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Beatificação de Frei Salvador: Momento histórico de fé

Na próxima segunda-feira, dia 1º de outubro, a fama de Frei Salvador Pinzetta será sacramentada com a clausura do inquérito diocesano sobre sua vida e virtudes, cerimônia inicial para o processo de beatificação e canonização do primeiro ‘santo florense’. Outros santos se destacam em terras florenses e paduenses, segundo aponta levantamento do jornal O Florense

“Agradeço ao frei Salvador Pinzetta por uma grande graça alcançada no ano de 1982. Depois de 10 anos vim cumprir a minha promessa de deixar aqui no túmulo um par de muletas.” Esse é um dos inúmeros depoimentos presentes no túmulo do Frei Salvador localizado na Igreja Matriz de Flores da Cunha. Conhecido por sua simplicidade e pregação ao amor, a fama de santidade se espalhou rapidamente pelo município. Logo após sua morte, em 1972, iniciava-se o processo de beatificação. Mas foi a partir de 1989 que a fama de santidade se perpetuou com a peregrinação ao seu túmulo e o início da romaria em sua homenagem. Na próxima segunda-feira, dia 1º de outubro, essa fama será sacramentada com a sessão de clausura do inquérito diocesano sobre a vida e as virtudes do religioso, ou seja, os primeiros passos para o processo de beatificação e canonização do primeiro ‘santo florense’ estão concluídos.

“É um evento de muita importância para Flores da Cunha, pois se confirma que entre nós viveu um santo. A grande contribuição da igreja para a civilização é a santidade, pois com os sábios e os heróis é um modelo de existência humana”, afirma o vice-postulador da Causa de Beatificação de Frei Salvador, dom Ângelo Domingos Salvador. O evento ocorre a partir das 10h, no salão paroquial de Flores, e contará com a presença de autoridades eclesiásticas, frades, parentes e devotos do ‘santo’.

Na sessão de clausura os documentos sobre a vida e os feitos do capuchinho serão fechados em caixas e lacrados. Duas cópias do material serão enviadas à Congregação das Causas dos Santos, em Roma (Itália), no dia 26 de outubro, por dom Ângelo. Na Santa Sé o material será avaliado por peritos. Se for comprovado que o religioso viveu heroicamente a vida cristã ele será declarado como venerável. A partir disso, será aberto um novo tribunal eclesiástico sobre os possíveis milagres, que precisam ser documentados por médicos. “Se conseguirmos testemunhar isso e reconhecer os milagres, daí ele é declarado como beato e merece ser venerado publicamente. Estou muito satisfeito com o trabalho porque não há contradições na vida de Frei Salvador”, explica dom Ângelo.

Se beatificado, o Frei Salvador será o primeiro religioso da Província dos Capuchinhos no Rio Grande do Sul e também o primeiro santo florense. Embora não nascido no município, foi aqui que viveu seu testemunho. “Fui a Flores da Cunha em 22 de março de 1944. Comecei o trabalho espiritual e também o braçal, na horta, disposto a mudar de vida”, escreveu o Frei num caderno, citação divulgada no livro Frei Salvador Pinzetta – Sou o que sou diante de Deus.

“Ele está vivo em meu coração”
Um dos milagres mais recente atribuídos ao Frei Salvador Pinzetta ocorreu em março de 2012. A aposentada florense Regina Fortunatti, 77 anos, passava por momentos difíceis com a neta que estava em profunda depressão, não falava com as pessoas, vivia trancada no quarto e recusava-se a comer. “Um dia fui à missa com minha filha e quando voltamos para casa encontramos uma cartinha dela (a neta) que dizia que não tinha mais razão para viver. Ficamos desesperadas, pois imaginamos que ela faria alguma coisa mais séria”, conta a aposentada, com a voz embargada ao relembrar dos tempos ruins.

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“Sempre que precisava de um conselho ele tinha uma palavra de inspiração para me conceder. Por isso, acredito na sua santidade”, diz Regina Fortunatti.

