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Andarilho que vive no Centro é hospitalizado novamente

Secretaria de Desenvolvimento Social informa que homem retorna para as ruas após receber atendimento. Saiba como ajudar casos semelhantes

Ninguém passava por ali sem desviar o olhar pelo menos por alguns segundos. Cobertores sujos, restos de comida, garrafas de bebidas alcoólicas vazias, lixo e moscas por toda parte. Em meio a esse cenário estava o andarilho Áureo Correa de Almeida, 40 anos, que dormia, comia e passava boa parte do dia ali. Foi neste pequeno espaço entre a vitrine de uma loja do Centro de Flores da Cunha e a calçada, quando o sol da tarde de sexta-feira, dia 12, ainda aquecia o espaço, que o jornal O Florense tentou conversar com Áureo. Tentou, pois nada dito pelo andarilho foi compreendido. Nem o nome, nem como foi parar ali, muito menos de quem havia recebido os agasalhos e a comida. A única expressão que ele balbuciou foi “Está bom assim”.

Foi na mesma sexta-feira, pouco mais de duas horas depois da abordagem, que uma ambulância do município foi até o local e retirou o andarilho da Avenida 25 de Julho, onde ficaria exposto ao frio severo dos dias que seguiram. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Social, Ricardo Espíndola, comerciantes tinham informado que há pelos menos dois dias Áureo não se levantava. “Uma assistente social foi até o local e constatou a situação dele. Temos acompanhado o caso e ele tem recebido atendimento no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e no Centro de Atenção Psicossocial (Caps 1 – Florescer), pois apresenta problemas de saúde mental. Porém, sempre que tentamos fazer algum trabalho mais longo ele acaba retornando para a rua”, lamenta o secretário. Áureo foi encaminhado ao Hospital Fátima, onde permanecia em observação até ontem.

Ajude de verdade
Espíndola explica que uma das dificuldades em evitar o retorno de Áureo para as ruas é em função da quantidade de doações que ele recebe como roupas, cobertores, comida e até bebidas alcoólicas. “Para realmente ajudar pessoas que passam por problemas sociais, basta entrar em contato com o Cras para que seja feito o cadastro e o encaminhamento para serviços necessários”, pondera o secretário. O andarilho não tem familiares no município e um irmão de 44 anos, também andarilho, morreu no Centro de Flores da Cunha no dia 7 de novembro de 2013, vítima de um mal súbito.

De acordo com a assistente social do Cras Danielle Valentini, Áureo é assistido pelo órgão há anos, porém, não busca os serviços, muito em função do auxílio que recebe da comunidade. “Sabemos que é difícil, pois nesta época do ano o clima é mais severo, mas a comunidade precisa ter o entendimento que se ele recebe tudo o que precisa na rua, ele nunca vai sair de lá, nunca vai procurar uma ajuda ou serviço”, complementa Danielle.

Quem procurar
O Centro de Referência de Assistência Social – Cras fica na Rua Ernesto Alves, 3.051, no bairro Aparecida, e atende pelo telefone (54) 3292.5502, ou ainda pelo celular de plantão (54) 9962.8917. A Secretaria de Desenvolvimento Social, junto à prefeitura, atende pelo 3292.1722.

* Colaborou Antonio Coloda


Áureo foi levado para o Hospital Fátima, onde permanecia até ontem. - Antonio Coloda
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