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Comunidades e Bairros: A fé e a devoção

Conheça as igrejas de São João e arredores

São João Batista/Travessão Cavour
A primeira capela foi construída em 1882, de madeira, e foi dedicada a São João Batista e a Nossa Senhora do Rosário. Foi benta em maio de 1882 pelo Padre Agostinho Magon. Em 1929, as famílias de Luigi Mascarello e Luiz Bett adquiriram um sino de bronze, que era tocado todos os dias às 11h30min para anunciar que era hora de ir para casa da roça para preparar o almoço. Em outros horários, para anunciar missa ou em caso de desgraça. Em 1946, os fabriqueiros Giuseppe Zim e Ângelo Zamboni iniciaram a construção da atual igreja, de alvenaria, no terreno doado pela família de Lourenço Bett. Em 1948, foi abençoada pelo pároco Frei Eugênio. 
No local onde ficava a antiga igreja de madeira foi construído um pequeno salão que foi substituído por outras construções até chegar ao salão atual, de alvenaria.
A maior festa da localidade é realizada no mês de maio, em honra a Nossa Senhora de Caravaggio. A primeira imagem da santa, que hoje acompanha os fiéis, foi doada por Francisco Marcelino Eberle, por graça alcançada.

A santa que foi levada embora
São João tem diversas curiosidades pitorescas. Uma delas é que desde o início os moradores da localidade não simpatizaram com São João e, na hora da construção da Igreja, dedicaram à capela a Nossa Senhora do Rosário, lá em 1882, quando foi fundada a comunidade. 
A primeira imagem da santa, em madeira, foi levada embora pelo padre Francisco Schuster. “Fizeram dois vestidos para a imagem; um melhor que só era colocado no dia da festa, e outro nos demais dias. No dia da festa, duas moças do Peretto discutiram com umas pessoas da comunidade e foram para casa, e, de raiva, fizeram um vestido bem igual ao de Nossa Senhora”, contou Pepa Zim (in memoriam) a Valentin Coloda, escritor do livro ‘110 anos da Capela São João Batista’.
“Tudo em decorrência de brigas. Na época, chegou o padre (Francisco Schuster, da congregação palotino) e viu as duas moças vestidas igual à Santa e ficou desapontado. Como castigo confiscou a imagem”, conta Alex Eberle, que atua em uma pesquisa para encontrar a santa perdida. 
Conforme relatos, na época havia uma rotatividade grande de padres e Schuster foi embora. “Comecei a pesquisar na região de Santa Maria, onde havia o núcleo dos palotinos, paróquias de Nossa Senhora do Rosário e, por sorte, cheguei a um santuário que tinha uma imagem de madeira de Nossa Senhora do Rosário, com roupas de panos. Eles têm uma versão que a imagem chegou com os primeiros imigrantes, mas são contraditórias”, declara Eberle, que enaltece que na época era muito difícil trazer uma imagem de grandes proporções da Itália – quadros eram mais fáceis – além de que imagens de madeira eram predominantes da região. “Se tivesse vindo de lá, seria de gesso”, informa.
Eberle agora está em busca de um diário do padre Francisco Schuster e do livro Tombo da paróquia de Arroio Grande, em Santa Maria, onde se encontra a imagem. 

Do Rosário à Caravaggio
Há mais de 60 anos, a localidade de São João também é reconhecida pela festa e romaria em homenagem a Nossa Senhora de Caravaggio
Não se sabe bem ao certo a época que teve a transição da Nossa Senhora do Rosário para Nossa Senhora de Caravaggio, mas uma coisa era certa: a comunidade não queria São João. 
“A devoção por Nossa Senhora de Caravaggio pode ter nascido com a minha família. Meu tio mais velho ficou muitos meses doente, com pneumonia, entre a vida e a morte, e meu avô paterno fez a promessa de doar uma imagem da santa caso meu tio se curasse. E isso veio a acontecer”, conta Alex. 
O jovem também conta que a festa em honra à Caravaggio também possuía peculiaridades, mas que essas foram se perdendo com o tempo: “Começávamos na sexta-feira de noite com a buchada e, no domingo de manhã, tínhamos duas missas. A primeira, às 8h30min. E ali, então, foram as primeiras manifestações de caminhadas para a localidade”, diz. Os moradores das comunidades vizinhas se deslocavam a pé até São João, participavam da missa das 8h30min e, após, comiam bucho (sobrado da sexta-feira). “Faz uns 20 anos que iniciaram as caminhadas no dia de Nossa Senhora, 26 de maio. Isso começou com a família Pelizzer”, conta Eberle.  

Santa Bárbara/Travessão Claro
A primeira igreja da localidade foi benta em 10 de maio de 1964 pelo Frei Thomaz de Machadinho, a qual substituiu um capitel dedicado à Santa Bárbara. A devoção à santa se justifica pelas recorrentes tempestades que assolavam a região. 
A igreja atual, com traços e detalhes modernos, foi edificada na década de 80.

 

 

 

São Caetano /Travessão Claro
No alto da colina, a igreja se destaca. Construída em 1895, é a igreja de alvenaria mais antiga de Flores da Cunha, com 126 anos. As terras foram doadas pela família Zanetti.

 

 

 

 

São Valentin/Travessão Gavioli
Em Flores da Cunha temos uma Capela dedicada ao santo, na região sudeste do município. A primeira igreja foi construída em 1988. Era um pequeno capitel de madeira. Anos depois foi destruída e, em seu lugar, construída uma igreja de madeira, que se localizava aonde atualmente se encontra a igreja de alvenaria, inaugurada em 14 de fevereiro de 1949. Apesar de estar geograficamente inserida em território florense, a comunidade faz parte da Paróquia Nossa Senhora de Caravaggio de Ana Rech (Caxias do Sul).

 - Gabriela Fiorio
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