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Após um ano de muito trabalho e com várias expectativas depois de uma eleição histórica que reuniu adversários políticos numa candidatura única, o prefeito de Nova Pádua, Ronaldo Boniatti (PSDB), encerra o ano de 2017 com a sensação de dever cumprido. Ao assumir a administração no dia 1º de janeiro pela primeira vez como prefeito e já com a experiência de ter sido vice-prefeito por oito anos e também atuado como secretário municipal, Boniatti deu início a novos projetos sem perder o foco no trabalho que vinha sendo desenvolvido. A expectativa inicial, que geraria ansiedade em como seria governar com partidos políticos opostos, foi superada de imediato e a avaliação final é de que “o primeiro ano de mandato foi bastante positivo”.

Muitas obras foram realizadas, a prefeitura atingiu a marca de 100% de pavimentação até as comunidades do interior e deu início a projetos importantes, como o recadastramento imobiliário. Com um orçamento estável e apresentando um superávit nas contas municipais, Boniatti tem grandes planos para serem desenvolvidos no próximo ano, como a reformulação da Avenida dos Imigrantes e da praça central, bem como a realização do Fórum Municipal da Agricultura.

Orgulhoso e ciente dos trabalhos realizados até aqui, o prefeito concedeu uma entrevista ao Jornal O Paduense nesta semana, onde analisa o primeiro ano, fala sobre o orçamento municipal e os desafios para 2018. Confira os principais trechos da conversa.

O Paduense: Como o senhor avalia o primeiro ano de mandato?

Ronaldo Boniatti: Esse foi um mandato em que tivemos uma eleição diferente das anteriores, com uma coligação mais ampla e quem era oposição se tornou governo. Por causa disso, se criou uma expectativa muito grande, principalmente de minha parte, de como seria o governo. E no andamento dos trabalhos pude perceber que as expectativas foram superadas. Está sendo bem melhor do que eu esperava. Foi um ano bem positivo do ponto de vista político-administrativo, que era uma das questões que eu tinha mais receio, de como gerenciar. Internamente está funcionando tudo muito bem. Hoje, dentro da administração, se pensa em fazer o melhor, independente de partido político. Nesse ponto estou muito feliz. E as obras e realizações também foram além das expectativas.

O Paduense: Quais foram os principais investimentos neste ano? Faltou encaminhar algo?

Boniatti: Nós tivemos uma série de obras para um primeiro mandato muito interessante, porque geralmente se espera mais no segundo ano, já que no primeiro ano há mais uma estruturação. E nós iniciamos com obras. Tivemos um superávit da gestão anterior, na qual eu participava também como vice-prefeito, e foi inicialmente utilizado para suprir materiais, como cascalho, combustível, medicamentos e outras licitações. Então, esse superávit foi 80% utilizado para iniciar o governo. Fizemos cadastramento de duas obras no Ministério do Turismo, mais 1km da estrada do Accioli e 900m da estrada do Paredes no sentido a Flores; em seguida tivemos a realização dos 25 anos do município; realizamos a abertura da estrada do Leonel em 1km; iniciamos a abertura da estrada que vai em direção ao Travessão Bonito, que esse é um dos trechos mais complicados em termos de trabalho de máquinas devido às condições da estrada com barrancos, pedras, postes e construção de uma ponte nova. A abertura dessa estrada já está bem adiantada. Inauguramos os asfaltos do Travessão Curuzu, do Belvedere Sonda em direção ao Leonel, e do Travessão Cerro Grande. Neste último, atingimos a marca de 100% das comunidades com acesso asfáltico. Esse foi um marco que conseguimos. Tivemos obras de asfaltamento de ruas na área central do município e nessas vias também fizemos toda a tubulação. Iniciamos as obras de novos banheiros no Belvedere Sonda. Adquirimos uma retroescavadeira, uma pá-carregadeira, três veículos, sendo dois para a saúde e um para educação. Realizamos o projeto do cercamento eletrônico com a instalação das câmeras e colocamos lombofaixas na área central, que era uma reivindicação antiga. Realizamos o concurso público. Estamos com obras na Escola Bôrtolo Bigarella com toda a parte de drenagem. Realizamos a terraplanagem para construção de dois aviários. E temos ainda toda a parte de manutenção com 100% dos agricultores atendidos com seus pedidos. Tivemos um grande trabalho no recadastramento imobiliário do município e colocamos todas as construções com o mapa georreferenciado e atualizamos todos os cadastros. Foi um trabalho grande que tivemos de fazer porque o Tribunal de Contas apontou isso em anos anteriores. Neste ano, tivemos que adiar a realização do recadastramento geral do posto de saúde, porque estamos planejando adotar um Cartão Cidadão com todos os dados da pessoa. Era para ter sido implantado nesse ano, mas tivemos problemas nos repasses de saúde do governo e em convênios, como o do Hospital São Carlos, que é nossa referência em traumatologia, isso nos atrasou. Tivemos a renovação de convênio com o Hospital Fátima e também com especialidades. Mas queremos fazer isso em 2018 e também empregar algumas medidas do Plano Municipal da Saúde.

