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Quedas de luz geram transtornos à população

Setores industrial e comercial têm tido prejuízos com a constante falta de energia. RGE afirma que problema já foi solucionado

Empresas sem trabalhar, comércio sem sistemas, padarias sem pão, restaurantes sem realizar pedidos. A energia elétrica faz parte das nossas vidas e sem ela muitas coisas param. E Flores da Cunha tem sentido essa queda constante da energia elétrica nas últimas semanas, o que tem gerado transtornos e prejuízos para a indústria e o comércio, além da área residencial. Conforme notificaram algumas empresas, há mais de uma semana a energia tem oscilado apresentando quedas constantes, o que faz com que produção acabe sendo interrompida. Em diversas localidades, moradores também reclamam da instabilidade da iluminação. Uma das principais reclamações da população é que, além da falta de energia, a Rio Grande Energia (RGE) não estaria fornecendo um retorno sobre a situação.

De acordo com assessoria de imprensa da RGE, alguns alimentadores de energia apresentaram defeitos na sexta-feira, dia 5. “Nesse dia a Subestação Flores da Cunha teve duas interrupções, sendo a primeira de cinco minutos e a segunda de 25 minutos, ambas causadas por um defeito no dispositivo de um alimentador”, informou a empresa, alegando que a maioria dos bairros ficou sem energia das 11h47min às 11h52min e depois das 12h22min às 12h47min.

Conforme a RGE, algumas localidades, como a Linha 80, tiveram problemas no isolador de um alimentador, o que causou interrupções em dois dias da semana passada.  “Em todos os casos as equipes da concessionária agiram de imediato para solucionar os problemas. A RGE fará inspeção minuciosa na rede elétrica desta área para detectar possíveis falhas e assim evitar novos desligamentos”.

 

União

Devido as grandes reclamações, nesta semana, o Centro Empresarial se reuniu com empresas associados para ouvir os problemas e detectar o que pode ser feito para auxiliar na questão da energia elétrica. A entidade montará um documento que será encaminhado para a RGE com todas as especificidades das quedas de luz que estão causando prejuízos a empresas florenses.

Durante reunião, as empresas afetadas Keko Acessórios, Forbal, Treboll e SIM Microfusão relataram as dificuldades que tem enfrentado devido ao problema. “Para vocês terem uma ideia da gravidade do nosso problema, nós realizamos entregas diárias a montadoras. Um caminhão passa diariamente na empresa e, cheio ou vazio, ele sai da Keko. O fato de sair vazio faz com que pagamos uma multa de R$ 7 mil para a transportadora. Caso o pedido não for entregue a montadora tem um custo hora altíssimo, e precisamos mandar as peças de avião. É um assunto muito sério”, relatam os representantes da Keko Acessórios, o gerente administrativo e financeiro Lucas Bertuol e o analista de manutenção pleno, Matheus Pirolli.

Conforme a sócia-proprietária da SIM Microfusão, Liziane Sgarioni, desde o ano passado a empresa vem sofrendo com quedas de luz que atrapalham o funcionamento da metalúrgica. “Quando não temos luz, perdemos vários banhos de fundição tendo um prejuízo de mais de R$ 20 mil. Sabemos que pode acontecer a falta de energia quando tem intempéries, mas ficamos sem luz em dias ensolarados”, destaca.

O mesmo problema é relato pelo gerente de compras da Treboll Móveis, Entony Fontana. “Já tínhamos um histórico anterior de várias faltas de energias, onde a RGE alegou vários motivos. Mas semana passado foi bem mais crítico pelo fato de que na quarta-feira, dia 3, começou as quedas de luz, a voltagem não se mantinha e os equipamentos não ligavam. No dia seguinte aconteceu a mesma coisa. Foram praticamente 12 pontos de interrupção durante a manhã o que ocasionou perdas de materiais e gerou um gasto enorme”, pontua. No dia 4, a Treboll fez um acordo com todos os funcionários para que no período da tarde não houvesse expediente por conta da falta de energia. Conforme o gerente nesta segunda-feira, dia 8, pela parte da manhã, novas quedas ocorreram na empresa.

De acordo com o advogado, Renan Zenato Tronco, especialista em direito de energia, a contribuição da narrativa das empresas é muito importante para relatar o problema. “Ainda que a RGE faça detecções reativas dessas situações, o que as empresas estão buscando é uma questão mais preventiva, do ponto de vista de mais qualidade e segurança do fornecimento. Nessa linha a gente acompanha muito a questão de evolução e como tem sido feito os reforços de rede, por que o município vem crescendo. Flores da Cunha tem uma configuração onde a subestação – localizada próximo ao Eremitério Frei Salvador, no bairro Morada do Camping – foi reforçada em 2018 e, em tese, ela tem capacidade suficiente para atender a cidade. Mas tenho algumas dúvidas se Flores da Cunha não tem um problema específico no alimentador que pega a região de São Cristóvão, São Gotardo, Linha 80, porque é a região que está tendo mais problemas”, analisa o especialista.

A notificação que o Centro Empresarial irá encaminhar com os dados das empresas é uma medida administrativa e buscará um diagnóstico da RGE. “Eles podem chegar a conclusão que esse alimentador, quando dimensionado e instalado, visava o atendimento de uma carga. Agora, que as empresas têm crescido e se desenvolvido, surgem outras mais recentes, e quando se vê é um problema que vem se construindo e que agora começa a chegar na gota d’água”, diz.

Ações individuais das empresas para ressarcimento do prejuízo também serão encaminhadas a RGE. ‘Mas o peso da coletividade no documento encaminhado pelo Centro Empresarial deve reverter em uma resposta mais digna da empresa de energia”, afirma Tronco.

Na prefeitura municipal nenhuma reclamação foi protocolada sobre a rede de energia elétrica.

Centro Empresarial realizou uma reunião para auxiliar as empresas que têm sofrido com as quedas de energia elétrica.  - MARIANA DONDÉ/CE/DIVULGAÇÃO
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1 Comentários

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    Esta empresa RGE, é um LIXO de fornecedora de energia elétrica. Em qualquer outro país terceiromundista ela já teria sido cassada, tamanha a irresponsabilidade como ela atua. Sómente tem gente insignificante que atende em nome desta concessionária, que nem estão aí para os problemas que eles diuturnamente estão causando. Só é mais lixo que a RGE o órgão federal regulador e fiscalizador , que titulam de ANEEL ou algo assim. É bem como dizem os Engenheiros Elétricos que não conseguem ter as demandas atendidas pela empresa: que saudades temos da CEEE. Ah, esta empresa agora é propriedade de um grupo de energia Chinês, que também controla a CTPFL. Assim que, haja paciência até que algo de solução aconteça.



    Comentário editado pela redação.

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