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Profissões reais: a enóloga, a jornalista e a fisioterapeuta

O Florense apresenta as soberanas da 13ª Fenavindima em seus locais de trabalho. Saiba o que fazem Janaína Massarotto, Camila Baggio e Mayara Zamboni


A rainha e a enologia


Enófila declarada, a rainha da 13ª Festa Nacional da Vindima (Fenavindima), Janaína Massarotto, 25 anos, é apaixonada pelo vinho e pelo universo que o cerca: a viticultura, a videira e os seu fruto, a uva. É, na verdade, uma espécie de cientista do vinho, com conhecimentos de Química, Biologia, Botânica, análise sensorial e muitos outros necessários para desempenhar a enologia, atividade que escolheu como profissão inspirada no pai, Luiz Massarotto, que é enólogo há 40 anos.

Formada em Tecnologia em Viticultura e Enologia pelo Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), campus de Bento Gonçalves, desde 2011, Jana, como é chamada pelos mais íntimos, cresceu vendo o pai trabalhar, pois ele sempre teve o laboratório próprio dentro de casa, na frente do quarto dela. “Sempre via ele fazendo as análises. Vivia brincando lá dentro. Então, meu pai foi um grande espelho para eu decidir por essa profissão”, revela.

Ela conta que tentou ‘fugir’ da enologia, cursou um semestre do curso de Fisioterapia e outro de Engenharia Química, mas nada a cativava. “No fundo, sabia que o que eu queria era isso mesmo, mas tinha medo, pois sabia que a profissão de enóloga não é fácil e tem muitos desafios. Cresci em contato com esse universo e não tive como fugir”, brinca ela.



Há três anos Janaína atua na área e hoje é responsável pelo setor de cromatografia líquida e gasosa, que são análises químicas mais criteriosas, feitas pelo laboratório Lavin, em Flores da Cunha. Antes de definir em qual área da enologia tinha mais aptidão, Janaína fez estágios na Cooperativa Aurora, em Bento Gonçalves, onde elaborava vinhos comuns e finos e espumantes, mas percebeu que o caminho que seguiria era mesmo o das análises químicas do vinho, assim como o pai.

A paixão pelo seu trabalho também está sendo dividida com outras pessoas. A novidade é que durante o pré-concurso da escolha das soberanas da Fenavindima 2015, Janaína foi selecionada para lecionar no IFRS de Bento, para uma turma do Pronatec e outra de Sommelier Internacional. Para o futuro, o plano da jovem é investir em aperfeiçoamento, por meio de um mestrado na área. Além disso, pretende continuar contribuindo com a empresa onde atua, desenvolvendo novas pesquisas para o vinho. “Tenho o sonho de ter meu próprio negócio, e um dia, quem sabe, ter minha própria vinícola. Também conversamos sobre a possibilidade de eu assumir o negócio da família. Enfim, são questões que ainda irão demorar um pouco”, salienta a rainha.

Sem perder o foco do trabalho no laboratório e nas aulas que ministra em Bento, Janaína conduziu as diversas atividades do pré-concurso. Agora, que é soberana, sabe que o trabalho de divulgação será bastante intenso e que terá muito trabalho até 8 de março de 2015, quando se encerrará a 13ª edição da Fenavindima. “Quando assumi esse compromisso já sabia que seria corrido. Agora, estarei sempre disponível e me dedicando à Festa. A gente sempre consegue ajustar a família, os amigos, as aulas e o trabalho. Com força e com vontade é possível fazer tudo bem feito”, avalia Janaína.


A princesa e o jornalismo

O dia a dia da princesa da 13ª Festa Nacional da Vindima (Fenavindima) Camila Baggio é repleto de histórias e personagens diferentes. A jovem é formada em Jornalismo e trabalha há três anos como repórter na Editora Novo Ciclo, em Flores da Cunha, onde escreve para os jornais O Florense e A Vindima e para a revista especializada em vinhos Bon Vivant.

Como a maioria dos adolescentes, Camila também teve dúvidas sobre a profissão que iria seguir quando prestou vestibular, em 2007, na Universidade de Caxias do Sul (UCS). Na época, ela tinha duas opções: Jornalismo ou Medicina Veterinária. O gosto pela leitura e, por consequência, a facilidade que sempre teve em escrever, motivaram a escolha da primeira opção. “A possibilidade de conhecer pessoas, lugares e realidades diferentes a cada dia me fascina. Não temos uma rotina e em cada pauta aprendemos um pouco. Além disso, não me dou bem com a matemática”, brinca ela, que se diz realizada com a profissão. “O Jornalismo é a minha expectativa para o futuro. Não me vejo fazendo outra coisa”, completa.