A família procurou ajuda médica e iniciou um tratamento com medicamentos controlados. Nesse tempo, a jovem esteve por duas vezes internada na Clínica Paulo Guedes, em Caxias do Sul. Quando voltava para casa, continuava a mesma. “Ela não queria rezar. Então, comecei a rezar para diversos santos, principalmente a Nossa Senhora, mas sem muito resultado. Um dia peguei a Bíblia para ler uma passagem e abri na página onde tinha um santinho com as orações do Frei Salvador. Então, com muita fé, pedi ajuda a ele. Que se estivesse ao lado de Deus, que intercedesse junto a Ele e nos ajudasse a curar a minha neta”, relata.

Dona Regina fez um pacto com a filha, mãe da menina doente, e as duas decidiram fazer uma promessa ao Frei Salvador. “Durante dois domingos minha filha subiu as escadarias do Eremitério de joelhos, sem proteção, mas com fé profunda, clamando pela recuperação de sua filha”, relata Regina. Ao entrar na igreja, a mãe da menina doente se aproximou da imagem de Maria de Fátima. Naquele momento sentiu um calor muito forte no corpo, principalmente no peito. “Ela sabia que algo de muito bom aconteceria à nossa família”, complementa Regina.

A recuperação
Milagrosamente, 15 dias após o pedido, a jovem começou a dar sinais de melhora. “Ela me pediu para comprar a imagem da Nossa Senhora Consoladora, pois ela havia sonhado com a santa. Então, começou a rezar, frequentar a igreja e aos poucos voltou a comer e foi deixando os medicamentos. Hoje ela leva uma vida normal, trabalha, estuda e reza todos os dias. Voltou a ser uma menina feliz”, conta. Dona Regina não tem dúvidas de que foi um milagre do Frei Salvador, o mesmo religioso que anos atrás ela via seguindo em direção ao local onde hoje fica o santuário em sua homenagem. “Ele passava por aqui diariamente quando ia rezar. Chamava-me pelo nome e me deixava umas frutas. Lembro do sorriso doce que ele sempre carregava no rosto”, recorda.

Todos os dias a aposentada reza ao Frei agradecendo pela recuperação da neta. “Tinha certeza que ele não me abandonaria. Enquanto estava vivo me ajudou muito. Sempre que precisava de um conselho ele tinha uma palavra de inspiração para me conceder. Por isso, acredito na sua santidade. Espero viver para ver o nosso Frei Salvador ser canonizado pela Santa Igreja Católica”, diz a devota que acompanhou grande parte da vida religiosa do postulante ao título de santo florense. “É como se ele não tivesse morrido. Converso com ele todas as noites e sinto como se ele me respondesse. Ele está vivo em meu coração”, emociona-se dona Regina.

Processo de beatificação e canonização
Em 1979 foram iniciados os trabalhos de beatificação e canonização de Frei Salvador Pinzetta. Entretanto, somente em abril de 2011 os processos foram encaminhados com a instauração do Tribunal Eclesiástico Diocesano. Após dois anos de trabalhos e a participação de mais de 60 pessoas na coleta de documentos sobre a vida, as virtudes e a fama de santidade e o testemunho de 52 pessoas o processo está concluído. “A equipe do Tribunal Eclesiástico trabalhou muito bem e não poupou esforços para a causa. Estou muito satisfeito, até porque há uma unanimidade nos argumentos de santidade do frade”, destaca o vice-postulador dom Ângelo Domingos Salvador.

O arquétipo é composto por seis volumes, com cerca de 250 páginas cada. O original possui 1.381 páginas carimbadas, assinadas e autenticadas. Os documentos serão direcionados à Cúria Diocesana de Caxias do Sul (uma cópia), à Cúria Provincial dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul (duas) e à Congregação das Causas dos Santos (duas cópias). O Vaticano tem uma lista com mais de mil candidatos à beatificação. O processo é o primeiro da Província dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul.

