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Para agregar renda da aposentadoria, idosos se mantêm no mercado de trabalho

Com 16% da população florense acima dos 60 anos, conheça histórias de aposentados que ainda trabalham e não pretendem parar tão cedo

O futuro deverá ser grisalho. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que a população florense em 2019 é de 30,7 mil habitantes, dos quais 16% destes tem mais de 60 anos. Conforme a Fundação de Economia e Estatística (FEE-RS) esta parcela da população vem crescendo ano a ano. Em 2018 os idosos moradores de Flores da Cunha eram 4.882, sendo 2.628 mulheres e 2.254 homens. E não é só em Flores que esse dado está aumentando. Conforme a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), entre 2015 e 2050 a proporção da população mundial com mais de 60 anos quase dobrará de 12% para 22%. Já em 2020, o número de pessoas com 60 anos ou mais será superior ao de crianças com menos de cinco anos.
E neste mês comemorativo ao idoso, queremos mostrar que muitos dos nossos ‘velhinhos’ continuam na ativa e não dependem somente da aposentadoria para sobreviver. Uma vida mais longa traz consigo oportunidades, e este são os casos de Rosalina Bernardi Calgaro, 82 anos, e Hermes Oliboni, 71, que não querem parar de trabalhar. “Anos de vida adicionais fornecem a possibilidade de buscar novas atividades, tais como mais educação, uma nova carreira ou viver uma longa paixão negligenciada. As pessoas idosas também contribuem de muitas formas para suas famílias e comunidades. No entanto, a extensão dessas oportunidades e dessas contribuições depende muito de um fator: a saúde”, ressalta o estudo ‘Envelhecimento e Saúde’ da OPAS.  
Hermes é professor de Educação Física aposentado. Quem estudou na Escola São Rafael, com certeza já teve uma aula com ele, que atuou na instituição por 20 anos. Há três iniciou sua carreira como terapeuta. “Em 2012 resolvi mudar a minha vida. Tive uma oportunidade de participar de uma palestra sobre medicina chinesa, me interessei e comecei a estudar”, conta. Hoje, Oliboni é pós-graduado em Biofísica Quântica. “Me dediquei quatro anos aos estudos, me formei e agora estou na atividade de terapeuta e estou muito feliz”, afirma. Hermes percebe que hoje faz a diferença na sociedade. “Sempre busquei estar bem comigo mesmo. Mudei meus hábitos, não tomo mais remédios e posso dizer que estou muito melhor do que há 10 anos”, relata. 
Para Oliboni, estudar e trabalhar com o público é se desafiar diariamente. “Não quero me acomodar. Já estou pensando em fazer outros cursos e me especializar em outras áreas. Cada dia é um novo recomeço independente da idade”, finaliza.
Para Rosalina, empresária florense que dedica mais de 40 anos da sua vida para as flores, a hora de parar ainda não chegou. Junto com a filha, Lorena Inês Calgaro Viapiana, 61, aposentada, a floricultura é o carro-chefe para sustentar a família. “Minha casa sempre foi rodeada de plantas, e todos vinham aqui pedir mudinhas. Assim, a floricultura começou”, relembra. A primeira flor que a família começou a semear e vender foi o Amor-Perfeito. “No início foi bem difícil, todos falavam que flores não se vendiam, se ganhavam”, conta Rosalina, que até hoje adora montar os buquês. “Se nós não fizermos com amor, nada dura. Por isso estamos aqui até hoje. É preciso muita paciência e também dedicação”, afirma. A filha, Lorena, que seguiu o caminho da mãe, diz que não saberia fazer outra coisa. “Sempre vi ela (Rosalina) mexendo com as flores e me sentia feliz. Então fiz cursos e me especializei. Hoje buscamos sempre novidades para os nossos clientes”, garante. 
Mãe e filha aposentadas, não querem parar de trabalhar: uma porque gostam do que fazem, outra porque não vivem apenas com a aposentadoria. “Faz bem para o corpo e para a alma. Se não tivéssemos esse trabalho, não sei o que seria da gente. Aqui pensamos em como montar os buquês, nos exercitamos, e ainda temos o contato com o público. É muito bom. Além de agregar no orçamento da família. Apenas com a aposentadoria não sobreviveríamos”, finalizam. 

