Nova Pádua

Passado e futuro se confundem na Terra do Sol

Projeto de restauro e reabilitação da Subprefeitura de Nova Pádua dará vida a um espaço cultural revitalizado

Depois de ter sido aprovado, via Lei de Incentivo à Cultura (LIC), em março deste ano, o projeto de restauro e reabilitação da Subprefeitura de Nova Pádua, que passará a sediar um espaço cultural revitalizado, um novo capítulo dessa história, que ajudará a escrever o futuro do Pequeno Paraíso Italiano, começa a ganhar vida.
Às 14h da sexta-feira, dia 18 de novembro, será realizado o evento de lançamento do projeto de restauro e reabilitação do prédio, que já abrigou a Delegacia, os Correios e a Central Telefônica do município. “O objetivo principal da Secretaria de Cultura em contemplar o primeiro tombamento histórico de Nova Pádua, reside no fato de criar espaços e estratégias eficazes de resgatar nossa história, nossa identidade cultural, as tradições e costumes herdados de nossos antepassados, a fim de perpetuá-los às futuras gerações através do nosso Memorial e Acervo Histórico”, declara a secretária de Educação, Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Josenice Panizzon Bernardi.
De acordo com ela, os primeiros passos após a apresentação serão a retirada e a catalogação de todos os objetos e livros do museu e da atual biblioteca, para que, a partir disso, possam ser iniciados os trabalhos de restauro do prédio. “A entrega para a comunidade, bem como o início das atividades e funcionalidade dos prédios do Acervo Histórico e da nova biblioteca, está prevista para ocorrer em novembro de 2023, podendo acontecer adaptações e mudanças ao longo do processo”, revela Josenice, acrescentando que os dois andares da edificação serão ocupados pelo Memorial e Arquivo Histórico de Nova Pádua.
Em relação à construção de uma nova biblioteca, a secretária esclarece que será erguido um prédio próprio, com melhor estrutura e funcionamento para as atividades que ali serão desenvolvidas: “Importante ressaltarmos que o prédio ganhará um ar moderno, com espaços de estudo e convivência contemporâneos, condizentes às demandas dos nossos alunos e dos novos leitores”, finaliza Josenice. 
O projeto arquitetônico de restauro e reabilitação da Subprefeitura é da arquiteta paduense, Graziela Verdi e, do engenheiro civil, Nicolas Fiorenze Dal Bó, a fiscalização é da arquiteta Leila Schaedler, e a coordenação da ação junto à LIC é da gestora cultural Cristina Seibert Schneider. 
A obra será financiada pelo Pró-Cultura RS, da Secretaria da Cultura e Governo do Estado do Rio Grande do Sul, através da LIC, no valor de R$ 1,9 milhão, e conta com patrocínio das empresas: Vêneto Transportes, Cooperativa Nova Aliança, Sulmonte Vinhos, Boscato Vinhos Finos, Comercial de Alimentos Grazziotin, Metalco, Vinícola Milano e Vinícola Mioranza. A prefeitura de Nova Pádua é apoiadora do projeto e, como contrapartida da LIC, financia parte do valor (R$ 500 mil). Sendo assim, a obra totalizará um investimento de R$ 2,4 milhões.
O Instituto Flávio Luis Ferrarini, um dos idealizadores da ação, é o proponente do projeto de construção da nova biblioteca. “As responsabilidades do IFLF, em relação ao lançamento do projeto de restauro e construção do complexo cultural, são de comprometimento de que tudo seja executado da melhor forma possível e conforme o projeto apresentado. É uma responsabilidade imensa que assumimos em acompanhar a obra passo a passo e, juntamente com a administração pública de Nova Pádua, estamos empenhados a fazer com que tudo aconteça e seja finalizado. Estamos pensando no todo, em que a comunidade crie mais um ponto de referência sociocultural e que este espaço seja utilizado da melhor maneira possível”, defende a presidente da instituição, Leandra Mascarello.
“Estamos há quase dois anos nos dedicando para que a comunidade e os visitantes possam usufruir do Núcleo Cultural na realização das mais variadas atividades. Ainda em 2021, um grupo de voluntários do município de Nova Pádua foi criado pelo IFLF, para acompanhar de perto cada etapa da construção e, quando finalizado o restauro, o espaço abrigará memórias culturais e será destinado às inúmeras atividades sociais. Assim, o Instituto poderá contribuir realizando projetos, oficinas e eventos que incentivem as manifestações artísticas e culturais neste espaço, que será de toda a comunidade”, destaca a tesoureira do IFLF, Camila Riva Ciochetta.
Isso, sem dúvida, é o que todos almejam, ainda mais a idealizadora e, atualmente, vice-presidente do Instituto, Madeleine Ferrarini Dallemolle, que, ao olhar para mais esta ação, enxerga muito além e revive episódios do passado, ao lado do irmão, Flávio Luis Ferrarini: “A história com Nova Pádua iniciou há muito tempo, ainda quando meu irmão realizava um trabalho junto ao poder público do município em prol do seu desenvolvimento social e, entre as inúmeras ações realizadas, em 1999, o antigo prédio da Subprefeitura de Nova Pádua foi destinado a abrigar a biblioteca pública da cidade, que viu o poeta crescer e escrever histórias sobre sua gente”, emociona-se ao falar sobre a obra que carrega o nome do irmão. 
Conforme Madeleine, além de ser utilizada para iniciativas relacionadas ao universo da literatura, a nova biblioteca terá um acesso direto com a Escola Luiz Gelain e permitirá a realização de atividades pedagógicas, cursos, oficinas e encontros relativos ao mundo das artes, destinados para alunos do ensino fundamental e médio. “Confesso que, ao mesmo tempo em que é uma honra e um privilégio para nós, voluntários do IFLF, contribuirmos para a realização deste projeto arquitetônico e social, também sentimos o peso da responsabilidade em continuarmos a emocionante história que teve início com o Flávio”, revela a vice-presidente, agradecendo o olhar visionário do prefeito municipal, Danrlei Pilatti, e a confiança da equipe administrativa da prefeitura.
Quem também se emociona ao falar do significado dessa obra (não teria como ser diferente) e agradece a todos os envolvidos, é o filho do escritor, Roger Ferrarini: “Como filho do Flávio, me sinto muito feliz e honrado pelo trabalho e pelas atividades que o Instituto vem desenvolvendo e que mantém viva a lembrança e a essência da pessoa que o meu pai foi. O restauro e reabilitação da Subprefeitura e a biblioteca pública que carrega o nome dele, além de contribuir com a cultura do município, por meio de um espaço renovado e revitalizado, irá instigar ainda mais a participação dos jovens neste meio cultural”, enaltece, com a certeza de que estas iniciativas ajudam a manter vivo o legado de seu pai.

 - Arquivo O Florense
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