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Espumantes impulsionam o setor vinícola brasileiro

Ampliação das vendas, principalmente no último trimestre do ano, deve ser de 10%, preveem entidades representativas

Produtores de espumantes de Flores da Cunha e da Serra devem ter aumento de 10% nas vendas de fim de ano, percentual equivalente a 5 milhões de litros, em relação ao ano passado. De janeiro a outubro deste ano, segundo a Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi), foram comercializados cerca de 10,5 milhões de litros da bebida.

O diretor-executivo da Agavi, Darci Dani, explica que cada vez mais os brasileiros estão deixando de lado a cultura de que o espumante deve ser consumido apenas para comemorações especiais, como festas de fim de ano. Nos primeiros 10 meses de 2012, segundo o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), a bebida teve ampliação de 6,65%, com 10,3 milhões de litros no país, perdendo apenas para os vinhos finos, que registraram alta de 7,08%, com a comercialização de 16,8 milhões de litros.

Paralelamente ao bom desempenho do espumante nacional, o importado, no mesmo período, apresentou retração de 25,1%. De acordo com o Ibravin, os três últimos meses correspondem a 54% do total de espumantes vendidos no ano. Ao todo, o setor vinícola apresentou crescimento de 10,7% nos primeiros 10 meses do ano, em relação ao mesmo período de 2012.

Enquanto que em outubro de 2012 a participação no mercado interno dos vinhos finos brasileiros era de 20,85%, no mesmo mês deste ano ela ficou em 23,33%. Esta pequena elevação no índice representa 1,5 milhão a mais de garrafas de vinhos finos do Rio Grande Sul sendo comercializadas.

Incentivo para os gaúchos
O presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Alceu Dalle Molle, destaca o peso dos espumantes e dos sucos de uva no crescimento do setor. Ele observa que considerando os anos anteriores a 2012, não houve crescimento. Para mudar este cenário, o Instituto está promovendo a campanha Beba com Descontração, uma série de peças publicitárias que serão veiculadas nos principais meios de comunicação do Estado para incentivar os gaúchos a consumirem vinhos brasileiros.

Para isso será investido R$ 1 milhão do Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicutura (Fundovitis), com aporte de R$ 700 mil do orçamento do Ibravin e complementação de R$ 300 mil da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa-RS). A campanha está sendo veiculada desde 25 de novembro e vai até 11 de dezembro, envolvendo comerciais em horários nobres da televisão e spots em rádios, além de banners na internet.

A campanha associa o consumo do vinho à alegria típica do brasileiro, anulando a visão de que o vinho é uma bebida indicada apenas para ocasiões formais. Nas imagens, líquidos na cor de vinho e da bandeira do Brasil desenham a forma dos personagens.

Dalle Molle diz que após esta campanha será feita análise de resultados e, se o consumo aumentar em função da divulgação, as peças serão ampliadas para outras partes do país. Ele explica que o Rio Grande do Sul foi o primeiro alvo porque é onde se produz 90% dos vinhos nacionais – e, mesmo assim, há consumidores que preferem os importados. “É um trabalho que temos que começar em casa. Ainda chegamos a restaurantes onde primeiro nos oferecem o vinho importado ou cerveja e depois o nosso vinho, o nosso suco”, exemplifica.


Previsão de Elton Viapiana é de que 50% da produção da vinícola, em 2015, sejam de espumantes.

Bebida representa 30% dos vinhos finos na Viapiana

Há cerca de um ano e meio a vinícola Viapiana deixou de depender de empresas terceirizadas e passou a produzir espumantes próprios, pelo método champenoise (quando a segunda fermentação ocorre dentro da garrafa). Desde então já colocou dois rótulos no mercado: o Viapiana 143 Dias Demi-Sec e o Viapiana 192 Dias Brut (os dias equivalem ao período em que a bebida ficou em contato com as leveduras).

Segundo um dos proprietários e enólogo Elton Viapiana, a produção em casa lhe permite acompanhar de perto o processo de produção, selecionar a mão de obra, definir a embalagem e explorar sua identidade visual na garrafa, além de condicionar a quantidade produzida à demanda de mercado – na terceirizada, com o processo charmat, era preciso se adequar à capacidade da autoclave (tanques onde ocorre a fermentação).

Apesar do pouco tempo, os espumantes da Viapiana já correspondem a 30% das vendas de vinhos finos. A expectativa é que em dois anos chegue a 50%, equivalente a 50 mil garrafas por ano. Elton explica que em poucos dias estará à venda o Viapiana 575 Dias. O lançamento deverá custar entre R$ 48 e R$ 50, enquanto que os dois já existentes custam R$ 29,60. Para 2014, a empresa projeta o lançamento de um espumante rosé.

Neste trimestre são vendidos 54% do total de espumantes do ano. - Gesiele Lordes
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