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Multicampeões no ‘off road’

Andar nas piores trilhas e estradas integra a rotina de alguns florenses que levam o nome do município para além da divisa do Rio Grande do Sul

O esporte off road, que em tradução livre significa fora de estrada, reúne competidores que têm em comum um objetivo não tão comum entre a maioria dos esportistas: andar nas piores trilhas e estradas possíveis. Para provar que o assunto é sério, basta citar os nomes de três florenses – Fabiano Antoniazzi e Rodrigo e Marcelo Galiotto – que recentemente conquistaram títulos no jeepcross e no motocross. Além das taças, eles levam o nome de Flores da Cunha para as trilhas nada convencionais do Estado e do país.

Antoniazzi, 40 anos, é comerciante, mas sua verdadeira paixão é pelos jeeps. Há cinco anos ele participa de competições. Na garagem da casa estão três jeeps, todos desenvolvidos por ele, além de pneus especiais que fazem sucesso entre os apreciadores da modalidade. No dia 27 de novembro, Antoniazzi conquistou o primeiro lugar no 13º Sul-Brasileiro de Jeepcross. Neste ano, esse foi o segundo troféu de primeiro lugar que foi para a estante do jipeiro.

O Sul-Brasileiro iniciou em fevereiro na cidade de Horizontina (RS). Outras seis etapas seguiram em Imbituva, Frederico Westphalen, Brusque (SC), Glorinha, Ivaí e a grande final em Forquetinha. Após as sete provas, a pior colocação de Antoniazzi foi um terceiro lugar, o que garantiu a conquista do título na categoria Turbo por antecipação.

O ‘comerciante’ começou no esporte off road com uma moto. Competia em circuitos de motocross e, anos depois, teve o primeiro contato com um Jeep. Em 2008 e 2011 ele foi campeão da Festa Nacional do Jeep (Fenajeep) de Santa Catarina.

Custo diferenciado
O jeepcross não é para todos. Além do alto custo de investimento nos carros, é preciso gostar do esporte. “É por prazer mesmo. Nessas situações é que sentimos a gratificação pelo esforço e empenho. Agradeço aos amigos que foram companheiros e aos meus patrocinadores”, salienta Antoniazzi.

Para o próximo ano, o Sul-Brasileiro é o principal alvo do jipeiro. “Vou me esforçar e tentar manter o título. Para isso, precisamos estar sempre nos atualizando e buscando equipamentos modernos. Algumas coisas se criam, outras, se copiam”, brinca Antoniazzi.

Originalmente, o Jeep foi criado para ser usado em guerras por ser rápido e leve, com o objetivo de reconhecer terrenos. Hoje, mesmo sem batalhas, o carro é usado principalmente para esportes off road.


No motocross, pódio em família
Rodrigo Galiotto e Marcelo Galiotto (foto abaixo) são dois dos florenses ligados ao motocross que viajam e disputam juntos títulos, cada um em sua categoria. No dia 26 de novembro, Rodrigo venceu a final do Campeonato Gaúcho de Supercross Noturno em Vila Flores, tornando-se campeão gaúcho. Nos dias 3 e 4 de dezembro, ele conquistou o primeiro lugar no Centro-Serra de Motocross, categoria Intermediária MX1 Força Livre e Intermediária M2. O irmão Marcelo ficou com o primeiro lugar na MX2, além de ser o segundo na MX1. Essa foi a etapa final realizada em Taquari.

Com 26 anos, há 10 Rodrigo pratica o motocross e ostenta em casa uma parede repleta de troféus dos mais variados tamanhos e classificações – ao todo são 500. Aos 16 anos ele iniciou no velocross, onde concorreu até 2009. A partir de 2010 se dedicou somente ao motocross. No início, em 2000, acompanhou um amigo em competições e tomou gosto pelo esporte. Três anos depois foi a vez de o irmão Marcelo integrar a equipe. Nesses 10 anos de atividades, Rodrigo destaca o apoio dos pais. “Se não fosse a força do pai e da mãe não estaríamos onde estamos. Compramos um motor home e, juntos, vamos às competições”, conta.

Marcelo, 22 anos, participa de competições há oito anos. Sua estante também está cheia de troféus. Segundo ele, o companheirismo dos dois é um dos pontos fundamentais do sucesso, além da habilidade sobre duas rodas. O jovem conquistou o terceiro lugar no supercross e também no motocross, além do quinto lugar no campeonato gaúcho e, recentemente, campeão do Centro-Serra de Motocross e vice em outra categoria.


Outras competições sobre duas rodas
Em 2011 os irmãos Galiotto participaram também do Campeonato Latino Americano de Motocross, da qual Rodrigo conquistou o 18º lugar na categoria 450 – Marcelo ficou em 14º na 250. O campeonato contou com participantes brasileiros e do Exterior.

Em 2011 Rodrigo conquistou cinco premiações: duas categorias do campeonato regional, vice em uma terceira categoria, vice gaúcho de motocross e campeão do supercross. “Este ano foi um dos melhores”, complementa. Em 2012, ele disputará a categoria profissional. Ele lembra que um dos principais requisitos para fazer parte do motocross é gostar do esporte e ter dedicação. “O investimento é alto e é necessário tempo para preparação”, diz. “O reconhecimento também é muito importante, afinal, levamos o nome de Flores da Cunha para todo o Brasil. Acho que falta essa cultura em Flores”, opina Rodrigo.

A dupla explica que o supercross é diferenciado do motocross por ter uma pista menos longa e situada dentro de um estádio ou arena. No motocross os circuitos são mais longos. Após essas últimas competições, o período vai ser de entrega de troféus e premiações – em março de 2012 começa o novo calendário esportivo. No dia 17 de dezembro Rodrigo receberá a premiação do supercross e motocross em Encantado, ao lado de Marcelo, que conquistou o terceiro lugar nas duas modalidades.

O Campeonato Gaúcho de Supercross contou com sete etapas. Em 2011, o Regional e o Gaúcho de Motocross foram organizados pela Confederação Brasileira e pela Federação Gaúcha de Motociclismo.



O jipeiro Fabiano Antoniazzi é um dos apaixonados pela prática do ‘fora de estrada’. - Camila Baggio
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