Saúde

Dezembro laranja: Câncer de pele é um dos mais comuns no Brasil

Instituto Nacional de Câncer registra cerca de 185 mil novos casos por ano

“Não espere até sentir na pele”: esta é a mensagem central da campanha do Dezembro Laranja 2022, organizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que promove a conscientização a respeito dos riscos do câncer de pele, orientando a população a manter hábitos adequados de proteção solar e a realizar, regularmente, visitas ao dermatologista para obter uma avaliação especializada.
Medida mais que necessária já que, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), são estimados 704 mil novos casos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência. Entre os diversos tipos de tumores malignos, o mais incidente no país é o de pele não melanoma, com 31,3% do total de casos, seguido pelos de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).
A cada ano, cerca de 185 mil novos casos de câncer de pele são registrados pelo Inca só no Brasil, sendo o mais comum o câncer de pele não melanoma, que tem letalidade baixa, porém seus números são muito altos. A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer. 
Na região Sul do Brasil, o percentual de casos desta patologia está entre os mais altos do país, com índices equivalentes aos da Austrália, país líder nestas estatísticas. Boa parte desta incidência de casos tem relação com tipos mais claros de pele, se comparado aos estados de outras regiões do país, além do  hábito de exposição solar intensa no verão e a baixa adesão ao uso de protetores solares, entre outros fatores.
Os cânceres de pele mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares, já o mais raro e letal é o melanoma. O carcinoma basocelular (CBC) é o mais prevalente dentre todos os tipos. Ele surge nas células basais, que se encontram na camada mais profunda da epiderme – a camada superior da pele. Esse tipo de câncer tem baixa letalidade e pode ser curado em caso de detecção precoce. Os CBCs surgem mais frequentemente em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. 
O segundo mais prevalente dentre todos os tipos de câncer é o carcinoma espinocelular (CEC). Ele se manifesta nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo e pescoço. Normalmente, a pele nessas regiões apresenta sinais de dano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade. 
O CEC é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. Assim como outros tipos de câncer de pele, a exposição excessiva ao sol é a principal causa, mas não a única. Alguns casos da doença estão associados a feridas crônicas e cicatrizes na pele, uso de drogas antirrejeição de órgãos transplantados e exposição a certos agentes químicos ou à radiação. Geralmente, os carcinomas espinocelulares têm coloração avermelhada e se apresentam na forma de machucados ou feridas espessos e descamativos, que não cicatrizam e sangram, ocasionalmente. Eles podem ter aparência similar à das verrugas.
Já o melanoma, é o tipo menos frequente dentre todos os cânceres de pele, tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. Embora o diagnóstico normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90%, quando há detecção precoce da doença. O melanoma, em geral, tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Porém, a pinta ou o sinal, em geral, mudam de cor, de formato ou de tamanho, e podem causar sangramento. Por isso, é importante observar a própria pele constantemente, e procurar imediatamente um dermatologista caso detecte qualquer lesão suspeita. 
Essas lesões podem surgir em áreas difíceis de serem visualizadas pelo paciente, embora sejam mais comuns nas pernas, em mulheres; nos troncos, nos homens; e pescoço e rosto em ambos os sexos. Além disso, vale lembrar que uma lesão considerada ‘normal’ para um leigo, pode ser suspeita para um médico.
Embora apresente pior prognóstico, avanços na medicina e o recente entendimento das mutações genéticas, que levam ao desenvolvimento dos melanomas, possibilitaram que pessoas com melanoma avançado, hoje, tenham aumento na sobrevida e na qualidade de vida.
Pessoas de pele clara e que se queimam com facilidade quando se expõem ao sol, têm mais risco de desenvolver a doença. Outro fator que influencia o desenvolvimento do melanoma é a hereditariedade. Por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente. O risco aumenta quando há casos registrados em familiares de primeiro grau.

 - Divulgação
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