O Paduense: Como a prefeitura termina o ano em relação ao orçamento? Ficou dentro do previsto?

Boniatti: Queremos terminar o ano com um superávit maior do que aquele que pegamos a administração, que era de mais de R$ 1 milhão. Estamos tentando, agora com os últimos números apurados, finalizar com o superávit de R$ 1 milhão em caixa. Esse valor será colocado no orçamento para obras do segundo ano de mandato. Ficou dentro do previsto. Tivemos algumas baixas, como cerca de R$ 250 mil da indenização por área alagada referente à barragem Castro Alves. Todo ano a gente recebe em virtude da produção de energia em torno de R$ 600 mil e neste ano está em torno de R$ 300 mil, o que resultou nesse déficit. As receitas também tiveram uma baixa de R$ 300 mil, que foram superadas com as emendas parlamentares. Trabalhamos muito com pé no chão, não prevíamos aumento e foi o que se concretizou. Não tivemos grandes baixas e nem altas, ficou estabilizado.

O Paduense: A creche municipal começa a atender em 2018. O que isso representa para a educação de Nova Pádua?

Boniatti: É um avanço importante para Nova Pádua porque vai além da questão educacional e pedagógica, mas também a evolução social na parte econômica porque as mães poderão ir trabalhar deixando os filhos na creche e antes isso era mais difícil. Muitas mulheres até não iniciavam o trabalho por essa questão. A creche é bastante importante para um município que pretende futuramente atrair novos investimentos e empresas, por isso, temos de oferecer esse serviço de atender as crianças de zero a três anos, e também pela qualidade de vida. É indispensável para o município que se projeta crescimento ter uma creche. Embora isso acarrete num aumento do percentual da folha de pagamento, que nós sempre tentamos segurar muito enxuto, mas é inevitável. Temos que contratar, já fizemos o concurso e em fevereiro de 2018 a creche estará funcionando. Nessa questão da educação, no próximo ano ainda queremos intensificar os trabalhos sobre a municipalização do ensino fundamental.

O Paduense: O que se pode esperar para Nova Pádua em 2018?

Boniatti: Para 2018 continuaremos com as obras asfálticas no interior, com novos projetos de pavimentação. Temos também uma grande evolução na área central, quando vamos revitalizar toda a Avenida dos Imigrantes e a praça central. E a construção da biblioteca pública, do arquivo histórico e investimentos na área turística. Em 2018, queremos fazer uma reformulação de leis, principalmente na área da agricultura, precisamos atualizá-las. Vamos realizar o Fórum Municipal da Agricultura, onde serão debatidas todas as leis que subsidiam o setor agrícola e discutir qual o norte da agricultura de Nova Pádua. Em cima desses pontos iremos estabelecer novas leis e subsídios. Outra questão é formar uma entidade agrícola jovem. Temos uma briga grande pela municipalização da VRS-814 e, concretizado isso, queremos reformular um projeto diferente até o loteamento Baggio, com investimento em acostamento, calçadas, enfim, melhorar essa entrada do município. Na saúde, temos o recadastramento para realizar e também uma eficiência maior dos serviços. Na educação, vamos iniciar com um bom trabalho na creche, queremos avançar com a municipalização do ensino fundamental e com novos projetos para os jovens. Vamos implantar a coleta do lixo seletivo. Nos próximos anos vamos trabalhar a questão do IPTU de como irá ficar, porque hoje temos um problema apontado pelo Tribunal de Contas que temos de resolver. Neste ano, fizemos a parte inicial, no próximo ano vai ser estudada toda a parte de avaliações e para 2019 ter uma nova cobrança de IPTU. Em março vamos passar nas comunidades para uma prestação de contas e dialogar com a população. Enfim, como é possível perceber, temos bastante trabalho pela frente.