Nova Pádua

Um olho no passado, outro no futuro

Nova Pádua apresenta projeto de restauro do antigo prédio da Subprefeitura, que abrigará um museu e a nova biblioteca pública

Uma obra planejada desde o início do ano, que agora foi apresentada à comunidade. No mês de agosto, ocorreu a audiência pública sobre o projeto de restauro do prédio da Subprefeitura de Nova Pádua, o primeiro bem tombado do município. No local, as intervenções farão com que a edificação ganhe vida nova, já que, um museu será construído e, junto a ele, anexada a Biblioteca Municipal Flávio Luis Ferrarini, contemplando o passado e o futuro do município.
O prédio é datado de 1935 e abriga muita história: além da Subprefeitura, ele já foi escola, sede da superintendência, dos Correios e da Central Telefônica. “O valor histórico que está por trás dele é inestimável, são muitas as lembranças que as pessoas têm desse prédio público. A ideia é preservar a história, a cultura e a valorização. Se isso não acontece, você esquece de quem você é e de quem você foi, não podemos fazer estrago com as futuras gerações”, comenta a secretária de Educação, Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Josenice Panizzon Bernardi.
O tombamento do prédio se resume à fachada da antiga construção onde, no andar superior, funcionará o Memorial Histórico. No projeto, está previsto o uso da tecnologia para contextualizar a época retratada, a fim de promover uma experiência sensorial a quem passar por lá. Na parte inferior do novo espaço, a ideia é abrigar salas pedagógicas a serem utilizadas pelos alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Luiz Gelain, com a qual o complexo terá ligação direta.
A contemporaneidade ficou reservada para a nova Biblioteca Municipal Flávio Luis Ferrarini, que tem esse nome desde 2000, e também estará disponível aos alunos da escola. “Vai ter uma dinamicidade muito grande porque junto ao novo complexo haverá um receptivo turístico. A ideia é manter aberto nos finais de semana, já que ele terá um lugar de lazer, de entretenimento, de conversa. Estamos propondo uma convivência social, essa harmonia entre uma boa literatura e uma boa socialização”, diz a secretária.
Todos os detalhes do projeto arquitetônico foram apresentados à comunidade de forma minuciosa na Audiência Pública realizada no início do mês de agosto, no plenário da Câmara Municipal. Na ocasião, também foi resgatado todo o processo histórico do prédio, relatado pelas historiadoras Gissely Lovatto Vailatti e Nair Panizzon Baroni. Ao fim, entidades culturais do município e a sociedade civil tiveram a oportunidade de questionar e sugerir alterações no projeto.
Planejar um complexo que respeite às características históricas, ao mesmo tempo em que constrói novas pontes para o futuro, é um desafio enorme. A tarefa ficou a cargo da arquiteta e urbanista do Departamento de Projetos e Planejamento, Graziela Verdi, autora do projeto. A equipe técnica é formada, ainda, pelo engenheiro Nicolas F. Dal Bó, pela assessora de restauro, Leila Schaedler e pela Gestora Cultural, Cristina Schneider.
Um dos principais intuitos da equipe foi o de não apenas revitalizar a construção, mas de fato dar nova vida ao local – ou seja, garantir que ele tenha uma funcionalidade para o dia a dia dos paduenses. “Foi pensado, além de preservar o imóvel, de dar função para o prédio porque também não adianta ter um prédio antigo ali que não recebe ninguém. Como nossa cidade não tinha um museu e uma biblioteca bem estruturados, se pensou no complexo que aproveita o bem antigo e constrói uma nova edificação para abrigar as duas estruturas”, conta Graziela. 
Segundo a arquiteta, a revitalização do prédio antigo é a “menina dos olhos”: “Essa edificação nova tem uma arquitetura contemporânea comportada, que tende a não ofuscar o prédio antigo, e toda a parte de acessibilidade que a antiga não permitia”, explica. 
A forma de acesso ao espaço também foi outra das questões prioritárias: rampas, elevadores e passarelas fazem parte do projeto. A rampa de acesso, inclusive, está sendo pensada de tal forma que também funcione como arquibancada para eventos que ocorram na avenida principal da cidade, como a Feprocol. “A acessibilidade é importantíssima não apenas para deficientes físicos, mas para pessoas que têm dificuldades de locomoção. Temos uma grande população idosa, que é o motivo de estarmos preservando a história. Eles também são os nossos convidados para frequentarem o memorial e a biblioteca”, afirma Josenice. 
O projeto executivo de restauro do prédio da Subprefeitura de Nova Pádua se encaminha para a fase final e, quando concluído, será inscrito na Lei de Incentivo à Cultura, tendo o Instituto Flávio Luis Ferrarini como proponente. Em caso de aprovação, se inicia a captação de recursos para que o sonho da revitalização do prédio possa ser visto pelos paduenses na sua frente e não apenas no papel, garantido que uma construção de 1935 também possa fazer parte do futuro do município.

 - Reprodução/ Prefeitura de NP  - Reprodução/ Prefeitura de NP
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