Uma vida transformada pela religiosidade
A história da aposentada Olita Dalla Vale Cavagnolli, 72 anos, moradora do Travessão Divisa, em Nova Pádua, com o Frei Salvador Pinzetta teve início há cerca de 14 anos. Na época, a idosa, que trabalhou na colônia desde muito cedo, passou a sofrer de artrose (doença articular degenerativa) nos joelhos. A situação se agravou a tal ponto que ela já não conseguia mais caminhar devido à intensidade das dores. “Não saía mais de dentro de casa, ficava a maior parte do tempo na cama e me movimentava com a ajuda de uma bengala”, descreve.

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Olita Dalla Vale Cavagnolli é devota de Frei Salvador há 14 anos, quando participou da Romaria e teve uma graça alcançada.

Ela conta que em um feriado de Corpus Christi estava na cama com fortes dores e ouvia a missa da manhã pelo rádio. “Chovia muito, mas meu esposo me pediu onde que eu gostaria de ir naquele dia. Mesmo chorando de dor, senti uma vontade imensa de ir até o Eremitério, onde na parte da tarde seria realizada a 10ª procissão em honra ao Frei Salvador Pinzetta. Pedi a ele que me levasse, pois sentia que se fosse lá iria melhorar”, relembra Olita.

Foram de carro e ao entrar no santuário ela pediu ao Frei a graça de poder caminhar novamente. Em agradecimento, prometeu ir todos os anos ao Eremitério durante a romaria. Milagrosamente, o pedido foi atendido e, aos poucos, a aposentada foi melhorando e retomando as atividades normais. “Não fiz nenhuma cirurgia. Foi como estar morta e receber a vida novamente. Voltei ao trabalho e passei a ter uma vida normal novamente”, conta, atribuindo o milagre ao Frei Salvador, que para ela já ganhou status de santo. “Depois que o conheci a minha vida se transformou”, completa ela.

A promessa está sendo cumprida. Desde então, todos os anos durante as celebrações de Corpus Christi, dona Olita e o esposo assistem à missa campal e vão à procissão eucarística, realizadas em frente à Igreja Matriz de Flores da Cunha, e depois seguem a pé os 4,5 quilômetros até o Eremitério. “Serei grata ao Frei Salvador até o fim da minha vida. Todos os dias converso com ele e peço que me cuide. Também agradeço pelo bem que me fez”, afirma a aposentada, que também é devota de Santo Antônio.

Devoção aos santos
Mas, se Frei Salvador é um ‘santo local’, outros também se destacam em terras florenses e paduenses: pela devoção, pela popularidade ou por milagres atribuídos. Num levantamento feito pelo jornal O Florense foi enumerado os santos mais populares de Flores da Cunha e Nova Pádua. O ranking foi baseado no número de capelas em que os santos são padroeiros ou têm festa em sua homenagem. Por isso, alguns dos santos mais festejados do país, como Nossa Senhora Aparecida, não aparecem na pesquisa.

De acordo com o levantamento, Santo Antônio, o Santo Casamenteiro, ocupa o primeiro lugar, com quatro capelas apadrinhadas e oito festas dedicadas. Na sequência, está Nossa Senhora do Caravaggio, com cinco capelas/festas em homenagem. Após estão Santa Lúcia e São João Batista com quatro festas em honra. E em seguida, Santa Bárbara e Nossa Senhora de Fátima, com três eventos. Aparecem ainda entre os mais populares São Gotardo, Santa Juliana, Santa Líbera, São Francisco de Assis, Santo Izidoro e Nossa Senhora do Carmo.

Conforme a professora de História e pesquisadora Gissely Lovatto Vailatti, a devoção aos santos é uma prática cultuada desde a saída dos primeiros imigrantes da Itália, ora por graças alcançadas, ora pela proteção contra o mal. “Carregavam consigo medalhas, imagens ou alguma estatueta. Muitos imigrantes eram analfabetos e conheciam a história da vida dos santos por transmissão oral. Diversos santos eram mártires e isso motivava a devoção dos cristãos”, explica Gissely.

