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Entrevista: “O momento é de trabalho, unidade e respeito”

O prefeito de Flores da Cunha, Lídio Scortegagna, avisa em entrevista ao jornal O Florense que finalizar o ginásio poliesportivo e revitalizar a Praça da Bandeira são algumas das metas para 2015

O prefeito de Flores da Cunha, Lídio Scortegagna (PMDB), definiu, entre outras metas da administração para 2015, que terão prioridade a conclusão do interminável ginásio poliesportivo e a revitalização da Praça da Bandeira. O anúncio foi feito na manhã de 29 de dezembro, durante encontro com a imprensa em seu gabinete. Juntas as obras devem consumir R$ 4 milhões. O vice-prefeito Almir Zanin (PSB) acompanhou o ato que serviu também como prestação de contas das ações desenvolvidas em 2014.

Na reunião o prefeito citou ações como a pavimentação de estradas do interior (São Vítor, São Gotardo, Santa Bárbara, Linha 60 e São Roque, entre outras), de ruas da área urbana (pelo menos 12 novos asfaltamentos e outras 10 repavimentações) e de vias com bloquetos de concreto. A renovação da frota de veículos leve e pesada e a continuidade de projetos do governo passado, como a Casa da Cultura e a nova creche municipal, além da reforma do prédio do Corpo de Bombeiros e a construção de unidades habitacionais no bairro União, foram outros destaques citados por Scortegagna.

A construção de uma Unidade Básica Sanitária (UBS) no bairro União (em andamento) e a implantação do turno integral na Escola Leonel Brizola foram enfatizados pelo prefeito. “Para 2015 vamos levar o turno integral para a Escola Tancredo Neves”, adiantou. A finalização de ginásios nos colégios Leonel Brizola e 1º de Maio foram outras ações citadas na área da educação.

Para o próximo ano, entre outros projetos, as metas são concluir o poliesportivo ao custo de R$ 1,49 milhão; e reformar completamente a Praça da Bandeira, com previsão de investimento de R$ 2,5 milhões. “Mas vamos tentar enxugar um pouco essa previsão”, citou o vice Zanin. Confira a seguir os principais trechos da entrevista concedida por Lídio ao O Florense após a coletiva.

O Florense: Que avaliação o senhor faz do seu segundo ano como prefeito?
Lídio Scortegagna:
O segundo ano de governo já dá um parâmetro um pouco melhor daquilo que havíamos projetado no primeiro ano. Temos uma realidade financeira e econômica da qual 75% dos municípios do Rio Grande do Sul estão com dificuldades e o município de Flores da Cunha, graças ao trabalho de toda a comunidade, vem conseguindo contemplar obras, realizações e melhorar cada vez mais a nossa cidade. Evidentemente que algumas obras, como o poliesportivo (que tínhamos o dinheiro desde maio, tivemos o processo frustrado, tivemos que refazer algumas coisas e agora o objetivo é concluir), não começou. Mas a avaliação para esse segundo ano é ótima, muito boa: conseguimos avançar principalmente com o servidor público municipal, que é importante e fundamental para termos serviços úteis, e a questão de valorização dos professores.

O Florense: Depois de colocar na ponta da caneta a prestação de contas, o senhor se deu conta de quantas obras, investimentos, melhorias na infraestrutura, maquinários novos e ações foram feitas. A avaliação do segundo ano contempla essas ações também?
Lídio:
Quando comecei a listar e escrever, observei a quantidade de obras, de benfeitorias, enfim, de ações que a administração pública conseguiu colocar em prática. Isso causa um impacto e uma impressão muito boa no sentido de que fizemos, e fizemos bastante. Até porque temos uma limitação, como sempre digo, é evidente que qualquer administrador gostaria sempre de fazer ou atender todas as demandas da comunidade. Se observarmos, as pessoas querem um asfalto que vá até a casa dela, até a sua comunidade, e é justa a reivindicação e cada vez mais a comunidade reivindica e não seria real se não fosse nesses moldes. Felizmente conseguimos fazer bastante, conseguimos pavimentar várias ruas e estradas, temos a projeção de tantas outras e certamente conseguiremos em 2015 dar continuidade neste que é um trabalho de equipe, de todos, não é exclusivo do prefeito, mas da administração como um todo, com seus secretários e servidores.

