Geral

Corte de árvores em escola e no largo da Matriz gera polêmica

Direção do colégio afirma que a medida é de segurança e preventiva e paróquia informa que as árvores causavam alergias

A Escola Estadual de Ensino Médio São Rafael aproveitou a primeira semana de férias para fazer o corte de algumas árvores do pátio da instituição. A ação causou polêmica, principalmente nas redes sociais, pelo fato de mais de 30 exemplares entre exóticas e nativas terem sido extinguidas.

A medida, porém, vem sendo discutida desde o dia 10 de fevereiro, quando um temporal com granizo provocou a queda de algumas árvores do pátio da escola e postes de energia. O ocorrido deu-se durante as férias, mas isso preocupou a comunidade escolar. Conforme nota oficial divulgada pela direção da escola, desde o início do ano letivo, à pedido do pais e alunos, o tema foi tratado em assembleia de pais, reuniões de Conselho Escolar e Círculo de Pais e Mestres. Sempre que o tema foi abordado, as manifestações foram pelo corte das árvores em nome da segurança.

A Secretaria de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito, por meio da diretora de Meio Ambiente Franciele Zorzi, afirma que todo o processo foi devidamente licenciado. "Após o ocorrido em fevereiro, nos foi entregue um laudo de um profissional, e a ata do CPM da escola com cerca de 200 assinaturas solicitando o corte. A partir daí fizemos vistoria no local, onde foi constatado que os exemplares condiziam com o laudo entregue", explica Franciele.

Em ofício, o diretor da escola, Vitório Francisco Dalcero, afirma que outro fato que fez a direção da escola dar esse desfecho ao assunto foi o recebimento de um Auto de Infração, entregue pelo Corpo de Bombeiros de Flores da Cunha devido a inclinação do muro da escola. O relatório de investigação aponta as árvores próximas ao muro como provável causa da inclinação. O Auto de Infração foi encaminhado diretamente para a Coordenadoria Regional de Educação, e o departamento jurídico da mantenedora da escola, orientou a tomada de procedimentos junto a Secretaria do Meio Ambiente.

Desta forma, no dia 3 de julho, a escola recebeu o Alvará Florestal, com a autorização para o corte de 21 exemplares de árvores exóticas e 12 exemplares de nativas. "Algumas espécies sempre vão oferecer riscos e dependendo do local onde estão merecem atenção. As pessoas ficaram chocadas pela quantidade de árvores cortadas, mas ambientalmente com as espécies nativas que serão repostas só se tem a ganhar", destaca Franciele.

Conforme afirma em ofício, em contrapartida o alvará determina o plantio de espécies nativas no mesmo local. Um projeto de paisagismo será feito, incluindo uma passarela para proteção da chuva desde o portão até a entrada do prédio. "Nós entendemos algumas manifestações contrárias ao corte das árvores. E devido a essas manifestações para nós seria muito mais fácil e cômodo deixar as árvores onde estavam, evitando trabalho (inclusive nas férias). Ressaltamos, porém, que a equipe gestora da escola São Rafael tem a responsabilidade pela segurança de todos os que estudam e trabalham nesse local" cita o diretor.

Outra polêmica que vem causando controvérsias foi o corte de algumas árvores no entorno da Igreja Matriz. O motivo seria que algumas das espécies do local estariam causando reações alérgicas nas pessoas. A diretora de Meio Ambiente frisa que a paróquia tem a autorização ambiental para poda de sete canforeiras (espécies nativas) desde o mês de abril. "Junto com a poda, a Mitra comunicou que cortariam outras espécies exóticas, e estas não precisam de licenciamento para o corte e também não é uma obrigatoriedade repô-las. Mesmo assim, em cada árvore cortada já foram plantadas mudas de oliveiras", explica Franciele.

O departamento de Meio Ambiente destaca que desde o início de 2013, foram plantadas cerca de três mil mudas no município e que os cortes são feitos com a devida autorização. "Isso não é devastar, tem que ter a espécie certa no local adequado, sempre levando em conta o que não oferece perigo às pessoas", finaliza Franciele. A Paróquia foi contatada pelo jornal O Florense, mas não quis se pronunciar.


Repercussão sobre as plantas cortadas aconteceu principalmente nas redes sociais. - Antonio Coloda
Compartilhe esta notícia:

Outras Notícias:

0 Comentários

Deixe o Seu Comentário