Devido a essa devoção, logo que se estabeleceram no ‘novo mundo’ construíram oratórios e capelas em homenagem aos santos. “As imagens eram escolhidas naturalmente. Não raro, quem doasse o lugar para a construção do oratório tinha a preferência na escolha do santo protetor. Geralmente era um santo que já cultuavam na comunidade de origem, e que, por sua vez, dispunham de imagem. Noutros casos, tendo alguma imagem ou estatueta, elegiam um santo considerando alguma graça alcançada por um dos vizinhos. Por isso, enquanto a maioria dos santos escolhidos em homenagem ao lugar de origem foram Nossa Senhora do Caravaggio, Santo Antônio, São Vitor e Corona, Santa Bárbara, Santo Isidoro, entre outros, houve casos de escolha por graças alcançadas, às vezes, santos muito raros entre aqueles que colonizaram a região”, destaca a pesquisadora.

Um dos casos de intensa devoção é a dedicação a Nossa Senhora do Caravaggio, trazida pelos imigrantes e mantida por seus descendentes. Em especial, no distrito florense de Mato Perso são atribuídos à santa diversos milagres. A moradora Maria Pandolfi, que na última semana teve sua casa parcialmente destruída por um desmoronamento de terras devido à chuva, correu para a imagem de Nossa Senhora do Caravaggio durante os momentos de pavor. “Foi tudo muito rápido e pedi proteção a ela”, conta. Segundo Gissely, que está produzindo um livro sobre Mato Perso, ouviu em diversas ocasiões comentários da comunidade sobre “pedir para Nossa Senhora do Caravaggio, que vai dar tudo certo”. “Sempre falam com tanta convicção que parece que ela é um elo infalível com Deus. Eu já tinha grande devoção pela santa, hoje tenho também admiração”, conclui a pesquisadora.

Os mais populares
Santo Antônio de Pádua
De família rica, entrou para um convento de Lisboa e, depois, para uma ordem franciscana. Foi enviado para Marrocos, onde ficou muito doente. Na volta à Europa, seu navio naufraga e Antônio é levado para Sicília, na Itália. Lá ele ganha fama de casamenteiro por ajudar moças pobres a pagar os dotes, obrigatórios para o matrimônio.
Dia: 13 de junho
Capelas apadrinhadas: Igreja Matriz de Nova Pádua, Fulina, Linha 80, Travessão Accioli, Travessão Paredes, Igreja Matriz de Otávio Rocha, Santa Justina e capitel São Sebastião.

Nossa Senhora do Caravaggio
É o título dado a mãe de Jesus, Maria, que segundo a tradição apareceu na localidade de Caravaggio, na Itália, no ano de 1432, à camponesa Joaneta, uma mulher piedosa e sofredora. Como sinal da origem divina da aparição e das graças que ali seriam dispensadas, ao lado de onde estavam os pés da santa, brota uma fonte de água límpida e abundante, existente até hoje. Nela muitos doentes recuperam a saúde.
Dia: 26 de maio.
Capelas apadrinhadas: Travessão Carvalho, Serra Negra, Fulina, Travessão Cavour e Travessão Accioli.

Santa Lúcia
Pertencia a uma rica família italiana e teve formação cristã. Fez voto de viver em virgindade perpétua, porém estava prometida a um noivo pagão. O noivo rejeitado vingou-se e entregou Lúcia a um prostíbulo. Ficou presa e nesse período seus olhos foram arrancados, mas no dia seguinte estavam novamente perfeitos. Por este milagre é venerada como protetora dos olhos. Foi decapitada em 303 por não oferecer sacrifício aos deuses e nem quebrar seu voto de castidade.
Dia: 13 de dezembro
Capelas apadrinhadas: Lagoa Bela, São Cristóvão, loteamento Parque dos Pinheiros e Travessão Divisa.

São João Batista
João Batista era filho do sacerdote Zacarias e Isabel. Foi profeta e considerado o precursor do prometido messias, Jesus Cristo. Batizou muitos judeus, incluindo o próprio Cristo, no Rio Jordão. No dia 29 de agosto é lembrado o martírio de Batista.
Dia: 24 de junho (natividade); 29 de agosto (martírio)
Capelas apadrinhadas: Travessão Cavour, Travessão Alfredo Chaves, Travessão Curuzu e capitel São João Batista.