   

Trabalho após a aposentadoria

Ao mesmo tempo em que a população está envelhecendo, uma pesquisa apresentada em setembro pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), com o apoio do Datafolha, investigou como os brasileiros estão se preparando para a aposentadoria. “O planejamento financeiro para a aposentadoria é fundamental, principalmente no momento em que se discute o déficit da previdência pública, com a iminência de uma reforma nesse setor”, afirma Ana Leoni, superintendente de Educação e Informações Técnicas da Anbima.
Os resultados mostram que o planejamento financeiro não é realidade para a maioria da população. Ainda que 66% das pessoas se preocupem em como se sustentarão nessa fase da vida, quase metade (47%) espera contar com os recursos da previdência social para o sustento nessa fase da vida. A pesquisa mostra ainda que 28% das pessoas pretendem continuar no mercado de trabalho, enquanto 2% acreditam que terão apoio dos filhos ou da família.
Apenas dois em cada dez brasileiros (21%) dizem se planejar de uma ou mais formas para a velhice: 10% pretendem utilizar o dinheiro de aplicações financeiras, 6% vão contar com o retorno de um plano de previdência privada, 4% receberão aluguéis de imóveis que possuem e 1% diz ter economias guardadas. Já 12% das pessoas declaram não ter a menor ideia de onde virá o sustento na aposentadoria.
Mas, se tudo isso é expectativa, o levantamento mostra também a realidade dos brasileiros que já se aposentaram: atualmente, a renda de 89% dessas pessoas vem exclusivamente da previdência pública. Apenas 6% são sustentadas pela previdência privada, 2% pela renda dos aluguéis que recebem e 1% pelo dinheiro aplicado em produtos financeiros. Outra parcela continua fazendo bicos (2%) ou dependendo da família (2%).
A pesquisa mostra ainda que o brasileiro acredita que as despesas vão aumentar (46%) ou se manter (41%) na aposentadoria, enquanto só 28% acham que o padrão de vida será pior que o atual. Entre os que já estão aposentados, seis em cada dez confirmam que os gastos são maiores agora. Ainda assim, 41% deles consideram seu padrão de vida igual ao anterior (antes da aposentadoria) e 34% dizem que melhorou. “É preciso trazer à tona a realidade e alinhar as expectativas. Independentemente do que as pessoas esperam para o futuro, fazer uma reserva é o único caminho para que a tranquilidade tão desejada se torne realidade”, finaliza Ana Leoni.
Para a pesquisa foram realizadas 3.374 entrevistas em todo o Brasil, distribuídas em 152 municípios, com a população economicamente ativa, inativos que possuem renda e aposentados, das classes A, B e C, a partir dos 16 anos. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Atividades direcionadas

Para comemorar o mês do idoso, a prefeitura municipal, através da Secretaria de Desenvolvimento Social e do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), promove atividades todas as quartas-feiras, no salão paroquial, a partir das 14h. No dia 30, para encerrar as atividades, haverá uma missa comemorativa na parte da manhã e almoço no salão paroquial. Confira a programação:

Quarta-feira, dia 23
14h: Palestra Dr. Valério Santini
14h30: Alongamento com a professora Lisiane Corso
14h50: Associação Brasileira de Alzheimer promove palestra com a psicanalista, psicopedagoga e enfermeira Silvana Poltronieri Lamers
15h30: Lanche
15h40: Baile

Quarta-feira, dia 30
10h30: Missa na Igreja Matriz
12h: Almoço de encerramento no Salão Paroquial
13h30: Show de Talentos – Semear e Conviver
15h: Lanche
15h30: Baile com Jonatas Costa – Master Escola de Música
 

Hermes Oliboni trabalha há três anos como terapeuta. - Gabriela Fiorio Rosalina e Lorena dedicam mais de 41 anos de suas vidas para as flores.  - Gabriela Fiorio
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