O Florense: A arrecadação está em uma crescente nos últimos anos e isso tem tornado possível a realização dessas obras e trabalhos. É real esse crescimento do orçamento?
Lídio:
Analiso apenas os números de 2012 em diante, mas tivemos um incremento na receita, principalmente no retorno do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 5,4% de 2012 para 2013, e de 6% de 2013 para 2014. Isso graças a vinda de empresas importantes, como é o caso da Keko Acessórios, que na época o processo foi bastante questionado, porém, hoje, o retorno para o município pode ser dividido com todos. Esse incremento que tivemos na receita foi a complementação, tivemos um aumento em 2011 para 2012, de 2012 para 2013 e de 2013 para 2014. Para 2015 a previsão de aumento no índice é de apenas 1,5%, até porque não temos grandes investimentos, embora tenham se mantido os que temos hoje. Mas graças a esse fomento que tivemos na economia, esse aumento de arrecadação – importante dizer também que é graças ao trabalho de toda a comunidade que temos empresas estabelecidas com uma evolução bastante grande ao longo desses anos, que podemos manter essa arrecadação crescente.

O Florense: A prefeitura fez concurso, contratações e nomeações para resolver o déficit de servidores públicos. Ainda assim alguns setores ainda carecem de mão de obra. O que está sendo feito nesse sentido?
Lídio:
Seguimos um cronograma e conseguimos concluir o concurso público em meados de novembro, oficialmente ele ficou homologado e já começamos as nomeações. Temos demanda principalmente na Secretaria de Obras, com todos os equipamentos e agora conseguimos ter três ou quatro operadores, que é importante e fundamental. Temos mais equipamentos que chegaram e queremos disponibilizar uma equipe que seja exata, enxuta, mas prestativa. Até com a aposentadoria de vários motoristas estamos repondo esses cargos. Na parte interna, dentro da administração, tivemos a reposição e estamos procurando estruturar alguns setores fundamentais para a manutenção do município, como os departamentos de Compras e de Pessoal, o Setor de Arrecadação, com cargos que sejam estáveis, agentes administrativos nomeados para que se possa sempre dar continuidade e não se perca dentro da administração, que se façam os treinamentos e orientações e se consiga dar prosseguimento e continuidade ao trabalho, independentemente do administrador. A reestruturação salarial que fizemos no último mês de outubro teve o objetivo também de atrair alguns servidores que queiram fazer parte desse quadro. Fizemos um concurso bastante amplo e grande para que possamos ter banca e reserva para os próximos dois anos para poder trabalhar e ter a convicção de que estamos fazendo o correto, mas com servidores habilitados e que depois possam dar continuidade aos serviços.

O Florense: Quais são as obras ou ações que a administração gostaria de ter iniciado em 2014 e não o fez? Ainda: quais são os planos da administração para os próximos dois anos?
Lídio:
A maior obra que tínhamos uma preocupação quando assumi e que estamos dando continuidade é o ginásio poliesportivo. Em 2015, a revitalização da Praça da Bandeira é uma das metas. É evidente que sempre gostaríamos de ter feito mais, e uma das obras que gostaríamos de ter feito diz respeito aos cruzamentos ou rótulas ao longo da ERS-122. Temos vários como, por exemplo, o acesso ao bairro União, próximo à Fante Indústria de Bebidas. Neste tivemos entraves principalmente no que diz respeito aos projetos apresentados à Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), que solicitou sempre projetos distintos. Mas vamos fazer o possível para iniciar esses projetos como o entroncamento da 122 e os acessos para Lagoa Bela e o loteamento Granja União. Temos projetos numa fase bastante adiantada, mas com a troca do governo estadual haverá mudanças. Hoje são acessos perigosíssimos para a comunidade e que demandam de recursos públicos para que sejam seguros, além de fazer com que quem está estabelecido no local tenha tranquilidade.

