Política

"Ser questionador, não dá pra ser calmo", afirma candidata Jaqueline Zanella (Republicanos)

Com uma trajetória de engajamento comunitário, Jaqueline Zanella, 54 anos, disponibiliza pela segunda vez o seu nome para a Câmara de Vereadores. A candidata do Republicanos é  pós-graduada em Gestão de Cooperativas e reconhecida pelos seus 26 anos de voluntariado na Liga Feminina de Combate ao Câncer.

Casada há 24 anos com Danecio Zanella e mãe de Maúra Guerra Polidoro, Jaqueline se apresenta como uma voz ativa e questionadora em busca de transformar seu trabalho em prol da comunidade em ações efetivas na vereança.

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Por que a candidata acredita ter perfil para ser um bom vereadora? 
Participo das sessões da Câmara há oito anos. O perfil do vereador tem que ser questionador, não dá pra ser calmo. O vereador está disponível para cobrar o funcionamento das leis, está como um fiscal da legislação, então não acredito que alguém muito calmo tenha perfil. Tem que ser "metido" e não interessa se é A, B ou C. Tem que dar a cara a tapa para que as coisas funcionem. As pessoas tem saudade daqueles vereadores que questionavam o andamento das leis e os projetos que iam para votação. Esse é o perfil, é preciso questionar se é melhor pra comunidade ou melhor só para um grupo de pessoas. Acredito que eu tenha este perfil de ficar “incomodando” para que as coisas funcionem. Temos que trabalhar para a comunidade.

Caso eleita, quais as bandeiras que irá defender? 
Vereador nenhum pode prometer nada porque ele não faz nada sozinho. Ele precisa do convencimento de toda a Câmara pra conseguir aprovar os seus projetos. Eu nunca assumi a vereança, mas já tenho dois projetos aprovados em que sou coautora. Em 2020, defendi a criação do Conselho da Mulher  porque o percentual de mulheres agredidas é um absurdo por sermos uma cidade pequena. Nas cidades em que o Conselho da Mulher efetivamente atua, esse índice diminui. Foi aprovado, só que está engavetado porque não tem nenhuma mulher de perfil forte para dizer vamos fazer andar. O outro foi quando estourou o caso da pedofilia. Todos os meses de outubro, as escolas fariam um trabalho sobre crimes na internet contra as crianças. É um projeto para não esperarmos acontecer os casos para que isso funcione, mas também está engavetado. São duas bandeiras que, se eleita, vou tirar da gaveta e brigar muito para que efetivamente funcione. Além disso, em várias cidades já existe a reposição hormonal pelo posto de saúde e farmácia. Em Flores, 72% das mulheres têm essa indicação, só que 42% não tomam por causa do custo. É necessário e urgente.

Quais os maiores desafios de Flores da Cunha?
Somos um município de interior e precisamos preservar estas características. As próprias mudanças que aconteceram no trânsito, não são para o nosso povo, não são pra nossa cidade ainda. Temos que ter um olhar muito voltado para o pessoal do interior, é um desafio muito grande atender a cidade e deixar de atender o interior. Ok, 80% a população está na cidade e 20% tá no interior. Mas isso não é justificativa. O maior desafio nosso é valorizar mais as pessoas do que fazer obras, infraestrutura e prédios. Posto de saúde, por exemplo. A maior queixa não é a infraestrutura do posto, mas sim o atendimento. 

Como os vereadores podem evitar que suas discussões sejam apenas situação contra oposição?
Hoje somos obrigados a pertencer a uma sigla política para concorrer. Gostaria muito que quando eleitos todo mundo tivesse que sair do seu partido e trabalhar para o município, independente de sigla a partidária ou interesses. Assim, funcionaria. É preciso focar na comunidade e deixar de lado o ego. Enquanto o ego existir em primeiro plano não vamos olhar para o que a comunidade precisa. É péssimo agora, nos debates, cada um ficar falando do que o outro não fez ou fez de errado. E daqui pra frente como é que será tratado isso? Não adianta querer se eleger em cima do erro do outro. Efetivamente, quais projetos os vereadores desta legislatura fizeram pra toda a comunidade? 

 - Paola Castro
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