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Uma receita de sucesso

Salete Pelizzer Katuzzo, 64 anos, conhecida como ‘Salete do pão’, é uma das personagens principais do Vindima e acompanha de perto o desenvolvimento do bairro

Tranquilidade e sossego são as duas principais características do Vindima. Localizado na parte leste da cidade, o bairro começou a ser povoado por volta de 1970. Nessa época, as ruas eram estreitas e de chão batido. Com a chegada de mais moradores, em 1980 formou-se o loteamento e, em 1998, por meio da Lei Municipal nº 1.975, foi criado o bairro – hoje estima-se que conte com cerca de 700 habitantes. 
“Nós viemos morar aqui em 26 de março de 1970, as terras eram do meu pai, Luiz Pelizzer. No início tinha só umas parreiras, aqui era tudo mato, não tinha água e nem luz. A água era de poço e um vizinho aqui embaixo forneceu um fio para podermos ter luz, aí a RGE permitiu”, relembra Salete Pelizzer Katuzzo, 64 anos, uma das primeiras moradoras do local. 
O nome foi escolhido devido à proximidade com o Parque da Vindima Eloy Kunz. Aliás, sediar eventos é outra característica do bairro Vindima, que abriga o parque e com ele a sede do Grupo Escoteiro Alberto Mattioni, a Escola de Gastronomia da UCS e também é casa da sede do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Galpão Serrano. 
“Na época, os terrenos eram das Irmãs de São José, aí a prefeitura adquiriu essa área toda dez anos depois que nós viemos morar aqui, quando fizeram os pavilhões. Lembro que meu pai, Luiz Pelizzer, cedeu um pedaço do terreno para o prefeito Paviani abrir a rua atrás e cortar o mato. Acompanhamos tudo, aí depois dos pavilhões nós fizemos o loteamento”, relata a moradora.  


Além de ter visto de perto e saber contar como ninguém as transformações do bairro nesses mais de 50 anos, Salete faz parte da história do Vindima, sendo uma personagem da localidade, conhecida carinhosamente como ‘Salete do pão’.  “Minha mãe, Bernardina Meneguzzo Pelizzer, sempre foi cozinheira, já veio no sangue dela e ela passou para nós”, conta Salete que há mais de 25 anos faz pão. “Mas não faço todo o dia, agora só no sábado”, explica a padeira que também é conhecida pelo sabor único de suas tortas, especialmente a Marta Rocha. “É questão de mão eu acho, ainda faço aquele pão colonial, em forno à lenha e com fermento de batata, mais natural, e quem me pede a receita eu sempre dou, não nego para ninguém. Eu gosto de fazer isso, quando o pão fica bonito tu se realiza, é que nem quando faz um bolo de noiva – eu fiz muitos bolos de noiva – aí quando vê ele pronto, todo bonito, tu se sente realizada. É gostar”, destaca Salete, com brilho nos olhos, traduzindo o amor pelo seu trabalho.
Sentimento que ela também nutre pelo bairro que escolheu para viver e afirma não trocá-lo por nada, inclusive brinca mencionando que quando casou levou o marido para morar no Vindima. “É um bairro muito bom de morar, calmo, tranquilo, não tem aquele medo de sair e deixar uma porta aberta, aqui está sempre tudo aberto e não tem nem cerca. Pode até deixar roupa no arame que nunca faltou nada”, relata, orgulhosa, ao mesmo tempo em que destaca a união da comunidade: “Quando é para trabalhar todo mundo trabalha. Em festas, na arrecadação, todo mundo ajuda”, enfatiza. 
Atualmente, o bairro conta com a Escola Municipal 1º de Maio, o Parque Natural São Francisco de Assis, uma praça com quadra e alguns brinquedos infantis. Não possui igreja católica; as festas, missas, aulas de catequese e reuniões são realizadas no salão comunitário, dedicado a São Francisco de Assis – padroeiro que recebe uma festa anualmente, em outubro. 
De acordo com Salete, que no período pós-pandemia pretende retomar seu projeto e abrir um salão de festas em sua casa – o espaço já conta com cortinas, toalhas, capas de cadeiras, vasos, louças e PPCI – o que ainda falta na região é um mercado mais próximo, especialmente para uma padeira de mão cheia.
A localidade está em constante expansão devido, especialmente, a construção do Loteamento Villa Toscana, que também vai pertencer ao bairro Vindima e promete trazer ainda mais desenvolvimento e qualidade de vida aos moradores do local, em uma área de 29 hectares, com 280 terrenos, além da vista encantadora do Mirante Arezzo.

Salete Pelizzer Katuzzo em frente à primeira casa do bairro, registrada em 1966. - Karine Bergozza
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