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Casamentos em alta, e separações também

Em Flores, número de dissoluções cresceu 7%, enquanto que uniões diminuíram 4%

Antigamente não havia quem não casasse. Mas, os tempos mudaram e com ele os costumes. Embora os casamentos continuem em alta, o número de divórcios cresce em Flores da Cunha em uma velocidade maior. De 2006 a 2009, as uniões diminuíram 4,84%, enquanto que as dissoluções de casamento cresceram 7,38%. No ano passado, houve redução tanto no número de casamentos quanto no de separações. Foram 98 casamentos e 51 divórcios/separações, enquanto que em 2008 havia sido 128 uniões contra 70 separações/divórcios. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Fundação de Economia e Estatística (FEE).

Para se ter uma ideia, em dez anos foram registrados 992 casamentos na cidade. No mesmo período houveram 506 dissoluções, ou seja, 51,12% de separações contra 48,88% de casamentos. Se analisarmos os dados mais profundamente e evoluirmos os anos, percebe-se que os números se inverteram nos últimos dez anos. Em 20 anos, foram 1.993 uniões contra 711 separações, ou seja, eram 64,3% de casamentos e apenas 35,6% de divórcios. Desta forma, enquanto que em 1991 aconteciam 9,6 casamentos para um divórcio em Flores da Cunha, em 2009 esta relação passou a ser de 1,9 por 1. Segundo o IBGE, o aumento do número de divórcios pode ser explicado não somente pela mudança de comportamento na sociedade, mas também pela criação da lei 11.441, de 4 de janeiro de 2007, que desburocratizou e agilizou os divórcios consensuais.

Para a psicóloga Virginia Toni Felippetti, que há 11 anos trabalha com terapia de casal, as leis do divórcio facilitaram o processo de separação, porém outros pontos também são relevantes e devem ser analisados. "Atualmente as pessoas se permitem mais encerrar relacionamentos conjugais que não consideram bons. Parece que hoje as pessoas têm menos tolerânica na resolução de conflitos. Buscam uma realização plena e rápida de seus desejos e têm mais dificuldades em lidar com limites. Por consequência entram e saem de relacionamentos com maior facilidade e resistem mais a assumir as responsabilidades de uma união estável", pontua. De acordo com ela, muitos casais optam por morar juntos para experimentar se a união dará certo. "Cabe a cada casal analisar os pontos positivos e negativos com muita atenção ao assumir um compromisso a dois, porque o processo de separação sempre é difícil e pode deixar marcas profundas", frisa.

Em caso de separação, Virgínia orienta que a melhor maneira de encarar o término, quando o casal não tem filhos, é conversar. Por outro lado, quando os filhos estão envolvidos o cuidado deve ser maior. "Os filhos devem ser preservados ao máximo. É muito comum num processo de separação os filhos ficarem divididos, tristes e confusos. Os pais não devem de maneira alguma tentar aliar-se com os filhos contra um dos cônjuges, nem usá-los de 'joguete'. A separação é do casal e não dos filhos. Algumas pessoas ao se separarem, separam-se ou abandonam seus próprios filhos. Isso sim pode ser devastador", alerta a psicóloga.

Casamento

Apesar desses números, Flores continua registrando aumento no número de casórios. De acordo com dados da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, para 2011 já estão agendados 34 casamentos religiosos. Em 2010, as uniões religiosas também oscilaram. Foram 44 neste ano, 56 no ano passado e 54 em 2008. "Mesmo com as separações acredito que sempre haverá o sonho de casar. A grande maioria das pessoas passa a vida toda procurando um grande amor e o sonho de casar vem como uma embalagem de magia e sonho a este presente", afirma a psicóloga, que destaca que o diálogo é a palavra chave para cada relacionamento. "Outras também são importantes como respeito ao outro e a si mesmo, criatividade, bom humor e companheirismo", enumera. No livro Amor, casamento, separação – A falência de um mito, a autora Ieda Porchat escreve que: "A imensa maioria das pessoas quer ter alguém. E hoje há inúmeras formas de se relacionar afetivamente que não o casamento tradicional. Ter alguém não deixou de ser importante. Todo mundo tem o direito de ser feliz".

Obs: Para a construção dessa matéria foram somados os números de separações judiciais e divórcios para obter os dados de términos de casamentos. Entretanto, ressalva-se que antes de obter o divórcio, os casais passam pela separação, o que, em algumas ocasiões, pode coincidir os números.


Diferença entre separação e divórcio

A separação judicial pode ser considerada uma etapa antes do divórcio. Com a separação e o divórcio, o homem e a mulher não precisam mais manter os deveres do casamento (fidelidade, morar junto, ter uma vida comum, cuidar dos filhos). A diferença principal é que só com o divórcio a pessoa pode se casar de novo.

Se o casal concorda com a separação, ou seja, os dois sabem que o relacionamento tem que acabar, há o que chamamos de separação consensual. Já o divórcio só será conseguido se o casal já estiver separado judicialmente há um ano, ou o casal que não mora mais junto há pelo menos dois anos. Durante o processo de divórcio, é o obrigatória a partilha de bens, o que não ocorre durante a separação judicial.
Fonte: Consumidor Brasil


Saiba Mais
- No Brasil, em 2008, foram 960 mil casamentos, contra 150 mil divórcios;
- 45% dos homens divorciados voltam a se casar;
- 1 em cada quatro casamentos é desfeito no país;
- 150% foi o aumento de casamentos entre maiores de 65 anos;
- 23% das mulheres que se casam são mais velhas que os maridos;
- O Rio Grande do Sul tem a menor taxa de nupcialidade registrada com 4,4 casamentos por mil. O Acre tem 11,2 por mil.
Fonte: IBGE



 

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