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O futuro dos museus

Na Semana Nacional de Museus, conheça o plano do município para os acervos públicos da cidade

Do dia 17 a 23 de maio, se celebra a Semana Nacional de Museus e é bom que se lembre: Flores da Cunha tem três museus públicos, como explica a diretora do Departamento Municipal de Cultura, Nata Francisconi. São eles: o Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi, no Centro; o Museu Pe. Alberto Lamonatto e o Casarão dos Veronese, ambos localizados em Otávio Rocha. 
E como o tema deste ano é o “Futuro dos Museus: recuperar e reimaginar”, nada melhor do que conhecer os planos do município para os seus acervos públicos. Dentre esses planos, está a construção de mais um: o Museu do Campanário, “um grande símbolo que não cabe dentro de um museu e por isso terá o seu próprio”, como afirma Nata. No térreo do campanário, uma sala de exposições contará a história de sua épica construção.
Além daqueles museus sob responsabilidade do poder público, a diretora de Cultura destaca as pequenas relíquias preservadas pelas famílias: “Quando percebemos pessoas da sociedade civil que se importam em ter seu próprio museu, nós temos certeza que ele é importante para a comunidade como um todo. Nem todos podem ter um exemplar que pertenceu à sua família, mas todos podem visitar locais com acervos que pertenceram a um conjunto de famílias e que estão ali para contar um pouco dessa história”.
E a história não é escrita apenas no passado, como lembra Nata. “Nós temos a imagem de que o museu é um lugar de coisas velhas. Mas ver coisas velhas empilhadas está interessando cada vez menos. Nós precisamos que os objetos contem uma história, a mais atrativa possível. Que cada museu possa contar a história para aqueles que já conhecem se identificarem e para que aqueles que não a conhecem descobrirem. Esse é o propósito que nós pretendemos alcançar”, garante Nata, para quem o futuro dos museus já começa a ser escrito hoje, como você confere abaixo.

Casarão dos Veronese
Dos três museus públicos da cidade, o Casarão dos Veronese é o que está mais avançado em termos de estrutura física: o ambiente passou por uma ampla reforma entregue em 2017. Atualmente, encontra-se fechado a visitações em virtude da pandemia e pela falta de funcionários – a Lei Federal 173, do ano passado, limita os gastos dos municípios com pessoal. 
Segundo a diretora do Departamento Municipal de Cultura, Nata Francisconi, o local tem sido disponibilizado à comunidade para atividades que permitem agendamento, como fotos de gestantes e casamentos, além da gravação de músicas. 
Nata conta que o Casarão será contemplado em ações nos ritos da Nossa Senhora da Uva, uma herança que será preservada e, aos poucos, institucionalizada e expandida, se adequando ao calendário oficial do município. Outro plano para o futuro é viabilizar a exploração do bistrô pela iniciativa privada, com contrapartida para a aplicação de recursos na estrutura do local.

Museu Pe. Alberto Lamonatto 
Localizado no prédio da subprefeitura de Otávio Rocha, o museu é composto de objetos e fotografias doadas pelo religioso, além de uma coleção de licores produzidos por Lamonatto, com mais de mil garrafas que estão em exposição. 
Um projeto a ser desenvolvido em 2022 e 2023 é, conforme a diretora da Cultura, a revitalização do prédio, que deixaria de abrigar a subprefeitura, restando apenas o museu. O modelo ainda é discutido e depende do orçamento. A reforma permitiria uma maior liberdade na obra, porém os custos teriam de ser absorvidos pelo município, pela iniciativa privada ou por uma parceria entre ambos. O tombamento, por sua vez, permite a captação de recursos públicos, federais ou estaduais, para o restauro. As obras, no entanto, seriam limitadas a fim de manter as características originais da construção. A ideia é anexar um pequeno negócio, como um café, para dar sustentabilidade ao lugar.

Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi
Patrimônio público tombado em 2018, o prédio será restaurado. No momento, uma equipe refaz o projeto arquitetônico para que a construção seja modificada a fim de ficar mais parecida à obra original, inclusive com a recuperação de características já cobertas, como a pintura.
O projeto prevê a readequação das salas de exposição e os materiais serão organizados por tema – hoje, não há esse tipo de categorização. Os discos de vinil, por exemplo, ficarão na mesma sala, digitalizados a fim de que a pessoa escute o som mesmo sem manuseá-los, evitando possíveis desgastes e até sumiços. Enquanto isso, o arquivo histórico vai ganhar um espaço maior, com melhores condições de umidade e temperatura. Os documentos também serão transformados em formato digital para facilitar a busca. 
Assim que a fase de redesenho do prédio ficar pronta, com todas as especificações técnicas, ele irá compor o projeto que vai ser inscrito para a captação de recursos, provavelmente estaduais, segundo Nata.

 - Arquivo O Florense
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