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Prédio do Museu e Arquivo Histórico deverá ser restaurado

Edificação construída em 1945 também será tombada pelo patrimônio municipal

Repercutiu nas redes sociais, após o incêndio que destruiu o Museu Nacional no Rio de Janeiro, uma postagem sobre a atual situação do prédio do Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi: de como ele estaria deteriorado. A edificação tem sofrido com as agruras do tempo e da falta constante de manutenção, porém existe uma luz no fim do túnel. Desde julho, a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito, tem trabalhado num projeto de restauração do prédio histórico, datado de 1945 e que já abrigou a sede do poder executivo. Conforme a doutora em Planejamento Urbano e especialista em políticas e gestão cultural, Cristina Seibert Schneider, o Museu Municipal passará por dois processos. O primeiro inclui o tombamento do Museu, tornando-o um patrimônio histórico municipal. Para isso, estão sendo elaborados os projetos de descrições histórias e arquitetônica da edificação. Nessa fase, contou-se com a ajuda de materiais bibliográficos e da população para informar como era o prédio antigamente (divisão dos espaços internos, pintura das paredes, piso...). Concluída essa etapa, a prefeitura municipal e a Associação dos Amigos do Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi (AAMAHPR) definirão a data para assinatura do tombamento do prédio. A previsão é que o tombamento ocorra ainda neste ano.

Paralelo a esse processo, a equipe da Secretaria de Planejamento está realizando o projeto arquitetônico para o restauro do prédio, o que abrange também uma nova proposta museográfica e de catalogação do acervo.  De acordo com Cristina, uma ação de restauro envolve três conjuntos de projetos: o levantamento cadastral (que analisa como está a edificação), o de diagnóstico (laudos que apontam os tipos de reboco e tinta que podem ser utilizados, locais onde existem umidade, agravantes nas estruturas de madeira, telhado e pisos) e o de restauro (que mostra como será a distribuição do uso do espaço, a museografia e as intervenções necessárias, no caso do museu questões de acessibilidade que não existem). Atualmente, está sendo contratada a empresa que que fará o projeto do diagnóstico. “Toda a parte burocrática foi feita, o que estamos contratando agora é a empresa que fará os laudos e apontará os problemas que a edificação apresenta. É a mesma que fez os apontamentos do Casarão dos Veronese”, explica Cristina.

Com esses laudos, será elaborado um projeto de restauro completo, que será encaminhado para captação de recursos para realização das obras por meio da Lei de Incentivo à Cultura (LIC) – nos mesmos moldes de captação de verbas junto às empresas, como foi feito com o Casarão dos Veronese. A previsão é que em fevereiro de 2019 o projeto de restauro seja encaminhado. “Já está tramitando na LIC o projeto para aprovação da Casa da Cultura, até por que a biblioteca será instalada na Casa da Cultura e com isso precisamos liberar o espaço no Museu. Porém, estamos num momento de transição estadual e federal e o cenário pode mudar”, pontua Cristina.

Após o encaminhamento, são necessários de quatro a cinco meses para tramitação, depois mais um período de captação dos recursos. Por isso, as obras só estão previstas para o final de 2019. “Demanda um certo tempo. Mas o restauro é importante, por que a história de uma cidade pode ser contada por meio de suas edificações arquitetônicas. No momento que perdemos esse referencial material parte dessa memória se vai. As gerações que conheceram esse bem material vão contar, mas as que não conheceram não terão como e provavelmente isso se perderá. Por isso, a preservação é importante. É o que chamamos de memória do lugar”, diz. O projeto é uma parceria entre a prefeitura e a AAMAHPR.

 

Prédio seguro

O projeto de restauração visa realizar mudanças em estruturas pontuais do Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi. De acordo com a arquiteta da Secretaria de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito, Sayonara Guarezi, a edificação não apresenta riscos sérios, sendo um prédio seguro e que teve manutenções realizadas em sua estrutura, como a reforma do telhado em 2016. “Não apresenta risco e nem rachaduras sérias. O que ele precisa é de um restauro, na sua estrutura mesmo. Tem danos no piso, nos barrotes, umidade excedente, mas por ser uma edificação antiga que se deteriorou com o tempo. É uma intervenção quase mais estética do que de estrutura física”, explica Sayonara.

Além da preservação do estilo arquitetônico, o prédio também ganhará todos os quesitos para a acessibilidade.  “O Museu tem um acervo muito rico doado pelas famílias e a população precisa acessar de forma adequada isso. Hoje, por exemplo, um cadeirante não consegue entrar no prédio. Por isso, daremos melhores condições para as pessoas acessarem esse espaço”, diz.

 

Museu Municipal

O prédio onde está o Museu foi construído em 1945, pelo prefeito Otto Bélgio Trindade. Seu estilo arquitetônico de construção demarca a época da Art Decó, design bastante utilizado em edificações de instituições públicas e escolas. Até 1986, o prédio abrigou a prefeitura municipal. Atualmente, a estrutura abriga o museu, o arquivo histórico, a biblioteca pública e a sala de exposições temporárias. O Museu Municipal foi fundado em 1976 e funcionou por dois anos nas dependências do salão paroquial. Em 1986, com a transferência do Centro Administrativo para o local atual, o Museu da Imigração, como era denominado, foi reaberto. Em 2003, uma lei municipal o nomeou como Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi. O local tem um acervo com mais de 2.500 peças e recebe entre 200 a 300 visitantes por mês.

Prédio do Museu Municipal é datado de 1945 e seu estilo demarca a época da art Decó. - Danúbia Otobelli
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