Geral

Meta é ampliar em 14% neste ano a venda de espumantes

Mercado vitivinícola da Serra está em efervescência com a proximidade das comemorações de Natal e Ano Novo. Em 2011 foram comercializados mais de 10 milhões de litros de bebidas brut, demi sec e moscatel. Segundo estimativa do Instituto Brasileiro do Vinho, setor deve comercializar 15 milhões de litros de espumantes até o final de 2012

O fim do ano se aproxima e junto chegam as comemorações, os brindes, as bebidas e as comidas especiais. O clima de festa é um prato cheio para o comércio de espumantes, que está em alta no Brasil. De acordo com dados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), nos últimos oito anos o consumo de espumante nacional aumentou em 1 milhão de litros a cada ano. Só em 2011 foram comercializados mais de 10 milhões de litros, sendo que quase 3 milhões correspondem a espumantes tipo moscatel. Conforme o presidente do Ibravin, Alceu Dalle Molle, até setembro de 2012 já foram colocados 6,7 milhões de litros de espumantes no mercado. A projeção é de que até o final do ano sejam comercializados cerca de 15 milhões de litros da bebida, uma alta de 14% em relação a 2011.

Dalle Molle acredita que o aumento das vendas está ligado a questões mercadológicas, visto que o consumo, em geral, diminuiu em 2011 e vem aumentando gradativamente à medida que o mercado se recupera da crise econômica. “Em 2011 tivemos uma retração de mercado em virtude da crise mundial que começou a apresentar reflexos dentro do país. Nesse ano vemos uma retomada do que foi perdido no ano passado”, explica. A expectativa do Ibravin é que as vendas permaneçam em elevação constante. “Se não houver problemas sérios com a economia, de um modo geral, a tendência é que esses números permaneçam crescendo. Em 2011 vendemos em torno de 13 milhões de litros de espumante. A expectativa para 2012 é chegarmos aos 15 milhões de litros”, projeta Dalle Molle.

Apesar dos hábitos dos brasileiros estarem mudando com relação ao consumo de espumantes, o maior volume de vendas concentra-se nos três últimos meses do ano, antevendo as festas de Natal e Ano Novo. “Embora encontremos uma venda menos sazonal, o grande volume acaba sendo no final de ano. Isso é uma pena, pois é um produto que, pelas características do Brasil, poderia ser comercializado durante todo o ano”, diz o presidente do Instituto.

Apromontes comemora aumento nas vendas
Em Flores da Cunha e Nova Pádua, cidades que sediam as vinícolas associadas à Associação dos produtores dos Altos Montes (Apromontes), o aumento nas vendas de espumantes também é verificado. Embora ainda não se tenha números consolidados sobre a comercialização de 2012 na região, a média de aumento das vendas das 11 vinícolas associadas fica entre 10% e 15%, conforme o presidente da entidade, Deunir Argenta, que também é empresário do setor.


A Vinícola Luiz Argenta projeta crescimento de 30% nas vendas de espumantes em relação a 2011.

Para ele, o acréscimo no consumo de espumantes pode estar relacionado ao aumento da renda dos brasileiros e ao trabalho que visa promover o vinho nacional. “Percebemos que hoje as pessoas estão optando por espumante em festas, encontros e barzinhos. Isso indica uma mudança dos hábitos e da cultura dos consumidores. Há pouco tempo, a bebida era consumida apenas em momentos de brindes. Hoje, tornou-se parte do cotidiano”, evidencia o empresário, ressaltando que isso é reflexo da diversificação e qualificação do setor vinícola.

Crescimento de 20% na Salvador
Conforme o enólogo da Vinícola Salvador, localizada em Flores da Cunha, Daniel Salvador, o projeto comercial prevê um crescimento de 20% na venda de espumantes no ano de 2012. “A empresa sempre considerou o fim de ano e as datas especiais como períodos de maior venda. Isso é projetado no plano comercial feito no início de cada ano. O que mudou no nosso panorama, nos fazendo esperar uma porcentagem maior de vendas em 2012, foi que o consumidor deixou de consumir espumante somente em datas especiais e o colocou no seu dia a dia”, explica.


Enólogo Daniel Salvador aposta na distribuição em pontos de consumo direto.

Segundo ele, bares, enobistrôs, restaurantes e lojas especializadas estão contribuindo muito para a alavancada nas vendas da vinícola. “Desde 2010 estamos trabalhando este aspecto de distribuição, em pontos de consumo direto. Aliado a isso, observamos, ainda, o poder de decisão da mulher na hora da compra, que opta pelo espumante, e o reconhecimento da qualidade da bebida brasileira no mundo todo. Isso tudo fez com que as vendas crescessem bastante nos últimos anos”, aponta.

Salvador observa que o foco de consumo também mudou. O tipo brut roubou a cena e lidera as vendas. “Quando abrimos o varejo da vinícola, em 2008, eram comercializadas duas garrafas de moscatel para uma de brut. Hoje, são seis de brut para uma de moscatel. Produzimos cerca de 20 mil garrafas de moscatel por ano e não comercializamos tudo”, evidencia o enólogo.



Fonte: Instituto Brasileiro do Vinho.

Em Flores da Cunha e Nova Pádua, média de aumento das 11 vinícolas associadas à Apromontes varia entre 10% e 15% neste ano. - Mirian Spuldaro
Compartilhe esta notícia:

Outras Notícias:

0 Comentários

Deixe o Seu Comentário