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Segunda festa mais antiga do estado chega a 14ª edição

Promovida pela comunidade de Otávio Rocha, inicialmente a Fecouva era uma forma de conquistar melhorias ao distrito

Atrás apenas da Festa Nacional da Uva, a primeira Fecouva promovida pelo distrito de Otávio Rocha foi realizada em 1966 e, na verdade, foi intitulada como Festa Paroquial da Uva. A localidade percursora serviu de inspiração para Flores da Cunha que, no ano seguinte, sediaria a primeira Fenavindima e, a Fecouva – com essa denominação – voltaria a ocorrer 11 anos depois, em 1977. 
Da década de 1970 para cá muita coisa mudou. De acordo com o presidente da 3ª edição do evento, o Diretor Executivo da Agavi e enólogo Darci Dani, 65 anos, inicialmente as festas eram vistas como uma forma de conquistar melhorias para o distrito. “Lembro que uma delas foi o sistema da distribuição de água, não tínhamos água encanada nas casas e, por força das festas, conseguimos a colaboração do governo estadual, municipal e da comunidade que se envolveu e se cotizou, inclusive, para conseguirmos fazer a distribuição de água em toda a vila e, mais adiante, para a agricultura, com água encanada nas propriedades do interior”, relata Dani. 
Outro ponto destacado por ele é a questão do asfaltamento, que em 1983 não havia e, hoje, Otávio Rocha está ligada aos asfaltos por três vias. “Todas as festas que o distrito promoveu sempre foram para chamar as autoridades, para mostrar e conseguir conquistar algumas melhorias para a comunidade, que sempre se envolveu muito”, revela.
Sempre atuante, Darci Dani também foi presidente da 14ª Fenavindima e novamente da Fecouva, na 13ª edição, em 2017. “Uma das mudanças entre a 3ª e a 13ª edição foi a questão do pavilhão, que na 13ª nós não conseguimos mais fazer a exposição de uvas na Cantina Slaviero, por questão de segurança em relação ao prédio, que precisa de uma reforma para abrigar o público. Nós tivemos que fazer toda a festa junto à Igreja Matriz e ao salão, ficou tudo concentrado ali”, avalia, complementando que, nesse ano, a festa também será nesses moldes; fato que divide opiniões, uma vez que, ainda conforme Dani, anteriormente, as pessoas tinham que se deslocar até o pavilhão e existia um trânsito que, agora, não ocorre mais.
Ponto de vista compartilhado pela empresária Helena Molon, de 60 anos, que explica que na cantina havia uma estrutura pronta, o que facilitava a organização das exposições, shows e desfiles. “Agora teria que arrumar para fazer ainda ali, seria muito bom, quem sabe algum dia, em uma próxima festa, possamos inaugurar essa obra, porque é um sonho de Otávio Rocha restaurar essa cantina”, releva Helena. 
Outro aspecto evidenciado por ela é em relação aos carros alegóricos, que existiam desde o início, e só se modernizaram com o passar dos anos. “O que sinto muito, agora, é a ausência das bandas nos desfiles. Tinha a Florentina, a Santa Cecília e as de colégio, na época era mais fácil conseguir essas bandas, hoje tem bem menos”. 
A empreendedora também destaca que um grande ganho para a comunidade ocorreu em 2009, quando a Fecouva passou a celebrar, também, o morango, incorporando em sua programação a 1ª Festa do Moranguinho, já que Otávio Rocha é um dos principais produtores da fruta no estado.
Helena e seu marido, o também empresário José Antonio Molon, de 62 anos, foram presidentes da Fecouva, há mais de 30 anos e, hoje, orgulham-se em ver o filho, Michael Molon, à frente do evento. “Muito orgulho pensar que todo o processo que fizemos ele também está fazendo, e fazendo muito bem, ele está se dedicando dia e noite. Nós estamos torcendo muito que dê tudo certo porque vimos o tanto de dedicação que eles tiveram”, empolga-se, ao mesmo tempo em que revela que os turistas encontrarão uma festa típica da colônia, com muita interação, simplicidade e alegria. 

