Nova Pádua

Um ano que começou com o agravamento da pandemia de Covid-19 e seguiu com a esperança de dias melhores, traduzida na chegada e nas aplicações de vacinas, também teve espaço para novos empreendimentos e investimentos em obras, melhorias na educação, agricultura, novas propostas para as áreas da cultura e do turismo. Assim foi o primeiro ano de gestão do prefeito paduense, Danrlei Pilatti, que focou em estimular os jovens à permanência na área rural. 
Confira a entrevista completa do prefeito que adotou o planejamento como peça-chave de seu primeiro ano de gestão: 

OF: Em 2020 sua vitória nas eleições, com 1.105 votos, foi atribuída ao trabalho e a dedicação por Nova Pádua. Quais as principais realizações nesse um ano? Foi de acordo com suas expectativas? 
Pilatti: Eu diria que por nós estarmos vivendo um ano atípico, ainda em função da pandemia, quando mencionamos isso na vitória tivemos uma expectativa e estamos entregando isso para a população. Quando falávamos em trabalho e dedicação era de que tudo que pautássemos e fôssemos realizar nós entregássemos com qualidade, para garantir o futuro daquilo que estivéssemos fazendo e isso já é visível concluindo quase um ano. Entre planejamento e algumas execuções, eu acredito que nós estamos conseguindo devolver para a população essa confiança e esse trabalho.  
E eu faço a seguinte pergunta: qual é o prefeito que gostaria de iniciar o seu mandato não podendo dar reajuste salarial para os seus servidores, tendo uma série de empecilhos por causa de legislações federais que não nos deixavam contratar mais do que os anos anteriores? Então alguns ajustes na área da saúde, principalmente, que poderiam ser feitos para remuneração até de servidores – como é o caso dos médicos – foram coisas um pouco frustradas, mas, que fomos encontrando soluções e resolvemos de uma maneira ágil.

OF: Qual o maior aprendizado nesse primeiro ano de gestão? 
Pilatti: Investir bastante tempo em planejamento. Planejar obras, realizações, contratações, para executar com a maior assertividade possível, acho que esse é o grande aprendizado. Por vezes nós, com a nossa juventude, gostaríamos de resolver tudo prontamente e acabamos percebendo o quão necessário é estar cercado de excelentes pessoas nos assessorando para fazermos esse planejamento, que agora já estamos colhendo bons frutos.

OF: Gostaria de destacar algum ponto marcante (positiva ou negativamente) nesse período? 
Pilatti: Positivo é estar concluindo um ano com as receitas em dia, ter conseguido entregar o alargamento de vias importantes, asfaltamentos que estavam previstos, conquistar alguns recursos – como a viagem a Brasília que nos resultou em emendas parlamentares para a infraestrutura turística e para a continuidade dos programas de asfaltamento no interior. Além de ter, para a área central, o projeto de revitalização da subprefeitura, o primeiro tombamento histórico do município de Nova Pádua, que já estamos captando recursos com empresas daqui. É o primeiro prédio público, patrimônio preservado, então isso também nos marca nesse início de gestão. 

OF: Como foi assumir a gestão da cidade em meio à uma pandemia? Como está a área da saúde dentro do município, hoje? 
Pilatti: Iniciei a administração com a chegada massiva das vacinas, então começamos todo um planejamento junto à Secretaria da Saúde para implementar os agendamentos da vacinação, conforme o gerenciamento do governo estadual. O desafio maior foi entender o retorno às aulas, pois, ficamos todo 2020 sem atividades presenciais e ter retornado apenas em 2021 nos mostrou o quanto era necessário tomar essa decisão, visto que também foi implementado um Centro de Apoio Integrado às Crianças e aos Adolescentes e já nesse primeiro ano teve uma adesão bastante expressiva de crianças que estão fazendo esse reforço pedagógico. Eu atribuo esse como, talvez, um dos maiores prejuízos de estar enfrentando esse ano de pandemia, além, é claro, de a comunidade ter perdido algumas pessoas importantes em função do agravamento com essa doença. 

OF: Em entrevista ao Jornal O Florense, em 13/11/2020, você afirmou que, se eleito adotaria algumas medidas. Como está o andamento delas ao término desse primeiro ano de governo? São elas:
Daria continuidade às obras:
Pilatti: Estamos fazendo a manutenção dos asfaltamentos e nos deparando com algumas obras que foram entregues com baixa qualidade. Nós estamos investindo mais de R$ 500 mil para refazer alguns trechos, além de, já no início do ano ter entregado mais 1 km de asfalto no Travessão Bonito. Agora, finalizando o ano, já licitamos, e para o início de 2022 teremos as obras de ligação asfáltica do Travessão Bonito ao Barra e Mutzel. Esperamos ter também, no primeiro semestre, as obras das reformas das praças e da Av. dos Imigrantes. Além disso, fomos contemplados há alguns dias no Pavimenta RS com pouco mais de R$ 800 mil para fazer os acessos do Loteamento Jorge Baggio, do Centro Cultural e do Travessão Divisa, e prevendo todo o calçamento ao longo desse trecho, que também será uma obra importante que nos comprometemos ao longo da caminhada. 
Os reajustes dos materiais de construção e a variação de preço de petróleo, infelizmente, acabaram elevando os valores do asfaltamento e desacelerando aquilo que poderíamos entregar mais rápido. Mas, estamos bem contentes por termos investido tanta energia no começo do ano para planejar tudo isso e chegar ao fim começando a executar essas obras.

