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Dados do IBGE mostram que número de católicos diminuiu em Flores

Desdobramento do Censo 2010 revela mais evangélicos

Os desdobramentos dos resultados do Censo Demográfico 2010 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o número de católicos em Flores da Cunha caiu 9% em uma década, embora tenha permanecido em maior proporção. Em 2000, quando a população da cidade era de 23.678 pessoas, os católicos representavam 94,5% desse total. Em 2010, o número de habitantes havia aumentado para 27.126, o que não aconteceu com o percentual de católicos, que comparado com o número de habitantes caiu para 85,5%. O levantamento foi apresentado pelo IBGE no dia 29 de junho.

Em contrapartida, a pesquisa apontou o crescimento da diversidade dos grupos religiosos no município. A população evangélica passou de 4,25% em 2000 para 10% em 2010, uma variação positiva de 5,5%. Dos que se declararam evangélicos, 59% eram de origem pentecostal, 12% evangélicos de missão e 29% evangélicos não determinados.

A pesquisa indicou também o aumento do total de espíritas. No início da década passada 88, pessoas se declararam espíritas, o que representava um percentual de 0,4% da população. Dez anos depois, o número aumentou para 299.

Também se percebeu o aumento de denominações religiosas com origens orientais, esotéricas e indígenas. Em 2000, o percentual da população que se declarava sem religião era de 0,6%, o que representa 161 pessoas. Em 2010 o índice registrado foi de 1,3%, ou 360 pessoas.

A opinião das igrejas
Indagado sobre o resultado da pesquisa, o bispo da Diocese de Caxias do Sul, dom Alessandro Ruffinoni, afirma que os números apresentados não representam, de fato, a realidade do catolicismo na região. “Não damos muita importância para estatísticas, pois sabemos que muitas famílias sequer foram entrevistadas. São apenas números. Nosso maior compromisso como igreja é com as pessoas. Trabalhamos para receber bem as pessoas, seja na acolhida ou no serviço religioso”, sentencia. O religioso completa que o afastamento dos jovens da igreja pode ser um dos motivos da redução.

Na tentativa de reverter essa situação, a congregação se prepara para a 28ª Jornada Mundial da Juventude, que será realizada no Brasil em 2013. “Temos que recuperar os jovens e aproximá-los da igreja, mas não queremos que venham somente para assistir a missa e, sim, que encontrem espaço para participar efetivamente das ações da igreja, do trabalho comunitário. Também contamos com a participação maior da comunidade cristã, que deve reviver a sua fé com mais vitalidade”, completa.

A Igreja Evangélica Assembleia de Deus de Flores da Cunha foi a congregação que registrou o maior aumento de fiéis. Conforme o IBGE, em 2000 as pessoas que se declaravam dessa religião representavam apenas 0,4% da população. Em 2010, esse percentual aumentou para 3,42%. Em números absolutos, em uma década 819 novas pessoas ingressaram na congregação, elevando o número de fiéis de 109 para 928. Na opinião do pastor Silvio Stake, não é possível afirmar que essas pessoas tenham migrado da Igreja Católica. “Normalmente o que percebo é que quem nos procura não se declara católico, mas, sim, sem alguma religião em específico”, evidencia.

O pastor acredita que o aumento de fiéis seja resultado do trabalho efetivo de evangelização feito pela igreja. “Nos dias de hoje a população tem procurado mais espiritualidade e desenvolvemos um trabalho efetivo de evangelização e acompanhamento das famílias. Observamos que em nossos cultos sempre existem cerca de 20 ou 30 visitantes. Isso mostra que as pessoas estão procurando mais espiritualidade. Essa é uma tendência”, considera.

Nova Pádua
Em Nova Pádua, o resultado é diferente da maioria das cidades brasileiras. Conforme o IBGE, em 10 anos a comunidade católica manteve o mesmo percentual de representatividade no município: 98%. Em 2000, a população local era de 2.396 pessoas, sendo que havia 2.342 católicos declarados. Na década seguinte a população havia crescido 2,3%, passando para 2.450. O crescimento da religião acompanhou o crescimento da população. O mesmo não se pode dizer dos evangélicos, que apresentaram uma queda de 45% em uma década. Em 2000, a cidade contava com 48 pessoas que se declaravam evangélicas. Em 2010 esse número caiu para 26.

A pesquisa também registrou o surgimento de 19 seguidores do espiritismo em Nova Pádua. Em 2000, ninguém havia se declarado espírita. A quantidade de habitantes que afirmou não possuir religião também foi a mesma: seis pessoas.




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