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Elas representam fé. Representam religiosidade e paz. Representam silêncio. As Irmãs Clarissas Capuchinhas estão em Flores da Cunha desde 1981, mas sua chegada ao Brasil foi um pouco antes, em 1979, quando cinco religiosas saíram da Itália para fundar o primeiro mosteiro da ordem no Brasil. Os 40 anos foram recordados nesta semana, com uma missa na capela do Mosteiro Nossa Senhora do Brasil – o primeiro em solo brasileiro. O ano era 1975, e a província dos capuchinhos do Rio Grande do Sul solicitou um mosteiro de clarissas capuchinhas – religiosas de vida contemplativa –, na diocese de Caxias do Sul. Demorou alguns anos até que a nova fundação fosse autorizada e, em 1979, um grupo de cinco irmãs italianas – Maria Giacinta Grigoletto, Maria Benvenuta Gandini, Maria Luísa Versin, Maria Giusephina Carone e Maria Bernarda Cursano –, partiu de Milão para a vida missionária no Brasil e a função de integrar o primeiro mosteiro da ordem no Brasil.
Hoje, das cinco irmãs, Maria Giusephina Carone voltou para Roma, enquanto Maria Bernarda Cursano permanece em Flores (ela chegou a passar alguns anos no Amapá, onde foi fundado o segundo mosteiro da ordem no Brasil). As outras três já falecerem.

“Chegamos a Porto Alegre no dia 21 de fevereiro de 1979. Tínhamos o desejo de ser missionárias e quando o convite para vir ao Brasil chegou até mim eu pensei: ‘ainda não dei tudo de mim a Jesus’. Deixei a Itália com sofrimento, pois lá ficaram meus pais e meu mosteiro abençoado. Mas no Rio Grande do Sul encontrei uma Itália”, recorda-se a madre Maria Bernarda.

No Brasil, após a chegada na Capital, as irmãs instalaram-se numa chácara alugada pelas Irmãs de São José, em Caxias do Sul. Primeiramente seria construído um mosteiro no bairro Santa Fé mas, devido à falta de infraestrutura e ao barulho, descartou-se a possibilidade. Surgiu, então, a ideia de construir um templo num terreno dos Freis Capuchinhos em Flores da Cunha. O local recebeu o nome de Mosteiro Nossa Senhora do Brasil – Irmãs Clarissas Capuchinhas e abrigou as irmãs ainda quando estava em construção.

“Na época a montanha foi escavada para que o Mosteiro pudesse ser construído, mantendo consigo a tranquilidade. Quando se responde com generosidade, Cristo sempre está presente. Oferecemos nossa vida e orações a todos que nos pedem, mas também a toda a comunidade. E descobri que todos esses anos ele me acompanha. Está sempre conosco”, valoriza. Hoje, o Mosteiro conta com 11 religiosas, sendo duas do aspirantado.

“A presença viva do amor de Deus”
Na segunda-feira, dia 21, cerca de 160 pessoas participaram da celebração religiosa na capela do Mosteiro. A missa foi presidida pelo padre Claudio José Pezzoli e pelo frei Jaime Bettega, valorizando os 40 anos da presença das irmãs no país. “Um Mosteiro é sempre o sinal do amor de Deus no meio das pessoas, e isso nos traz uma grande alegria. As irmãs têm uma história rica, a vida franciscana junto à São Francisco e Santa Clara, essa tradição de vida contemplativa, de estar mais perto de Deus. Mas o estar perto de Deus não significa que se está longe das pessoas. Quantas pessoas vêm até o Mosteiro, conversam com as irmãs, pedem orientação e oração, e as irmãs, em todos os momentos de oração, que não são poucos, sempre colocam as pessoas, elas são a presença viva do amor de Deus”, valorizou o padre Claudio.
A celebração teve ofertório e a homenagem à madre Bernarda. “Aqui as irmãs criaram esse Mosteiro que é uma referência de fé, de esperança e de amor. Acolheram tantas irmãs, inclusive que fundaram o Mosteiro de Macapá. Uma história rica e viva, especialmente quando olhamos para a irmã Bernarda, com esse coração missionário que ela tem. Queremos agradecer pela presença das irmãs, porque essa presença certamente transformou a vida de tantas pessoas, e muda a vida da comunidade”, celebrou o religioso.