Realizaria melhorias na educação:
Pilatti: Ainda em janeiro nós realizamos melhorias na infraestrutura, na parte interna dos prédios, para adequar ao retorno das aulas. Também foi investido na implantação de ferramentas tecnológicas para trabalhar com os alunos e também entregar a informação para os pais do dia a dia das escolas. Investimos no biodigestor, para ser utilizado na parte pedagógica, com o entendimento da sustentabilidade para o futuro das crianças. Agora, estamos utilizando um recurso da educação – pouco mais de R$ 250 mil – para investir em um transporte novo, por meio da Secretaria da Educação, para levar os alunos especiais até a Apae. Também estamos licitando um parque de preservação ambiental junto ao Loteamento Jorge Baggio, um investimento que vai ter casa da árvore e passarelas para as professoras poderem utilizar como um meio pedagógico de ensinar a sustentabilidade, a preservação da natureza e ter um local diferente para passar conhecimento.

Asseguraria os benefícios já existentes no posto de saúde:
Pilatti: A manutenção dos medicamentos é algo que onera bastante a prefeitura e que, de fato, nós temos que dar esse retorno para a população. Estamos retomando alguns trabalhos preventivos para que menos pessoas cheguem nessa situação de demandar de tantos medicamentos e, para isso, por meio de um trabalho conjunto entre Secretaria da Educação e da Saúde, o Programa Saúde na Escola (PSE) foi implementado e estamos captando recursos do governo federal para palestras e atividades trimestrais junto às escolas. Acho que esse é o nosso maior desafio: informar e prevenir para que menos pessoas necessitem de atendimento. Um dos maiores investimentos nossos foi para assegurar bons atendimentos médicos, nós tivemos que contratar uma empresa terceirizada – de forma emergencial – para ter um médico 40 horas na nossa UBS e está posto ali, também, um desafio da administração, de manter médicos em cidades menores.

Desenvolveria novos empreendimentos, para gerar mais oportunidades de emprego aos jovens:
Pilatti: Dentro do planejamento, compete ao poder público fomentar e realizar atividades com o Conselho Municipal do Turismo (COMTUR), para entender o que de novo podemos entregar, como empreendimentos, para o município de Nova Pádua e, dentro das oportunidades, temos bons exemplos de jovens que ficaram no meio rural, tanto para investir somente no rural, ou começar uma nova composição das suas empresas, das suas propriedades, investindo também, de forma escalonada, no turismo. A prefeitura não criou nenhum novo subsídio, mas criou condições de reunir esses jovens e incentivar, por meio de algumas ações, como oferecer cursos de atendimento ao turista, em um convênio com a UCS. Foram duas turmas, mais de 35 alunos, que procuraram aprender métodos mais padronizados de como atender bem o turista e acredito que esse é o caminho: disseminar o conhecimento e alguns jovens vão se interessar por, talvez, diversificar a sua propriedade e não investir só em agricultura.

Apoiaria a agricultura, especialmente com irrigação:
Pilatti: Em comparação ao ano anterior, que foram construídas – entre limpezas e alargamento – pouco mais de 60 açudes, até outubro desse ano já eram mais de 100. Desde 2018, com a alteração da resolução 372 da Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente), diminuindo algumas exigências para a construção de açudes, os produtores também se motivaram a alargar, limpar, fazer os investimentos necessários para a irrigação de Nova Pádua e, gradativamente, aumentar a produção, a receita, a renda da família e as contribuições para o município. Isso é fundamental e hoje, com o preço dos insumos que está estabelecido, não se pode ter desperdícios no meio rural, então acredito que a irrigação é fundamental e o armazenamento dessa água por meio dos açudes tem subsídio por parte do município, as 30 horas 50% e elas foram muito utilizadas.

OF: Quais os projetos para os próximos anos? 
Pilatti: Estabelecer uma boa manutenção, sempre visando aumentar a qualidade da entrega. Além de entregar essas benfeitorias para o centro da cidade e estar consolidando a região do Belvedere Sonda, também queremos colocar Nova Pádua como um município em destaque no turismo. Não vejo outro caminho a não ser continuar investindo em tecnologia para a agricultura, para aprimorar o plantio, o modo de colher, de armazenar, e de vender o produto agrícola, além de investir no turismo como uma fonte de renda extra que oportuniza agregar valor à alimentação de uma forma que só a agricultura não compõe. Essa é a nossa missão e que, de certa forma, todos já estão compreendendo.