O Florense: Sobre os acessos da Lagoa Bela e do Granja União, a EGR já tem conhecimento do caso, assim como as empresas envolvidas. A prefeitura terá uma contrapartida nisso?
Lídio:
A prefeitura entra com recursos com o objetivo de agilizar o processo. Dentro de uma parceria que seja viável para o município, entraremos com recursos. Evidentemente que precisamos que a própria EGR nos diga qual é a participação, iniciando uma negociação. Em uma das rotatórias chegamos a discutir, mas travou no momento de apresentar o projeto, pois fizemos um primeiro, tivemos que reformular conforme pedido deles, depois alteramos a proposta novamente e então mudou o governo. Agora queremos montar uma proposta viável e que seja um negócio bom para o município e para o Estado, mas principalmente para os usuários dessa demanda que se arrasta há anos.

O Florense: Sobre a organização da 13ª Festa Nacional da Vindima (Fenavindima), que está prestes a iniciar: como está o andamento do evento?
Lídio:
Nos últimos dias de dezembro deixamos praticamente pronta a programação da Fenavindima, inclusive os contratos devem ser assinados nos próximos dias. Conseguimos aprovar no Ministério da Cultura, pela Lei Rouanet, R$ 570 mil a serem captados. Fizemos contato, inclusive com o presidente da Festa, Ricardo Pagno, com o secretário de Turismo, Everton Scarmin, e com a presidente da Associação Comunitária Fenavindima, Fabiane Veadrigo, com a empresa Interface. A empresária Lisete Oselame irá integrar a equipe de trabalho para que possamos aglutinar as forças e ela possa nos ajudar a agregar e fortalecer o que até agora conseguimos fazer. A formatação da Fenavindima está pronta, as reformas devem ocorrer nos pavilhões, pois queremos dar ao local um clima de festa e para isso contamos com a dedicação, trabalho e empenho de todas as comunidades. Acredito que esteja bem encaminhado até porque temos pessoas que estão juntas, como o próprio jornal O Florense, que está fazendo um belíssimo trabalho, principalmente na divulgação. Com a ajuda de todos podemos mostrar nosso município de uma forma diferente a todos os visitantes.

O Florense: Uma das marcas desses dois primeiros anos de administração tem sido a unidade e trabalho em grupo. Isso é uma marca do prefeito Lídio? Por que esse é o diferencial da administração?
Lídio:
Existem alguns pontos dentro da administração. Quando acontecem alguns dissabores ou contratempos, e é evidente que existem, assim como todos os casais nós também temos. A marca que temos é de chamar todo o secretariado e resolver em conjunto, pois como sempre disse e continuo afirmando, administrar para todos os partidos é administrar para toda a comunidade de Flores da Cunha. Se nós não conseguirmos aglutinar e convergir nas mesmas ideias, será muito mais difícil dentro de uma comunidade, e nós temos conseguido com bastante esforço e trabalho da nossa equipe manter essa unidade, porque queremos e podemos fazer ainda muito mais se conseguirmos agregar mais forças. Tenho procurado juntar não só os partidos, como todas as instituições para que vejam que Flores da Cunha está acima de todas as administrações, de todos os partidos políticos. É para isso que procuramos trabalhar sempre.

O Florense: No final do primeiro ano de mandato o senhor citou que depois de organizar a estrutura e a administração, era hora de “tocar para dar continuidade”. Hoje, ao final do segundo ano de trabalho, que declaração o senhor destaca?
Lídio:
Quero continuar a agregar. É importante que se diga que passamos um processo eleitoral e em todos os processos eleitorais, muitas vezes, algumas pessoas acabam falando o que não precisa ser dito e isso acaba gerando um desconforto não só numa administração, mas na comunidade como um todo. Então, que Deus continue nos iluminando e que consigamos mais do que nunca tentar unir todas as forças da nossa sociedade para ver Flores da Cunha acima de qualquer interesse político ou partidário, até porque, a partir de agora, vai começar a se encaminhar para um novo processo que, às vezes, se torna desgastante quando a questão é política. Eu acredito que não seja o momento disso. O momento é de trabalho, unidade e, acima de tudo, respeito para com todos os cidadãos.



Prefeito Lídio Scortegagna. - Fabiano Provin
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