Política

Deivid Schenato dá o primeiro passo em direção ao sonho de uma carreira política

Com uma campanha focada na conexão com a comunidade e no uso estratégico das redes sociais, o vereador mais jovem a assumir o Legislativo também foi o mais votado nesta eleição florense

Ao assumir seu mandato em janeiro de 2025, Deivid Schenato (PP) se tornará o mais jovem vereador da história de Flores da Cunha. Com 22 anos, ele terá nove dias a menos que Guga Forlin tinha ao assumir em 2021. O que ambos tem em comum? Foram os vereadores mais votados em suas eleições.

No último domingo (6), Deivid conquistou 1.230 votos, a segunda maior marca dos últimos 20 anos no município. O recorde permanece com Alexandre Scortegagna, que fez 1.300 votos em 2008, também concorrendo pelos Progressistas.

Nascido e criado no bairro Alfredo Chaves, Deivid é um representante de uma nova geração que vê na política uma carreira. Desde os 16 anos, ele alimentava esse sonho de ser eleito e trabalhou para isso. Foram seis anos conversando com as pessoas, participando de eventos e conquistando bons padrinhos, que considera seus exemplos.

O primeiro é o deputado federal Mauricio Marcon (Podemos), sempre presente no material de campanha de Deivid. Depois, vem a dupla César e Marcio, prefeito e vice-prefeito, que acreditaram no presidente do PP Jovem e o convidaram para a Sala do Empreendedor. Por fim, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem o político aspirante compartilha a ideologia e angariou o mesmo eleitorado.

 

O Florense: Qual o sentimento de ser eleito?

Deivid Schenato: Ainda estou processando. O foco sempre foi me eleger e, embora tenha ouvido em algumas situações que ia ser o mais votado, nunca me deixei tomar por esse sentimento, porque esse não era o objetivo. Estou muito feliz e só tenho a agradecer hoje.

 

Desde o Ensino Médio, o seu sonho é construir carreira na política. Como que é realizar esse sonho?

Vejo como o primeiro degrau de uma grande escada que quero construir. O primeiro passo, embora pareça ser curto, para mim é um passo muito largo, porque é um grande sonho que sempre tive. O céu é o limite, né? Vamos ver o que que vem daqui para frente.

 

Como é ser o segundo vereador com maior votação nas últimas duas décadas em Flores da Cunha?

Não esperava essa votação. Foi algo surpreendente. Na minha região, sei que fiz uma votação legal. Ainda quero analisar todas as urnas, mas as que vi, recebi votos em todas. Foi um trabalho de formiguinha, como falei, nos últimos seis anos, e muitas pessoas se engajaram pela minha causa, por acreditarem no meu projeto e no meu propósito. Hoje, só tenho a agradecer por toda essa votação que recebi.

 

O que deu certo na sua campanha?

Vejo como vários fatores. O primeiro, sinto que fui bem no interior, principalmente pela Mecânica Morsolin, que é uma mecânica agrícola, então o período que trabalhei ali tive contato com quase todo o interior de Flores. Também a Sala do Empreendedor, que me deu uma prospecção muito boa com os empreendedores, desde MEI até empresas de grande porte. Me abriu muitas portas estar no Executivo, de uma maneira geral. Todos eventos que participei, as oportunida pelo PP Jovem e, querendo ou não, tem o efeito Marcon, né? Ele fez 4 mil votos aqui, então teve muito voto casado pelo que senti com o pessoal na rua.

 

A internet foi o foco da sua campanha eleitoral?

Inicialmente, ninguém dava nada para as redes sociais, mas acho que deu muito resultado. Impulsionei muito o conteúdo e me ajudou bastante, pessoas que conversava na rua, as de maior idade, diziam que recebiam meu conteúdo pelo Facebook. As mais jovens, pelo Instagram. Elas conheciam meus vídeos e gostavam da forma como eu falava, do que eu defendia.

 

Quais vídeos acredita que deram mais certo  nessa conquista de votos?

 Foi o meu encontro com o Bolsonaro. Também o vídeo do Marcon pedindo apoio para mim. E os vídeos de propostas também. Inicialmente, achavam que era só o lado ideológico, mas eu vim com esse lado propositivo também. As bandeiras do empreendedorismo, turismo e segurança pública. Isso engajou muito. Recebi muito apoio do pessoal do turismo.

 

Como foi ser pré-candidato por seis anos?

Era para eu ter concorrido em 2020, mas senti que não estava pronto. Por ter esse sonho de concorrer a vereador, muito do que fiz nesses últimos seis anos foi prospectando concorrer. Todos os contatos que fazia, essa participação em grupos e as pessoas mais próximas de

mim já sabiam desse desejo. O convívio que tive com essas pessoas que fez criar essa cadeia de sentimento.

 

Qual a tua relação com o deputado federal Marcon?

Começou em 2022, quando acompanhava ele nas redes sociais, antes ainda ele ter essa fama que tem hoje. Ele veio para Flores da Cunha a convite do vereador Diego (Tonet), para conhecer a Câmara e o Diego sabia que eu gostava muito do Marcon e levou ele para me conhecer na Sala do Empreendedor. Continuamos conversando, fiz campanha por ele, inclusive uma janta com mais de 100 pessoas. Foi uma admiração política que virou uma amizade. Ele é de outro partido, mas me apoiou em tudo (nessa eleição).

 - Antonio Galvão
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