro grupo que está envolvido com o trabalho na horta escolar é a turma do 3º ano integral, da professora Ana Paula Tonet, que desenvolve as atividades no turno da manhã – contraturno das aulas regulares. Conforme a docente, em outubro a turma passou a fazer parte do projeto, plantando diversos tipos de alface, salsinha, beterraba, rúcula e radicci. “Os alunos adoram a horta escolar, sempre querem ir até lá para ver como estão as plantinhas, se é preciso arrancar as ervas daninhas, dar água e adubação. Muitos deles nunca tinham vivenciado o trabalho na terra e alguns nem sabiam o nome dos utensílios”, destaca, explicando que os alunos ainda não tiveram a experiência de colher suas plantações devido ao curto período de tempo e a grande quantidade de chuvas que acabou estragando algumas hortaliças. “Quando estávamos com as alfaces crespas bem desenvolvidas fomos surpreendidos pela chuva de granizo. No entanto, estamos com os canteiros cheios esperando tempo favorável e boa colheita”, diz, animada.
A professora ressalta, ainda, que muitos pais estão gostando do projeto, afinal, por meio dele, as crianças têm a oportunidade de ter conhecimento sobre diversos temas. “Durante a execução do projeto os alunos aprenderam sobre semeadura, tipos de adubo, de solo e alimentação saudável. Neste ano, também ganhamos uma composteira com minhocas californianas, da Secretaria do Meio Ambiente, assim transformamos os resíduos da cozinha em adubo para a horta escolar”, frisa, reforçando que aprenderam muito sobre o mundo das minhocas e como elas são importantes para o solo.
Com o retorno positivo que a horta escolar está tendo, tanto dos alunos quanto dos pais, a escola pretende dar continuidade ao projeto, expandindo esses aprendizados para os demais alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental. Tanto é que já planejam aprimorar ainda mais o espaço. Conforme a professora Flávia Villa, para o próximo ano planejam colocar tela sombrite para cobrir a horta e um sistema de gotejamento para facilitar o trabalho. Novidades que devem render bons frutos. 

No mês de setembro, a turma do 5º ano retomou o projeto horta escolar. - Valdinéia Tosetto  - Divulgação Em outubro, a turma do 3º ano integral passou a auxiliar no projeto. - Divulgação  - Divulgação
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