As vestes e a faixa

Escolhida rainha da 2ª Fecouva, aos 17 anos, Elisete Trentin Mioranza, atualmente com 63 anos, representava a comunidade de Otávio Rocha e tinha como princesas Salete Tomazzoni, da Linha 60, e Elida Grifante, de Mato Perso.
“Foi uma fase maravilhosa, porque fazia tempo que não tinha mais festas, aí a comissão, presidida pelo Floriano Molon, sempre quis colocar o turismo de Otávio Rocha em evidência. Nós divulgamos a região na agricultura, na gastronomia; fomos na RBS TV Caxias, em Porto Alegre, e para Curitiba - ganhamos de presente a viagem e fomos na TV de lá para divulgar. Foi uma festa regional, estadual e nacional, porque tinha gente de São Paulo e do Rio de Janeiro, eu jamais vou esquecer”, emociona-se Elisete.
A cabeleireira, hoje aposentada, recorda que, inicialmente, perguntaram ao seu pai se ela poderia ser candidata e, só depois dessa autorização, ela foi questionada e aceitou participar da disputa. Outro ponto destacado por ela é que as próprias embaixatrizes eram responsáveis pelos seus vestidos, que deviam ser longos e com babados. “Nós pagávamos o vestido que era feito mais ou menos no estilo de uma festa, cada uma escolhia o modelo que queria, sem bordado, sem nada, tinha que ser liso, e quem ganhava, a festa pagava o bordado do que tínhamos escolhido”, explica a soberana que guarda seu traje e a faixa com todo o carinho. 
Para ela, a padronização das vestes ao longo dos anos e toda a fase pré-concurso que foi inserida são aspectos extremamente positivos, uma vez que tornam o processo seletivo mais igualitário e instruem sobre como se portar em cada situação. 
 “Naquela época não tinha a preparação que tem hoje. Nós fomos em um sábado à noite em um coquetel no Hotel Dona Adélia, lá os jurados faziam as perguntas e nós tínhamos que responder, mas, sem preparação para o desfile e para o que íamos falar. No baile, todas desfilaram, cada uma do seu jeito, e os jurados deram as notas”, lembra Elisete que estava muito ansiosa e se disse anestesiada na ocasião em que soube ter sido escolhida como rainha da segunda edição do evento.  
A soberana aproveita para deixar um conselho para a corte atual: “Curtam todos os momentos, participem, vão, façam, porque são etapas inesquecíveis. Aproveitem porque é uma fase maravilhosa”.

Confira a programação desta semana:

Segunda-feira, dia 14 de fevereiro
18h - Abertura do Parque de Exposições.
20h - Palestra promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Flores da Cunha. 

Terça-feira, dia 15 de fevereiro
18h - Abertura do Parque de Exposições.
20h - Palestra promovida pela Cresol com o tema ‘Viticultura: Manejo e conservação’, pela engenheira agrônoma Rafaela Meneguzzo (AgroD tech software- Inovação e resultados no campo).

Quarta-feira, dia 16 de fevereiro
18h - Abertura do Parque de Exposições.
19h - Evento ‘É tempo de vindima, Luna Piena da Vindima’, promovido pela Secretaria de Turismo de Flores da Cunha, na Praça Regional da Uva.
19h - Palestra técnica sobre a produção de morangos.

Quinta-feira, dia 17 de fevereiro
18h - Abertura do Parque de Exposições.
19h - Palestra promovida pela Cooperativa Sicredi Serra.
20h - Show com Maicon e Pontel (Palco Principal).

Sexta-feira, dia 18 de fevereiro
18h - Abertura do Parque de Exposições.
20h - Jantar com Menarosto. Valor do ingresso R$ 75 por pessoa.
20h - Apresentação com Felipe Corso (Palco Salão).
22h - Show com Sem Razão (Palco Principal).

Helena Molon e o marido, José Antonio Molon, foram presidentes da Fecouva e celebram o amor passado para seu filho, Michael Molon, atual presidente do maior evento do distrito.  - Karine Bergozza
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