Saúde

Gripes em alta, vacinas em baixa

Secretaria de Saúde reforça para que população busque imunização gratuita nas Unidades de Saúde. Doses protegem contra a influenza H1N1, que já trouxe preocupação em 2009

A chegada do outono/inverno e a grande variação de temperatura trazem consigo um pacote completo de doenças respiratórias. As estações são consideradas as de maior incidência de gripes e resfriados, uma vez que o frio e a baixa umidade são as condições mais propícias para a sobrevida e transmissão de vírus. 
Além disso, de acordo com a secretária de Saúde de Flores da Cunha, Jane Paula Baggio, as temperaturas amenas fazem com que as pessoas permaneçam em ambientes fechados, com pouca circulação de ar, o que acaba facilitando ainda mais a propagação do vírus, que pode causar desde um simples resfriado, até casos de gripe ou Covid-19. “Ambas são doenças virais que apresentam algumas manifestações semelhantes, sendo responsáveis por desencadear sintomas respiratórios. Geralmente a gripe e a Covid-19 apresentam-se de maneira mais grave e podem levar a complicações, internações e até a morte. Já os resfriados caracterizam-se por serem mais brandos”, esclarece Jane sobre as doenças. 
Por sua vez, os principais sintomas da gripe H1N1 – que tem registrado aumento no número de casos no RS e trazido preocupação – conforme a secretária da pasta, são:  febre alta, dor de cabeça, dores musculares, irritação nos olhos, tosse persistente, coriza, dor de garganta, cansaço, perda de apetite e diarreia. Nestes casos é necessário procurar ajuda médica: “O tratamento é prescrito pelo profissional médico conforme atendimento e sintomatologia do paciente”, revela Jane. 
“Com a chegada do frio temos um aumento significativo na procura por atendimento e internações de pessoas com sintomas respiratórios. O número de atendimentos médicos por síndromes respiratórias, na primeira semana de maio, por exemplo, registrou uma média de 40 por dia”, o que é considerado elevado, alerta a secretária. 
Jane também revela que alguns cuidados podem (e devem) ser tomados para prevenir essas doenças, não só nesta época do ano: “Manter a vacinação adequada e em dia, o corpo hidratado, os ambientes arejados e limpos, manter a etiqueta respiratória, evitar contato direto com pessoas com gripes e resfriados e manter hábitos saudáveis”, elenca.
E por falar em prevenção, a secretária também reforça que a procura pela vacinação da gripe neste ano, em Flores da Cunha, está baixa. Desde o início da campanha, em 10 de abril, até a metade desta semana, cerca de 4,5 mil pessoas receberam a dose, o que representa pouco mais de 14% dos munícipes. Por isso, ela convida a comunidade para buscar a imunização nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs): “Pode se vacinar toda a população com mais de seis meses de idade. A aplicação das doses ocorre no Centro de Saúde Irmã Benedita Zorzi, das 8h às 11h30min e das 13h15min às 17h. Já nas UBSs, a aplicação é feita conforme os horários de funcionamento”, pontua. 
A vacinação é importante pois protege contra diferentes cepas cada ano e, justamente por isso, deve ser feita anualmente pelos munícipes: “A vacina influenza trivalente, oferecida gratuitamente nas unidades de saúde, neste ano é composta por duas cepas do vírus influenza A (H1N1 e H3N2) e por uma cepa do tipo B (linhagem Victoria). Importante destacar que o imunizante é atualizado a cada ano com as cepas mais circulantes no mundo”, ressalta Jane, acrescentando que não é somente a vacina contra a gripe que está com baixa procura, a imunização contra a Covid-19 também, o que preocupa ainda mais: “Reforçamos que precisamos manter os cuidados de prevenção e buscar as vacinas que estão disponíveis”, conclui Jane, preocupada com a proximidade do inverno.  

Dados que acendem o alerta 

Conforme informações da Secretaria da Saúde do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, até o fim da primeira quinzena de maio apenas 36% dos grupos prioritários haviam recebido o imunizante. Número preocupante uma vez que a cepa predominante neste ano é a H1N1 (a mesma que originou a epidemia da chamada ‘gripe suína’ em 2009) e com poucas pessoas vacinadas a tendência é que ocorra uma alta de infecções e agravamento da doença. 
Os dados da pasta mostram que, dos casos de hospitalização por influenza registrados até a última semana, 36% foram em idosos acima de 60 anos e 19% em crianças, ambas faixas contempladas originalmente na campanha. Ao todo, a soma já chega a 25 óbitos pela gripe no Rio Grande do Sul, em 2023. Logo, quanto mais pessoas vacinadas, menor a circulação do vírus no Estado e mais seguros todos nós estaremos. Esse é o apelo das entidades de saúde. 
A campanha de vacinação – que iniciou ainda no dia 10 de abril – segue até a próxima quarta-feira, dia 31 de maio. 

A máscara, opcional, voltou a aparecer com as baixas temperaturas. - Arquivo O Florense
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