Comunidades e Bairros: Uma comunidade ativa e participativa
A união dos moradores do Parque dos Pinheiros é fundamental para o crescimento e o desenvolvimento do bairro
Com a proposta de um residencial, o Parque dos Pinheiros foi apresentado à comunidade florense em julho de 1997 em um jantar que ocupou o Clube Independente. O loteamento, que na época reunia 306 lotes, contaria com pavimentação asfáltica, redes de água, de esgoto e energia elétrica, cumprindo uma proposta arrojada de urbanização no lado leste da Avenida 25 de Julho, no acesso sul de Flores da Cunha.
Logo que a comercialização dos lotes foi liberada a professora, Marion Conz Prigol, de 51 anos, e o comerciante Gilmar Prigol, de 53 anos, foram um dos primeiros casais a adquirirem um terreno. “Calculamos que tinha uns 20 moradores no bairro quando viemos morar aqui, isso no final de dezembro de 2000. Nós compramos em 31 de agosto de 1997, logo no início”, lembra Marion.
No começo, a educadora conta que houve um agravante: com o embargo de alguns terrenos, uma parte do bairro estava com lotes liberados, enquanto a outra ficou resguardada pela justiça por praticamente oito anos. “No início era para ser loteamento fechado, não poderia ter nenhuma abertura lateral, entrada e saída seriam apenas em um local, não poderia ter pavilhão, nem prédio. Mais tarde, não sabemos exatamente em que ano, eles começaram a liberar”, contextualiza.
“Eu, na verdade, torcia muito para que fosse um bairro fechado, como um condomínio, que era a primeira ideia, até pela questão da segurança. Acho que o objetivo principal era esse, mas depois eles foram abrindo para mais pessoas e disseram que, na verdade, o bairro não tinha sido projetado para ser um condomínio e que seriam necessárias algumas mudanças. Mas, para nós, na prática acabou não mudando muito, afinal aqui onde estamos é uma área mais residencial, ao contrário de outras que contemplam pavilhões, prédios e sobrados, por exemplo”, destaca Prigol.
O casal menciona que, nos últimos oito anos, acompanhou a constante ascensão do Parque dos Pinheiros, que hoje conta com uma área aproximada de 138 hectares. Mesmo com o crescimento, algo que não se perdeu foi a união.
“Até antes da pandemia, nossa comunidade era a que mais pessoas participavam. Tanto nas festas, como nas missas. Também fazíamos as novenas de Natal e de Páscoa, que muitos bairros já não fazem mais. Os moradores são bastante ativos e participativos”, relata Marion, que foi a primeira catequista do bairro, em 2002, dando aulas em casa, para poucos alunos da primeira e da segunda etapa.
“Começamos as missas no porão de uma casa e ficamos cinco anos utilizando esse espaço, uma vez por mês. Depois, alugamos uma sala grande e iniciamos com as festas. Fazíamos alguns almoços e jantares pegando louças e panelas de dentro de casa e levando para o salão alugado. Foram nove ou 10 anos assim, fazendo festas em outras comunidades para que pudéssemos construir o nosso salão e a nossa igreja, que ficou pronta em 2018”, evidencia o comerciante que afirma, ainda, que mesmo com cerca de 80% dos moradores do bairro oriundos de outros municípios, a comunidade é muito colaborativa.
Adesão de todos, que pode ser vista em uma área de lazer, que os próprios moradores estão tirando do papel, com a organização de um espaço que contará com campo de futebol, campo de areia e brinquedos. “Vejo que falta, ainda, uma academia ao ar livre. Outra melhoria necessária é na entrada do bairro, no qual o acesso já está defasado pelo aumento do movimento. Uma reforma da Avenida, como já prevista no ano passado, com rótulas novas e vias laterais, seria ideal”, evidencia o casal.
Outro aspecto que merece atenção, apesar de o bairro ser considerado seguro, é a limpeza dos terrenos baldios, que causa a sensação de abandono aos locais. Outro ponto é a ausência de calçadas, que obriga os moradores a circularem no meio da rua. “De forma geral, é um bairro tranquilo, as crianças cresceram na rua. Ainda é tranquilo”, finaliza Prigol, com a expectativa de que as características positivas se mantenham e as negativas, sejam solucionadas, sempre, com o apoio da comunidade.
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