Camila destaca que o Jornalismo deu a ela a oportunidade de conhecer a fundo seu município e o fato de poder levar informação aos florenses e escrever sobre o povo da sua cidade natal é motivo de muito orgulho. Tanto que, no primeiro semestre deste ano, a jornalista desenvolveu o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) intitulado Fé, Cultura e Trabalho nas páginas do jornal O Florense, baseado no papel que o veículo tem na comunidade onde atua. “O Florense é um ‘historiador’ de Flores da Cunha. Por meio de suas matérias retrata a trajetória da cidade. Então, poder trabalhar nesse jornal, escrever sobre Flores e contar a história de seu povo é muito recompensador”, diz, ressaltando que o carinho pelo município aumentou ainda mais depois que passou a conhecê-lo pela ótica jornalística.



Além do impresso, a jornalista já passou pelo rádio e por assessorias de imprensa. Porém, confessa que tem o desejo de conhecer o segmento televisivo. “Gosto muito do impresso. Foi algo que me surpreendeu quando iniciei. Hoje é o que mais gosto de fazer, mas tenho curiosidade de aprender mais sobre a televisão.” Para o próximo ano, depois do encerramento da Fenavindima, a intenção da jovem é continuar os estudos e investir em uma pós-graduação para ampliar os conhecimentos na área cultural ou em vinhos, outra grande paixão.

Por hora, o foco da princesa jornalista está no trabalho e na divulgação da Fenavindima 2015. Segundo ela, não será uma tarefa fácil conciliar as duas atividades, mas diz que está tranquila com relação ao desafio, pois sabe que poderá contar com o apoio de todos novamente. “Sei que posso contar com o respaldo de todos. Por isso, vou me dedicar à Fenavindima, como sempre fiz em tudo na minha vida”, pondera Camila.


A princesa e a fisioterapia

Aos 16 anos, a princesa da 13ª Festa Nacional da Vindima (Fenavindima) Mayara Zamboni, hoje com 23 anos, entrou para a faculdade. Inicialmente, o desejo era fazer Medicina, mas após participar de um fórum de profissões, percebeu que tinha muito mais a ver com a Fisioterapia, tanto que foi sua opção. Formada há um ano, ela acredita ter acertado na escolha e se diz realizada com a profissão. “Hoje não escolheria outra coisa. A Fisioterapia se encaixou perfeitamente em mim”, diz ela.

Para Mayara, uma única palavra pode representar a Fisioterapia: “vida”. Por isso, seu trabalho é motivo de muita realização e de aprendizado. “Se não nos movimentamos, acabamos não vivendo em plenitude. Então, qualquer movimento, até um piscar de olhos, significa vida e, por isso, sou apaixonada pelo que faço, pois ajudo as pessoas a recuperarem seus movimentos”, afirma a princesa.

Emocionada, Mayara destaca que o crescimento que a profissão lhe proporciona ultrapassa o lado profissional e adentra o pessoal. Muitas lições aprendidas com os pacientes serão levadas para a vida toda. “Às vezes reclamamos de certas dificuldades que são mínimas, mas algumas pessoas têm problemas bem maiores, são bem mais carentes e são muito felizes. Às vezes uma criança em uma cadeira de rodas é muito mais feliz do que eu. Então, aprendo diariamente com eles”, valoriza.

Os avanços de um paciente são encarados como uma vitória. “Essa semana, na Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), ensinei uma menina a amarrar a tênis. Ela ficou muito feliz e falou para todos o seu feito. Isso é muito gratificante. Amo trabalhar na Apae”, considera.



Ao longo dos seis anos em que frequentou as aulas na Faculdade da Serra Gaúcha (FSG), ela realizou estágios em diferentes instituições como a Apae de Caxias do Sul, Lar da Velhice São Francisco de Assis, UTI do Hospital Pompéia e em empresas. Atualmente, a princesa atua como instrutora de pilates na Clínica de Fisioterapia Andreia Carpeggiani e na Apae de Flores da Cunha e Nova Pádua, como fisioterapeuta.

Em breve, Mayara pretende dar um grande passo. Ela conta que está montando sua própria clínica em um espaço ao lado de sua residência, na localidade de São Gotardo. A previsão é que até o mês de outubro o local seja inaugurado. O novo espaço contará com estúdio de pilates e atendimentos personalizados de fisioterapia. Com a inauguração, ela pretende dedicar-se ao negócio próprio e manterá o trabalho na Apae. A intenção é conciliar as atividades profissionais com a divulgação da Fenavindima, o que, segundo ela, não haverá problema, pois sempre recebeu o apoio dos locais onde trabalha.

Camila Baggio (E), Janaína Massarotto e Mayara Zamboni (D). - Mirian Spuldaro
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