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Nosso olhar sobre o Rio Curuzu

Ao longo do ano letivo, o rio acompanhou nossa jornada escolar, deixando-nos curiosos sobre sua história

Hoje estamos debatendo um assunto que já foi bem polêmico há anos atrás: o Rio Curuzu ou "Rio Bostinha" (como popularmente é conhecido) que passa por dentro do bairro Pérola, onde circulamos diariamente e, por isso, conseguimos observar as mudanças que nele ocorrem.
Em dias de chuva o nível da água aumenta, é então que podemos ver que ainda há um grande descarte de lixo no rio. Um exemplo foi em meio a tempestade do dia 17 de novembro que fez o rio transbordar e alagar as residências e ruas.
O Rio Curuzu é condutor de águas residuais, muitas vezes in natura, por isso de sua coloração escura e o mau cheiro, então dependendo do tempo acaba atraindo ratos e muitas aranhas, por sorte não há presença de mosquitos.
Para entendermos melhor a história do rio, foi feita uma entrevista com a Jucemara Noronha Quintanilha, de 43 anos, que é funcionária em nossa escola e moradora do bairro desde 1983. Segundo Jucemara, a água já foi muito limpa, pois tinha poucos moradores próximos, porém, com o grande aumento do bairro, muitos moradores foram construindo casas bem próximas do rio, sendo descartado o esgoto diretamente em suas águas, por isso passou a ser chamado de "Rio Bostinha". Hoje a maioria das residências possuem um sistema de fossa e filtro, o que antigamente muitas das casas não possuíam. 
A prefeitura fez algumas melhorias para tentar amenizar a situação, moradores foram deslocados para outros lugares, roçadas e limpezas nessa área também foram feitas, sendo possível uma tentativa de descontaminar o rio.
Foi questionada a prefeitura sobre algumas perguntas que os moradores não têm respostas, tais como: se fazem acompanhamento da poluição da água; se existe algum projeto de revitalização e preservação e para quando seria; se a prefeitura recebe reclamações dos moradores, e; como podem auxiliar?
Em respostas a essas perguntas a prefeitura disse que não há estudos e laudos que comprovem a contaminação do Rio Curuzu e também foi confirmado que foram realizadas obras no Parque Linear.
Foi nos dito que não há conhecimento de reclamações dos moradores, a prefeitura afirma que o melhor ainda é a conscientização das pessoas, que o correto é regularizar as moradias e os esgotos, pois isso contribui para a coloração escura e o mau cheiro da água. A administração argumenta que também foi construída uma praça de lazer, a Praça Linear, com diversos brinquedos para crianças.
Porém, apesar da praça ser bonita, os pais não deixam seus filhos brincarem nela. O que era para ser uma área de lazer, tornou-se um ponto de venda e uso de drogas, não tendo nenhuma segurança para as crianças, pois não há presença da guarda municipal. 
Por fim, percebemos, pela nossa vivência nessa comunidade, que mesmo havendo  "melhorias" feitas pela prefeitura, a situação atual ainda deixa muitos moradores insatisfeitos e que não concordam totalmente em como foram feitas essas melhorias. A comunidade tem muitas sugestões para que realmente aconteçam melhorias do agrado dos moradores, por isso gostariam de um canal de comunicação efetivo com o poder público, para o bem de todos.
 

Este texto faz parte de um projeto desenvolvido pela professora Alessandra Accorsi Trindade, da disciplina de Língua Portuguesa, com os alunos do sétimo ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Leonel de Moura Brizola, após uma conversa com o Jornal O Florense sobre o jornalismo e a reportagem, realizada em outubro de 2023.

O Rio Curuzu é condutor de águas residuais, muitas vezes in natura, por isso de sua coloração escura e o mau cheiro. - Divulgação Conversa do Jornal O Florense com os alunos sobre o jornalismo e a reportagem. - Divulgação
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