Santa Bárbara
Foi uma jovem nascida na Turquia e filha única do nobre. Com receio de deixar a filha no meio da sociedade corrupta, seu pai a trancafiou numa torre. Na solidão, Bárbara passou a adorar Jesus Cristo. Seu pai, contrário a fé cristã, a denunciou. Foi torturada e degolada pelo próprio pai. Quando a cabeça de Bárbara rolou pelo chão, um imenso trovão foi escutado. É por isso que passou a ser conhecida como protetora dos relâmpagos e tempestades.
Dia: 2 de dezembro.
Capelas apadrinhadas: Santa Bárbara, Travessão Divisa e Linha 60.

Nossa Senhora de Fátima
É uma das aparições mais famosas de Maria. Em 1917 ela apareceu a três pastorinhos em Fátima, Portugal, a quem fez três revelações. A primeira era a imagem do inferno; a segunda previa o início da Segunda Guerra Mundial; e a terceira (revelada em maio de 2000) referia-se ao atentado sofrido pelo papa João Paulo II (em 13 de maio de 1981) e à perseguição comunista contra o catolicismo.
Dia: 13 de maio.
Capelas apadrinhadas: Restinga, Travessão Alfredo Chaves e Eremitério do Frei Salvador.

Fontes: ‘Capelas de Flores da Cunha – Jornal O Florense’; Paróquia São Marcos de Otávio Rocha; ‘Um Santo para cada dia’, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini; ‘
Frei Salvador Pinzetta – Sou o que sou diante de Deus’, de Antonio Coloda, Felipe Salvador, frei Santos Coloda e Valentin Coloda.


Crença em Santo Antônio é passada de geração para geração
Na residência do agricultor Ângelo Caon, 88 anos, no Travessão Barra, interior de Nova Pádua, as imagens de santos têm lugar cativo na sala de jantar. Nossa Senhora Aparecida divide espaço no pequeno altar improvisado sobre a cristaleira com as imagens do Sagrado Coração de Jesus e Imaculado Coração de Maria. Os quadros da Santa Ceia e da Face de Cristo Crucificado emolduram o cantinho de fé. Em outra direção, organizadamente dispostos na parede da sala de estar, ficam os retratos dos integrantes da linhagem Caon, desde os antepassados que vieram da Itália. Todos guardados pela imagem da Nossa Senhora de Fátima.

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Agricultor Ângelo Caon, do Travessão Barra, em Nova Pádua, aprendeu com os pais a venerar Santo Antônio.

A crença é diversificada. Porém, Santo Antônio, padroeiro do município onde nasceu, ocupa lugar de destaque no coração do octogenário. Caon conta que nunca esquece o santo que aprendeu a amar e respeitar por intermédio dos pais. “Meu amor por ele não tem tamanho. Acredito que seja o maior santo do mundo. Todas as manhãs e todas as noites rezo a ele, agradecendo e pedindo proteção e saúde para mim e para a minha família”, comenta o agricultor. Quando questionado sobre uma graça alcançada, mais do que depressa responde: “São muitas, de uma vida inteira”.

Caon fez questão de passar um pouco da fé que carrega consigo aos seus descendentes, os 10 filhos, 20 netos e nove bisnetos. Mas lamenta que nos dias de hoje as famílias estejam tão distantes de Deus e da igreja. “Vou à missa todos os domingos, desde que era criança. Naquela época, a gente caminhava uma hora e meia por um caminho feito a picão para chegar até a igreja, mas fazíamos com gosto, porque era um momento que reunia a todos. Hoje as pessoas têm carro, estrada asfaltada e mesmo assim não arrumam tempo para buscar a palavra de Deus. Acho que falta fé para a humanidade”, lamenta o agricultor.

A aposentada florense Regina Fortunatti, que conversava com o Frei, agradece diariamente ao ‘santo’. - NaHora/Antonio Coloda
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