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Empresas destinadas à alimentação crescem em Flores

Em dezembro de 2017, eram 176 comércios abertos no segmento. No final de 2018, o montante subiu para 233

Basta andar pelas ruas de Flores da Cunha para perceber que o número de estabelecimentos comerciais no ramo da alimentação aumentou. Restaurantes com cardápio diversificado para o almoço ou jantar, cafés, hamburguerias, pizzarias e empreendimentos que vendem alimentos ou bebidas estão entre as novas possibilidades ofertadas aos florenses. Sejam elas tendências ou apostas em negócios tradicionais, as várias opções prometem conquistar clientes e visam consolidação no mercado. 
Em dezembro de 2017, a prefeitura registrava 176 comércios abertos na área de alimentação e bebidas. No final de 2018, o montante subiu para 233, uma ascensão de 32,3%. De janeiro a junho de 2019, foram abertas 25 empresas no setor – sendo oito microempreendedores individuais (MEI). A quantidade de indústrias no âmbito alimentício também cresceu: no fim de 2017 o total era de 42 e em 2018 foi para 53. 
Segundo um levantamento feito pelo Sebrae, as pequenas empresas do segmento da alimentação estão entre as que mais crescem no país, indicando altas taxas de aberturas de negócios e de expansão no mercado interno. A crise econômica e a lenta recuperação do país foram alguns dos motivos que fizeram o número de empreendedores aumentar no Brasil. Além disso, muitas pessoas sonham em ter o próprio negócio e, apesar do cenário econômico incerto, o ramo é uma boa alternativa para quem deseja começar o investimento.
De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Flores da Cunha, Jásser Panizzon, o município tem vocação para o crescimento na área. “Vemos inclusive uma oportunidade para o turismo nesse sentido. Se falarmos a nível nacional, apesar das esperanças quase perdidas de avanço na economia neste ano, o setor alimentício deve ser um dos que melhor reagirá, com crescimento estimado em 5% pela Associação Nacional de Restaurantes”, ressalta. Panizzon aponta que, devido à crise, houve certa redução na demanda de público em 2016 e 2017. Porém, desde 2018, a retomada da categoria é perceptível e a estimativa é de que cresça ainda mais. 
Além de oferecer mais opções aos consumidores, a abertura de estabelecimentos também gera empregos. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o setor de alimentação fora de casa gera em torno de 450 mil novas vagas por ano. Conforme Panizzon, além da criação de novos postos de trabalho, o ramo alimentício movimenta o município de diversas formas. “A alimentação fora do lar (restaurantes, bares, lanchonetes, entre outros) estimula a indústria alimentícia, peça importante da economia. Outra oportunidade é para o turismo, de quem sabe tornar a cidade uma referência em enogastronomia”, diz.
A procura constante pela alimentação em estabelecimentos comerciais, ou pela compra de produtos gastronômicos, encoraja quem pensa em investir no segmento – já que a maioria das opções é segura e possui garantia de retorno. 
Para o presidente da CDL, a cidade tem forte apelo gastronômico e cada vez mais pessoas têm buscado a alimentação fora do lar. “Já são raras as famílias que fazem todas as refeições em casa. Somado a isso, temos a tendência das experiências gastronômicas que faz com que esse tipo de negócio prospere”, finaliza Panizzon.

Investimento requer pesquisa e plano de negócio

Antes de investir em qualquer ramo, é fundamental realizar uma pesquisa de mercado. Afinal, quanto maior a pesquisa menor o risco. No setor alimentício não é diferente. Ao montar um estabelecimento, o ideal é elaborar um plano de negócio constando identificação da oportunidade de negócio; quantificação da clientela; estimativa de faturamento; investimento necessário; e custo operacional. É importante que o empreendedor avalie o potencial da empresa em relação ao retorno de investimento. Além disso, é preciso conhecer o setor, saber qual é a estrutura necessária e a capacidade de venda do produto ou serviço.

