Geral

Como enfrentar um final de ano atípico

Pandemia trouxe uma nova realidade e é preciso esforço, afirma psicóloga

Confraternização na empresa, reunião com os amigos, Natal com toda a família reunida, Ano Novo na praia em grandes aglomerações são assuntos que pertencem ao passado. Ou pelo menos deveriam enquanto a vacina contra a Covid-19 não chega. Mas como se adaptar a uma nova realidade especialmente em um final de ano? Para a doutora em psicologia e coordenadora do curso de Psicologia do Centro Universitário Cesusa, em Cachoeirinha/RS, Paola Vargas Barbosa, é necessário se esforçar para compreender a nova realidade.
“É preciso fazer um esforço para contribuir com as regras de distanciamento. As pessoas precisam pensar em como o distanciamento funciona dentro dos seus grupos e avaliar. Há regiões onde o risco de contaminação já é mais baixo”, afirma. A realização de atividades ao ar livre, em locais ventilados e com grupos menores, respeitando as regras sanitárias, deve ser considerada.
Para diminuir o peso de todas as questões que envolvem a Covid-19, Paola sugere que o anfitrião ou responsável por organizar a atividade, pode aproveitar para criar alguma brincadeira. “O uso de álcool em gel pode ser uma brincadeira interessante na chegada. Um cartaz legal, uma pessoa que faz o papel de hostess, que dá as boas-vindas e garante a higienização de todos é uma alternativa”, sugere.
O importante, ressalta a psicóloga, é não ignorar algo tão relevante como uma pandemia. “Ignorá-la coloca pessoas em risco e podemos ter um novo aumento de casos e mortes”, avisa. Muitas pessoas perderam familiares e amigos  para a doença e em um momento de festa é possível que nem todas tenham elaborado bem a perda. Para Paola, quem passou pela dor terá o primeiro Natal pela frente sem a presença de um ente querido. 
“É importante pensar que algumas famílias terão a necessidade de falar da doença que causou sofrimento. Falar sobre essas perdas pode ser uma estratégia de tornar esse sofrimento mais sustentável”, destaca.
Essa não será uma realidade de todos e ficar falando sobre doença e Covid-19 o tempo todo não é bom. “Não podemos esquecer dos cuidados e aproveitar para fazer um exercício interessante. Pode ser o de pensar, em conjunto com amigos ou familiares, o que mudou na nossa vida. Que reflexões fizemos? Será que queremos voltar para a mesma vida de antes da pandemia? Será que refletimos sobre nossa vida, escolhas, tempo dedicado à família, ao trabalho, aos sonhos? Muitas famílias tiveram que se unir para superar as dificuldades desse momento. Outras viveram esse momento como um aumento de crises e dificuldades. Refletir sobre isso pode apontar caminhos para o novo ano que nos aguarda”, salienta Paola.

Respeito e ajuda

Muitas pessoas não gostam de festas de final de ano e outras, por diversos motivos, já vivenciaram luto, tristeza e até mesmo depressão. São casos que precisam de abordagens diferentes, conforme explica a psicóloga Paola Vargas Barbosa. “Algumas pessoas não gostam de datas festivas e são pressionadas a participar. Respeitar o desejo dessas pessoas pode aliviar enormemente a pressão, garantindo também melhor bem-estar psicológico para elas”, afirma. 
Para quem está preocupado com a pandemia e o risco de contágio, vale o mesmo. “Também precisamos respeitar essas decisões. Achar alternativas para envolvê-los na festa, como uma videochamada, pode ser uma alternativa de “estar junto” respeitando as escolhas de segurança e saúde de cada um.” Já nos casos de tristeza ou depressão, Paola argumenta que essas pessoas precisam de atenção psicológica, especialmente as que não se sentem bem somente nesta época do ano na qual as festividades podem ser um gatilho para aumentar o sofrimento. 

 - Divulgação
Compartilhe esta notícia:

Outras Notícias:

0 Comentários

Deixe o Seu Comentário