Biblioteca Érico Veríssimo está mais requisitada e tem planos para expansão
Mudança para a Casa da Cultura atraiu leitores e ampliação já começa a ser estudada pela Prefeitura
Se engana quem pensa que os livros estão com os dias contados. Pelo menos em Flores da Cunha, a Biblioteca Pública Érico Veríssimo demonstra a força da leitura no papel, atendendo a um público fiel e que anseia por novas obras. Inclusive, há planos para expansão do local pela prefeitura.
Mesmo com a facilidade de acesso às obras digitais, a bibliotecária Claudia Ricini Martins Piva, responsável pela administração do espaço, relata um crescimento no número de frequentadores da Biblioteca, especialmente após a divulgação do novo endereço no Google Maps.
— Tenho percebido um aumento constante na busca pela Biblioteca, especialmente depois que criei o perfil no Google Maps. Muitas pessoas, que vem (à prefeitura) resolver algum assunto na Secretaria de Educação, acabam descobrindo que a biblioteca está aqui e aproveitam para conhecê-la. Isso aumentou muito a procura — comenta.
Com mais de 20 mil livros em seu acervo e 5 mil histórias ainda por registrar, a instituição passou por aprimoramentos significativos após a transferência dos exemplares do Museu para a Casa da Cultura Flávio Luis Ferrarini, em 2020. Desde a renovação do mobiliário, novos espaços de leitura, como a sala infantil e as salas de estudo, computadores com acesso à internet e a digitalização dos processos de retirada, devolução e reserva dos livros.
Claudia reforça que a mudança para um ambiente amplo e exclusivamente dedicado à biblioteca foi significativa. Porém, avalia que, após quatro anos, o local está se tornando limitado para acomodar a crescente quantidade de livros e solicitações dos usuários.
— Eu e a subsecretária de Cultura, Camila (Stuani Pauletti), estamos com planos de ampliar o espaço. Começamos a perceber que o local está se tornando pequeno para as nossas necessidades e para o número de livros. Estamos avaliando a possibilidade de expansão, mas ainda não há nada concreto — conta.
Na parte estrutural, a bibliotecária relata demandas de ampliação do local para armazenar o acervo, para receber mais visitantes e até para realização de eventos culturais. Outras demandas são a solicitação de novos livros por parte dos leitores e a adequação do horário de funcionamento para atender quem trabalha em horário comercial. Atualmente, a Biblioteca Municipal funciona de segunda a sexta-feira, das 8h15min às 11h45min e das 13h30min às 18h.
“É como uma terapia”
Os principais usuários da Biblioteca Pública são adultos na faixa etária de 20 a 50 anos e crianças incentivadas por seus pais a cultivar o hábito da leitura, segundo a bibliotecária Claudia Piva. Entre este público fiel está a paduense Lucimara Rezende, 37 anos, que frequenta o espaço há uma década. A leitora voraz busca por bons suspenses, aprecia a literatura brasileira e não abre mão do papel.
— Sempre gostei de ler. Para mim, é como uma terapia; consigo me livrar dos problemas e fico (em outra realidade). Eu gosto de pegar os livros (na mão). O digital não é para mim, sou mais do antigo. Acho que a presença do livro em suas mãos te atrai mais para a leitura — opina.
Quem também concorda que a experiência de passar as páginas é única é João Vitor Mainardi, 11, que vem de uma família de leitores. O estudante se aventura nas coleções de fantasia, devorando os livros de Rick Riordan. Suas primeiras leituras na biblioteca florense foram as famosas séries de Percy Jackson.
— Sempre gostei de ler livros físicos. Desde pequeno, meu pai me contava histórias usando livros físicos. Ele e minha irmã também gostam muito de ler. Acabamos nos tornando uma família de leitores. Como os livros estão muito caros, é muito bom ter uma biblioteca física, onde você pode retirar livros de graça — destaca o jovem leitor.
Embora a estante pública abrigue uma variedade de livros, que atendem desde as crianças até os adultos em busca de clássicos, os leitores apontam algumas melhorias que ainda precisam ser feitas.
— Penso que a biblioteca poderia incluir livros mais atuais. Muitos dos que encontrei aqui são de 2015 para baixo. Seria interessante ter livros mais novos, já que muitas publicações recentes estão sendo lançadas — sugere João Vitor.
Para Bernardo Nissola Azevedo, 13, que acompanha o pai Luis Carlos Azevedo na leitura, a sugestão para o espaço evoluir é a divulgação.
— É divulgar mais (a biblioteca) e incentivar a leitura dos jovens nas escolas e, principalmente, nas famílias. Hoje em dia, vemos que os leitores são, em sua maioria, adultos. Então, é importante incentivar a leitura dentro de casa — pondera.
A subsecretária de Cultura, Camila Stuani Pauletti, destaca que a prefeitura está estudando formas de atender as necessidades do acervo e dos frequentadores da biblioteca. Todavia, as melhorias ainda não têm uma data definida para serem implementadas, com exceção da compra de novos livros, prevista para 2025.
— A prefeitura já faz um estudo para construir um mezanino na Biblioteca. Isso é importante para incluir obras raras das quais não podemos nos desfazer, pois são itens que contêm dados econômicos e históricos. Esses itens não cabem no Arquivo Histórico e não são adequados para ficarem lá. Por isso, precisam de um espaço próprio na Biblioteca. O estudo para a ampliação já está em andamento, assim como a compra de novos livros, com uma bibliografia mais atualizada. Também analisamos a questão do horário, para ampliar o funcionamento e facilitar o acesso a quem trabalha durante o horário comercial — afirma.
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