Em alta
Entre os ramos alimentícios que mais crescem atualmente no país estão o de fast foods, alimentação saudável, microcervejarias, comidas gourmet e cafés. Além destes, a alimentação alternativa também vem ganhando espaço. Isso porque o mercado percebeu nos veganos, vegetarianos e pessoas com restrições alimentares, como intolerância à lactose e ao glúten, uma grande demanda a ser atendida. 
Fonte: Sebrae Nacional

Mercado específico

A Vittorio Casa de Queijos, localizada no Centro, abriu suas portas no mês de julho. O queijo é o carro-chefe do estabelecimento, que também comercializa temperos, salames, copas, linguiça, lombo canadense, massas congeladas, tábua de frios, cafés, geleias, bebidas em geral, entre outros itens. Segundo o proprietário, Rodrigo Pasquali, a ideia de abrir a loja é antiga. “O gosto pela culinária e a necessidade de ofertar produtos específicos me motivaram”, afirma. São vendidos aproximadamente 40 tipos de queijo, entre eles estão o Gruyère e o queijo azul com nozes e damasco. As variedades são oriundas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais. 
De acordo com Pasquali, a abertura de novos estabelecimentos é importante para o crescimento da cidade, além de gerar empregos – a Vittorio conta com uma equipe de quatro pessoas. Por outro lado, também é necessário preparar-se para o mercado. O empreendedor, que anteriormente atuava no setor de transporte, estudou a viabilidade do negócio por dois anos e realizou treinamento com uma empresa do ramo durante seis meses. “É preciso fazer pesquisa de mercado, ter bom capital inicial e uma reserva de capital de giro”, alerta.

Opção gastronômica em São Gotardo

Quem passou pela rua central de São Gotardo no último mês já deve ter percebido uma novidade: o Spaço Café. Conduzido pelo casal Andreia Bergamin Tonet e Edinei Tonet, o estabelecimento foi inaugurado há cerca de um mês. “Trabalhei na área da metalurgia por 13 anos, mas sempre quis ter um negócio próprio. Eu tive a inspiração quando meus colegas apresentaram um trabalho sobre cafés na faculdade”, conta o empreendedor. 
A preparação para abrir o espaço levou de quatro a cinco meses e incluiu a realização do curso de barista pelo proprietário. Além disso, o casal visitou cafeterias para ter noção de como funcionava o trabalho. De acordo com Andreia, o estabelecimento também irá suprir uma demanda da localidade. “Houve um crescimento de empresas que se instalaram aqui”, revela. Pensando nisso, o Spaço também agregou ao cardápio o almoço executivo. Entre as opções do menu estão cafés diversos, doces, salgados, tortas e bebidas em geral. “Eu tinha vontade de fazer algo diferente, no ramo da alimentação, porque é um setor que acaba se mantendo”, diz Tonet.

A volta de um clássico

Depois de oito anos, em maio, o chef de cozinha Diego Boff reabriu as portas do tradicional restaurante L’osteria Del Gallo. O legado foi deixado pelo pai, Clóvis Boff, que esteve a frente do negócio de 1993 a 2007. O gosto pela culinária – Boff é formado pela Escola de Gastronomia UCS-ICIF – o fez retornar às atividades do estabelecimento. “A retomada está sendo boa. Estamos recebendo clientes da região e também de outros lugares, como Porto Alegre”, conta. 
A casa oferece opções à la carte para o jantar que incluem filés, frangos e massas, além de servir almoço aos domingos. A partir da próxima semana, o restaurante também contará com prato executivo ao meio-dia de segunda a sexta-feira. “A gastronomia é um ramo em alta, mas também há dificuldades. Entre os altos e baixos, é possível se manter”, afirma o chef. 
O espaço, que comporta cerca de 50 pessoas, conta com uma equipe de 10 funcionários, incluindo os fixos e os que auxiliam quando há demanda. De acordo com Boff, os novos estabelecimentos diversificam as opções de escolha do público. “Assim o pessoal pode sair para jantar e apreciar pratos diferentes, fora do comum” destaca.

O casal Andreia e Edinei Tonet montou um negócio em São Gotardo. - Bruna Marini
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